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Por The New York Times — Nova York

Quase duas décadas atrás, o Facebook explodiu nos campi universitários como um site para os alunos manterem contato. Depois veio o Twitter, onde as pessoas postavam sobre o que comeram no café da manhã, e o Instagram, onde os amigos compartilhavam fotos para se manterem atualizados.

Hoje, os feeds do Instagram e do Facebook estão cheios de anúncios e postagens patrocinadas. O TikTok e o Snapchat estão repletos de vídeos de influenciadores que promovem sabonetes e aplicativos de namoro. E, em breve, as postagens do Twitter que ganharem mais visibilidade virão principalmente de assinantes que pagam pela exposição e outras vantagens.

A mídia social está, de muitas maneiras, se tornando menos social. Os tipos de postagens em que as pessoas atualizam amigos e familiares sobre suas vidas tornaram-se mais difíceis de ver ao longo dos anos, à medida que os maiores sites se tornaram cada vez mais “corporativos”.

Em vez de ver mensagens e fotos de amigos e parentes sobre suas férias ou jantares chiques, os usuários do Instagram, Facebook, TikTok, Twitter e Snapchat agora costumam ver conteúdo profissionalizado de marcas, influenciadores e outros que pagam pela veiculação.

A mudança tem implicações para grandes empresas de redes sociais e como as pessoas interagem umas com as outras digitalmente. Mas também levanta questões sobre uma ideia central: a plataforma on-line.

Durante anos, a noção de uma plataforma – um site multifuncional voltado para o público onde as pessoas passavam a maior parte do tempo – reinou suprema. Mas, como as grandes redes sociais tornaram a conexão de pessoas com marcas uma prioridade em vez de conectá-las a outras pessoas, alguns usuários começaram a procurar sites e aplicativos voltados para a comunidade dedicados a hobbies e assuntos específicos.

- As plataformas do jeito que as conhecíamos acabaram. Eles sobreviveram à sua utilidade - disse Zizi Papacharissi, professor de comunicação da Universidade de Illinois-Chicago, que ministra cursos sobre mídias sociais.

Novos caminhos de negócios

A mudança ajuda a explicar por que algumas empresas de redes sociais, que continuam a ter bilhões de usuários e faturar bilhões de dólares, agora estão explorando novos caminhos de negócios.

É o caso do Twitter, que pertence a Elon Musk, que tem pressionado pessoas e marcas a pagar de US$ 8 a US$ 1.000 por mês para se tornarem assinantes. Já a Meta, empresa controladora do Facebook e do Instagram, está entrando no mundo on-line imersivo do chamado metaverso.

O que você comeu no café da manhã, passeios, viagens: posts estão deixando de ser publicados nas redes sociais — Foto: Ariel Davis/The New York Times
O que você comeu no café da manhã, passeios, viagens: posts estão deixando de ser publicados nas redes sociais — Foto: Ariel Davis/The New York Times

Para os usuários, isso significa que, em vez de gastar todo o tempo em uma ou algumas grandes redes sociais, alguns estão migrando em direção a sites menores e mais focados.

Isso inclui o Mastodon, que é essencialmente um clone do Twitter dividido em comunidades; Nextdoor, uma rede social para os vizinhos lamentarem sobre questões cotidianas como buracos em suas ruas; e aplicativos como Truth Social, que foi iniciado pelo ex-presidente Donald Trump e é visto como uma rede social para conservadores.

- Não se trata de escolher uma rede para governar todas – essa é a lógica maluca do Vale do Silício - afirmou Ethan Zuckerman, professor de políticas públicas da Universidade de Massachusetts Amherst. - O futuro é que você seja membro de dezenas de comunidades diferentes, porque, como seres humanos, é assim que somos.

O Twitter, que responde automaticamente às perguntas da imprensa com um emoji de cocô, não fez nenhum comentário sobre a evolução das redes sociais. A Meta se recusou a comentar e o TikTok também não respondeu a um pedido de comentário. A Snap, criadora do Snapchat, disse que, embora seu aplicativo tenha evoluído, conectar as pessoas com seus amigos e familiares continua sendo sua função principal.

Uma mudança para redes menores e mais focadas foi prevista anos atrás por alguns dos maiores nomes da mídia social, incluindo Mark Zuckerberg, executivo-chefe da Meta, e Jack Dorsey, fundador do Twitter.

Em 2019, Zuckerberg escreveu em um post no Facebook que mensagens privadas e pequenos grupos eram as áreas de comunicação on-line que mais cresciam. Dorsey, que deixou o cargo de executivo-chefe do Twitter em 2021, pressionou pelas chamadas redes sociais descentralizadas que dão às pessoas controle sobre o conteúdo que veem e as comunidades com as quais se envolvem. Recentemente, ele postou no Nostr, um site de mídia social baseado nesse princípio.

No ano passado, tecnólogos e acadêmicos também se concentraram em redes sociais menores. Em um artigo publicado no mês passado e intitulado “The Three-Legged Stool: A Manifesto for a Smaller, Denser Internet”, Zuckerman e outros acadêmicos delinearam como as futuras empresas poderiam operar pequenas redes a custos baixos.

Também sugeriram a criação de um aplicativo que atua essencialmente como um canivete suíço das redes sociais, permitindo que as pessoas alternem entre os sites que usam, incluindo Twitter, Mastodon, Reddit e redes menores. Um desses aplicativos, chamado Gobo e desenvolvido pelo MIT Media Lab e pela Universidade de Massachusetts Amherst, deve ser lançado no próximo mês.

Metaverso, inteligência artificial, assinaturas: novos caminhos de negócios explorados pelas redes socais mais tradicionais — Foto: Ariel Davis/The New York Times
Metaverso, inteligência artificial, assinaturas: novos caminhos de negócios explorados pelas redes socais mais tradicionais — Foto: Ariel Davis/The New York Times

A parte complicada para os usuários é encontrar as redes pequenas e mais novas porque ficam meio escondidas. Mas redes sociais mais amplas, como Mastodon ou Reddit, muitas vezes atuam como uma porta de entrada para comunidades menores. Ao se inscrever no Mastodon, por exemplo, as pessoas podem escolher um servidor de uma extensa lista, incluindo aqueles relacionados a jogos, alimentação e ativismo.

Eugen Rochko, executivo-chefe do Mastodon, disse que os usuários publicam mais de um bilhão de postagens por mês em suas comunidades e que não há algoritmos ou anúncios alterando os feeds das pessoas.

Benefícios das redes menores

Um grande benefício das pequenas redes é que elas criam fóruns para comunidades específicas, incluindo pessoas marginalizadas. Ahwaa, fundada em 2011, é uma rede social para membros da comunidade LGBTQ em países ao redor do Golfo Pérsico, onde ser gay é considerado ilegal. Outras redes pequenas, como o Letterboxd, um aplicativo para entusiastas de cinema compartilharem suas opiniões sobre filmes, são focadas em interesses especiais.

Comunidades menores também podem aliviar alguma pressão social do uso de mídias sociais, especialmente para os mais jovens. Na última década, surgiram histórias – inclusive em audiências no Congresso sobre os perigos da mídia social – sobre adolescentes desenvolvendo distúrbios alimentares depois de tentar viver de acordo com as fotos “perfeitas do Instagram” e assistindo a vídeos no TikTok.

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