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Os laptops, que passaram a fazer parte da lista de compras durante a pandemia para grande parte dos consumidores, tentam agora se reinventar. Após dois anos de queda nas vendas, os fabricantes apostam em novos recursos de inteligência artificial (IA), conexão direta à rede 5G, maior duração de bateria, reconhecimento facial e integração com celulares para tentar driblar o mau momento da categoria.

A reação, dizem especialistas e empresas, deve começar a partir do ano que vem, quando os consumidores estarão iniciando a troca dos aparelhos adquiridos no início da pandemia, em 2020. Assim, a expectativa é que o setor reverta a queda esperada de 7% nas vendas em 2023 para um avanço de 5% em 2024. Renato Meireles, analista sênior do IDC, destaca que a procura será concentrada em itens mais sofisticados, que deverão somar mais de 60% dos negócios.

laptops devem ter alta nas vendas em 2024 — Foto: Divulgação.
laptops devem ter alta nas vendas em 2024 — Foto: Divulgação.

— No ano que vem, o consumidor vai buscar um novo laptop. E a disputa da indústria é oferecer aparelhos mais potentes e com novas funções de inteligência artificial, como a generativa, já que o ambiente híbrido de trabalho ainda está presente. A ideia é que o notebook seja o centro da vida produtiva, conectado com o celular, os wearables e a nuvem — diz Meireles.

A previsão é que os novos modelos cheguem ao mercado já em meados de 2024. Nesta semana, a Qualcomm apresentou novo processador, batizado de X Elite, para concorrer principalmente com o M2, chip presente nos notebooks da Apple, que deve anunciar seus novos notebooks já no próximo dia 30, de acordo com agências. A nova leva de produtos será marcada por uma disputa de mais velocidade e serviços de IA.

Meghana Patwardhan, vice-presidente global da Dell Technologies, lembra que, com o avanço dos modelos de trabalho híbrido pelas empresas, os laptops precisarão ser atualizados e substituídos. A gigante do setor pretende lançar produtos com recursos de processamento de IA nos próximos doze meses. Para ela, os consumidores esperam itens cada vez mais avançados e inteligentes:

— A próxima geração (de computadores) vai lidar facilmente com cargas de trabalho de IA mais complexas. Estamos trabalhando ativamente com parceiros em toda a indústria para fornecer essa nova arquitetura. Estamos em um mercado com boas oportunidades de crescimento. Todos querem fornecer melhores ferramentas de produtividade.

A executiva lembra do atual ciclo de atualização do Windows. Recentemente, a Microsoft lançou o sistema operacional Copilot, com inteligência artificial generativa. Segundo Peter Burns, diretor sênior de Marketing da Qualcomm Technologies, o salto permitido pela IA "não é mais linear e sim exponencial”:

— Esta nova curva de IA representa verdadeiramente o renascimento de um novo desempenho dos aparelhos e coloca a computação em uma trajetória totalmente nova. A inteligência artificial é o novo pilar para medir o desempenho de um computador. Para ter o melhor desempenho, é preciso que haja processamento no aparelho para ganhar velocidade — diz Burns, lembrando que a nova geração de notebooks pode processar até 13 bilhões de variáveis.

Outra frente de trabalho é criar maior integração entre os aparelhos que rodam em diferentes sistemas operacionais, como Android (do Google) e Windows, permitindo transferência mais rápida de arquivos entre celulares, tablets, computadores e, em breve, óculos de realidade mista.

Mercado de laptops deve ter alta nas vendas em 2024 — Foto: Divulgação
Mercado de laptops deve ter alta nas vendas em 2024 — Foto: Divulgação

Pesquisa da Deloitte aponta que cada família tem em média 21 dispositivos digitais de diferentes marcas e sistemas operacionais distintos. As empresas apresentaram em evento nos EUA um novo sistema de Wi-fi e Bluetooth, que permite alternar de forma mais rápida as ligações nos fones do celular para o computador.

— A ideia é habilitar de uma forma melhor essas experiências entre vários dispositivos. É preciso ter um ecossistema envolvido e aberto. Estamos reunindo ecossistemas para que Windows e Android funcionem perfeitamente juntos — afirma Alex katouzian, vice-presidente sênior da Qualcomm, destacando a participação de empresas como Dell, Xiaomi, Microsoft, Lenovo, além das chinesas Oppo e Honor para lançar o ecossistema ainda esse ano.

Yang Yuanqing, ceo da Lenovo, disse que a IA vai permitir os mais potentes notebooks com novas experiências para os usuários por trazer IA já dentro do aparelho. Pavan Davuluri, vice-presidente Corporativo da Microsoft, destacou a possibilidade de personalização com os produtos. Ao citar o recém-lançamento do Copilot, destacou que diversos aplicativos já viram embarcados nos produtos de fábricas.

— A IA está mudando a forma como interagimos com a tecnologia.

Empresas investem em soluções

Com computadores mais robustos, desenvolvedores de software e de soluções em nuvem já iniciaram uma verdadeira corrida para oferecer novos recursos. A AWS, braço de cloud da Amazon, investe US$ 100 milhões para desenvolver iniciativas de IA generativa. Para Alex Coqueiro, responsável pela área de arquitetura de soluções da empresa, o mundo está nos primeiros passos de uma corrida de 10 quilômetros.

— A IA generativa vai transformar todas as experiências. Por isso, são investimentos de longo prazo. Será possível, por exemplo, numa combinação de hardware e software, que o próprio aparelho analise planilhas, pois vai conseguir identificar o contexto e gerar um entendimento, ou um médico que terá um prontuário com alguns 'inputs' gerados pela tecnologia.

Na SAP, voltada para o mercado corporativo, a estratégia incluiu a criação da Joule, uma assistente de IA generativa própria e rival do ChatGPT. Junior Freitas, vice-presidente da companhia, explica que o desafio é desenvolver soluções específicas para cada tipo de negócio. Ele lembra que os computadores serão capazes de fazer relatórios e buscar explicações sobre o que teria levado a vendas menores ao cruzar dados de empregos, estoque e logística em cada região.

— Estamos investindo US$ 1 bilhão para incentivar startups a desenvolver novas soluções de IA e ter plataformas abertas. (*O repórter viajou a Maui a convite da Qualcomm)

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