Tecnologia
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Por — Rio de Janeiro

O avanço da quinta geração da rede móvel, o 5G, vem dando novo fôlego à indústria dos games a nível global. No Brasil, a chegada da tecnologia entre as grandes cidades a partir de 2022 fez com que estúdios apostassem com mais força no desenvolvimento de jogos mobile — aqueles criados para smartphones e tablets — e que podem ser baixados em nuvem ( cloud gaming), serviço que reproduz nas plataformas móveis games que antes eram restritos aos consoles e PCs.

A chegada do 5G também reduziu o tempo de resposta dos jogos e permitiu experiências mais imersivas aos jogadores. Cofundador da Kokku Games, estúdio no Recife, Alberto Lopes reconhece que boa parte dos jogos mobile integral ou parcialmente desenvolvidos pela companhia e comercializados por terceiros tendem a angariar mais público por conta da rede ultraveloz para smartphones:

— O 5G é muito salutar para trazer jogos muito mais pesados de PC e console para jogadores que só têm celular.

Na Ubisoft, desenvolvedora francesa com atuação no Brasil, o 5G será crucial para lançamentos de títulos como Rainbow Six Mobile e The Division Resurgence. A companhia quer levar duas de suas maiores franquias para o celular. E serão a baixa latência (intervalo entre o momento em que é dado o comando e sua execução) e a elevada largura de banda que garantirão experiência agradável ao usuário:

— Em jogos como Rainbow Six Mobile, cada milissegundo conta. A baixa latência deixa o gameplay (jogabilidade) mais rápido, imersivo, com movimentação fluida — explica Maite Lorente, gerente de marketing da Ubisoft para jogos mobile na América Latina.

Segundo a executiva, o menor tempo de resposta também reduz distorções existentes entre os gamers brasileiros frente aos de outros países que já contam com a rede 5G. No limite, uma grande diferença entre latências gera atrasos desiguais entre jogadores e pode criar vantagens entre eles, prejudicando a competição.

A chegada da rede mais veloz também dá tração ao mercado de cloud gaming, serviço em nuvem que oferece um catálogo de jogos de gráficos complexos na palma da mão.

De um lado, permite que desenvolvedores distribuam seus títulos em diferentes plataformas. Do outro, elimina a necessidade de consoles, o que democratiza o acesso aos games, diz Rodrigo Terra, presidente da Associação Brasileira de Games (Abragames):

— A população brasileira já tem uma tendência grande de adesão ao cloud gaming.

Os números de uma pesquisa feita pela Ericsson comprovam esse comportamento: 58% dos usuários brasileiros que migraram do 4G para o 5G passaram a usar mais de três serviços digitais e imersivos por dia.

A prática de jogar via plataforma de cloud gaming saltou de 9% para 27%, enquanto jogar com outros players passou a ser rotina para 32% das pessoas que migraram para o 5G. Quando tinham 4G, o percentual era de 21%.

Proteção de dados

Apesar dos avanços por conta da chegada da rede ultrarrápida, há desafios e riscos. O sinal depende da criação de uma infraestrutura cara e ainda pouco difundida no território nacional, diz Luca Belli, coordenador do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV Direito Rio:

— O investimento em infraestrutura é enorme e efetuado somente onde tem retorno, que são nas áreas de mais alta renda. A rede só vai atingir a totalidade do território brasileiro no final de 2029.

Já por parte das empresas de games, é preciso cuidado no tratamento dos dados dos usuários. Isso porque o 5G amplia a interação do gamer, o que aumenta o volume de dados e a qualidade das informações capturadas referentes a um jogador, como o movimento dos dedos e dos olhos, por exemplo.

Sem proteção, dados sensíveis podem ser usados para inferir comportamentos ou até detectar deficiências visuais:

— É preciso uma interface muito mais forte de compliance entre empresas sobre como lidar com esses dados de jogadores. E muitos deles são crianças e adolescentes.

No âmbito comercial, falta ainda as empresas de telecomunicações ofertarem planos de telefonia mais específicos vinculados à rede 5G, na avaliação de Luciano Saboia, diretor de Pesquisa e Consultoria de Telecomunicações da IDC Latin America:

— O 5G pressupõe que o usuário tenha acesso a partir de qualquer lugar. Mas é difícil hoje criar essa expectativa no consumidor e oferecer esse serviço dentro de um modelo de contrato por causa da infraestrutura.

Tecnologias ganham força com o 5G

A quinta geração de rede móvel acelera uma série de aplicações relacionadas ao mundo dos jogos eletrônicos. Veja a seguir algumas delas:

  • Cloud gaming: É um tipo de serviço em que os jogos utilizam os recursos da computação em nuvem e da velocidade da rede 5G para possibilitar o acesso a games pesados a partir do celular. Todos os jogos baseados em nuvem são processados em servidores remotos. Neles, renderizações complexas são executadas por supercomputadores na nuvem. Em seguida, os resultados são transmitidos para os smartphones através de redes sem fio 5G de alta velocidade.
  • Realidade virtual : É uma realidade simulada através da internet e pode ser transmitida por meio de diferentes dispositivos — como PC, óculos de realidade virtual ou consoles de videogame. As aplicações de realidade virtual buscam a imersão e podem ser voltadas para diferentes fins, como entretenimento, saúde ou educação. Com o 5G, espaços virtuais ficam mais interativos pelo aumento do fluxo de dados e da velocidade com que essas informações são acessadas, possibilitando novas interações em um jogo, por exemplo.
  • Realidade aumentada: É uma experiência que integra ou sobrepõe elementos virtuais ao mundo real, seja através de uma câmera do smartphone ou uso de sensores de movimento. Aplicações de realidade aumentada que visam a interação dependem de uma transmissão de dados já que os objetos sobrepostos ao mundo físico precisam ser atualizados tendo como base o ambiente real do usuário. Por isso, a rede 5G é capaz de dar fôlego à tecnologia ao reduzir a latência e permitir experiências mais agradáveis.

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