Segundo o levantamento Global Startup Ecosystem Report (GSER 2023), divulgado pela Startup Genome, o Rio de Janeiro é o mais promissor ecossistema de startups da América Latina. Esse reconhecimento resulta de diversos fatores, incluindo a presença de universidades de renome na cidade e os programas de apoio governamentais.
O sucesso da Web Summit, realizada na capital fluminense em maio deste ano, e eventos como a Rio Innovation Week consolidam a posição do Rio como um hub de inovação em crescimento.
Especialistas dizem que a cidade tem grande potencial como polo de investimentos em tecnologias, em primeiro lugar, por conta da presença de instituições de ensino prestigiadas, que contribuem com pesquisas voltadas para o desenvolvimento do setor. A expansão da rede 5G no município favorece esse tipo de pesquisa, pela rapidez na transmissão de dados.
Outro ponto importante, segundo André Miceli, coordenador acadêmico de MBAs da FGV, é que a cidade tem bom índice de qualidade de vida, o que é fundamental para o processo criativo.
As novas possibilidades abertas pelo 5G
O especialista também observa que nos últimos anos tem se desenvolvido um ecossistema que engloba incubadoras, aceleradoras e espaços de coworking.
— Esse ambiente facilita o fluxo de informações e o convívio entre empreendedores para que a inovação aconteça — afirma Miceli.
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Diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio (ITS/Rio), Fabro Steibel afirma que o Rio de Janeiro já tem um ecossistema promissor para investimentos em tecnologia há anos, mas até recentemente não havia oportunidade de crescimento.
— Essas empresas migravam para fora do país ou para São Paulo, buscando novos clientes e recursos. O Rio não buscava assumir o lugar de cidade voltada para tecnologia. Agora, a prefeitura tem planos e investimentos em infraestrutura urbana. O Web Summit foi um grande investimento — avalia.
O Rio foi o primeiro lugar na América Latina a receber o Web Summit. O evento recebeu mais de 506 investidores. No mês anterior, o Rio2C reuniu 41 mil pessoas em cinco dias de feira.
Além de painéis e encontros, aconteceram mais de mil reuniões de negócios com 550 executivos. Já a Rio Innovation Week, em outubro, contou com mais de 1.700 palestras e 27 conferências, além de investidores brasileiros e internacionais.
Entregas automatizadas
Secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico, Chicão Bulhões afirma que desenvolver o potencial da cidade como hub tecnológico passa pelos pilares de investimento, infraestrutura e educação:
— Estamos transformando o conhecimento em negócios, simplificando a legislação para dar mais agilidade e segurança jurídica e facilitando para que projetos e produtos inovadores cheguem à cidade do Rio.
Ele cita como iniciativa promissora o programa de testes Sandbox.Rio, voltado para processos que não se enquadram no ambiente regulatório atual e que agora podem ser testados em sistema controlado, com autorização do município.
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Os quatro projetos selecionados no primeiro edital estão relacionados ao uso de drones aéreos e terrestres para transporte de produtos e pessoas, além de uma rede de eletropostos.
Um dos projetos selecionados é o da MyView, que já presta serviços para empresas e redes de supermercado. Ela vai testar um sistema de delivery feito por drones terrestres teleoperados, chamados robôs D4 (door-to-door drone delivery, ou delivery por drone porta a porta).
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Os robôs vão se locomover nas calçadas da cidade, em vias e horários previamente delimitados pela secretaria de Desenvolvimento e demais órgãos competentes. Por meio de parcerias com comerciantes e restaurantes, a empresa pretende otimizar a logística da entrega de curta distância, reduzindo custos e tempo.