Tecnologia
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Por — Rio de Janeiro

Os estranhamentos e rusgas entre Sam Altman e Elon Musk não são de hoje. CEOs da OpenAI e da Tesla, respectivamente, os dois já até trabalharam juntos, há oito anos, para lançar a OpenAI e combater o domínio do Google na inteligência artificial. Mas o cenário mudou, e hoje dois dos maiores líderes mundiais de tecnologia se atacam não apenas nas redes sociais com certa frequência, mas até em locais públicos.

Além dos rumos que a empresa criadora do ChatGPT tomou, há outros pontos que influenciam na relação turbulenta da dupla. Nas palavras de Altman - que retornou ao comando da OpenAi depois de uma reviravolta em sua demissão -, há "desacordo, desconfiança e egos". Ele falou ao The New York Times neste domingo.

— Quantos mais perto as pessoas estiverem de serem apontadas numa mesma direção, mais controversas serão as divergências. Você isso em seitas e ordens religiosas. Há brigas acirradas entre as pessoas mais próximas — disse.

E os dois eram mesmo próximos. Como informou a revista americana Fortune, há alguns anos Altman e Musk pareciam pensar de maneira similar. Durante um jantar em 2015, num luxuoso hotel no Vale do Silício, eles discutiram com outros executivos do setor a possibilidade de criação de um laboratório de IA "transparente, de código aberto e dedicado a democratizar os benefícios da inteligência artificial avançada", o que contou com o apoio financeiro não apenas de Musk, mas também de outros investidores, como Peter Thiel e o cofundador do LinkedIn, Reid Hoffman.

A criação da OpenAI era um esforço para enfrentar o poderio do Google, que tinha acabado de adquirir a DeepMind, uma startup britânica de redes neurais. O movimento deu estofo para a bigtech se tornar a empresa com maior probabilidade de desenvolver ferramentas de inteligência geral artificial. A chamada AGI, pela sigla em inglês, pode aprender e entender conceitos para os quais ela ainda não havia sido treinada - o que para especialistas pode ser um risco de as ferramentas escaparem do controle humano.

A OpenAI foi lançada no mesmo ano da conversa de Musk e Altman. Em 2018, o CEO do X (o antigo Twitter) deixou a organização. No ano seguinte, num movimento visto como incomum, Altman converteu a OpenAI - criada originalmente como uma companhia sem fins lucrativos - num negócio com fins lucrativos, e a Microsoft se tornou a principal investidora.

De lá para cá, Musk não poupa esforços em expressar seu "desgosto" com os rumos tomados por Altman na Open AI, principalmente depois que a companhia recebeu bilhões de dólares em investimentos da Microsoft.

"A OpenAI foi criada como uma empresa de código aberto (é por isso que a chamei de 'Open' AI), sem fins lucrativos, para servir como contrapeso ao Google, mas agora se tornou uma empresa de código fechado e de lucro máximo, efetivamente controlada pela Microsoft. Não é o que eu pretendia", escreveu.

No mês passado, ele anunciou o Grok, um chatbot de inteligência artificial para rivalizar com o ChatGPT. Altman logo criticou o lançamento da startup xAI, sugerindo também no antigo Twitter que a tecnologia "responde a perguntas com o humor constrangedor dos boomers de uma forma estranha para arrancar risadas", em referência a quem nasceu entre 1945 e 1960.

Musk não perdeu tempo, e respondeu que o GPT-4 da OpenAI precisa de senso de humor, e chamou o modelo mais recente e poderoso do ChatGPT de "tão engraçado quanto uma porta de tela em um submarino".

As desavenças do CEO do X com Altman é mais uma em sua coleção de rivalidades. Ele também já trocou farpas com Jeff Bezos, fundador da Amazon, enquanto os dois disputavam na área espacial, e rompeu a amizade com Larry Page, fundador do Google.

Em entrevista ao podcast da jornalista americana Kara Swisher, Altman chamou Musk de "idiota" e disse que "ele tem um estilo que não é o estilo que eu gostaria de ter para mim".

Apesar disso, o CEO da OpenAI reconheceu o papel de Musk nos primeiros passos da companhia, no recrutamento de grandes talentos, como o cientista-chefe Ilya Sutskever. Cofundador da companhia, ele integrava o conselho que demitiu Altman. Depois, assinou a carta dos funcionários que cobrava a reintegração do CEO e se disse arrependido.

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