Os resultados da Apple no quarto trimestre -- considerado o primeiro do ano fiscal de 2024 adotado pela empresa -- dão sinais mistos sobre o desempenho da fabricante do iPhone.
A Apple registou um lucro líquido de US$ 33,9 bilhões (quase R$ 167 bilhões) no último trimestre de 2023, encerrando o ano com um avanço de 13% nos ganhos em relação ao mesmo período do ano passado. As vendas do iPhone foram além das expectativas e a empresa retomou o crescimento da receita. Por outro lado, a gigante da tecnologia amarga queda cada vez maior na China.
A empresa aprovou a distribuição de dividendos no valor de US$ 0,24 por ação, em 15 de fevereiro.
A companhia americana informou hoje ao mercado uma receita de US$ 119,6 bilhões nos últimos três meses do ano, alta de 2% na comparação com o mesmo trimestre de 2022. No comunicado, o CEO Tim Cook atribuiu os resultados principalmente às vendas do iPhone e ao que classificou como “um recorde histórico” de receitas com serviços.
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Ele também destacou o fato de a Apple ter ultrapassado 2,2 bilhões de dispositivos ativos no mundo, “atingindo um patamar máximo histórico em todos os produtos e segmentos geográficos”. E não perdeu a oportunidade de fazer referência ao lançamento do Apple Vision Pro, o óculos de realidade virtual da Apple que será lançado nesta sexta-feira como um fator a favor da manutenção do crescimento da empresa ao longo deste ano.
China, a pedra no sapato de Cook
Maior fonte de ganhos para a empresa, iPhone gerou receita de US$ 69,7 bilhões, em comparação com uma projeção média de US$ 68,6 bilhões. Mas o cenário na China é diferente da média global. A Apple luta para conquistar os consumidores chineses enquanto enfrenta proibições governamentais de tecnologia estrangeira.
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As dificuldades ofuscaram o ganho geral de receita de pouco mais de 2%, mas ainda assim veio acima do esperado pelos analistas, que previam um ganho de 1%, para US$ 118 bilhões, em média. Foi a primeira expansão de receitas após quatro trimestres consecutivos de queda nas vendas.
Trimestre mais fraco da Apple na China desde 2020
A Apple já vinha enfrentando uma maior concorrência na China nos últimos trimestres, seu terceiro maior mercado. Por lá, as vendas caíram 13% no quarto trimestre, para US$ 20,8 bilhões, informou a empresa em comunicado na quinta-feira. O valor ficou muito aquém dos US$ 23,5 bilhões previstos pelos analistas e foi o trimestre de dezembro mais fraco da Apple no país asiático desde o primeiro período de 2020.
As ações caíram 2% nas negociações estendidas do mercado de ações americano após a divulgação do relatório. No pregão regular, fecharam a US$ 186,86 em Nova York, queda de 2,9% este ano.
Lançamento do óculos de realidade virtual
O segmento de serviços da Apple, que inclui a App Store e plataformas de streaming, continuou a ultrapassar outras divisões. Arrecadou US$ 23,1 bilhões durante o quarto trimestre, um aumento de 11% em relação ao mesmo período do ano anterior. Ainda assim, esse valor ficou um pouco abaixo dos US$ 23,4 bilhões estimados por Wall Street.
Vision Pro da Apple terá novas funções embarcadas com inteligência artificial
Os números foram divulgados um dia antes do lançamento do Vision Pro, óculos de realidade virtual. O dispositivo é o primeiro novo produto da Apple desde 2015, ao mesmo tempo em que a conduz ao terreno desconhecido da realidade virtual e aumentada. O fone de ouvido de US$ 3.499 permitirá que as pessoas assistam a vídeos em 3D, além de jogarem e conduzirem reuniões mais imersivas.
No radar dos analistas
Os dados das Big Techs eram os mais aguardados pelo mercado financeiro nos Estados Unidos. Nesta quinta-feira, além de Apple, Amazon e Meta também divulgaram seus resultados após o fechamento do mercado no fim do dia.