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Por O Globo — Rio de Janeiro

Um grupo de ética médica denuncia que os testes do chip cerebral de Elon Musk, Neuralink, resultaram na morte de pelo menos 1.500 animais, incluindo ovelhas e porcos, e causaram "extremo sofrimento" em macacos. O Comitê de Médicos para a Medicina Responsável (PCRM, em inglês) alega que alguns primatas passaram por até 10 cirurgias no crânio antes de serem sacrificados. No último domingo, o dispositivo da empresa de biotecnologia foi implantado pela primeira vez em um humano.

O comitê também diz que a cabeça dos macacos era colada com "bio-cola" após a cirurgia, e que alguns implantes conectados ao cérebro não cabiam inteiramente na caixa craniana, de forma que partes protuberavam para fora. Segundo os documentos, doze dos primatas utilizados nos estudos sofreram de diarreia com sangue, paralisia parcial e edema cerebral antes de morrer.

“A Neuralink tem um histórico bem documentado de experimentos desnecessários e desleixados em macacos, porcos, ovelhas e outros animais que levantam sérias preocupações sobre a segurança de seu dispositivo. Portanto, o público deve continuar cético em relação à segurança e funcionalidade de qualquer dispositivo produzido pela Neuralink", declarou a PCRM ao jornal britânico Daily Mail.

O Grupo diz ter obtido os dados por meio de documentos liberados pela Universidade de Davis, na Califórnia, que fez parceria com a Neuralink entre 2017 e 2020 para a realização dos testes.

Elon Musk, fundador da empresa de biotecnologia, afirmou em setembro do ano passado que alguns animais morreram de doenças terminais durante os procedimentos. No entanto,a PCRM denunciou perante a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA e Exchange Commission (SEC) que os primatas morreram devido a complicações com os testes de implante.

Como é o procedimento

A promessa de Musk é revolucionar as próteses com um implante que permita que os cérebros humanos se comuniquem sem fio com dispositivos artificiais e até entre si. Em 2021, a Neuralink publicou o vídeo de um macaco jogando um videogame que copiava a dinâmica do pingue-pongue.

No vídeo, com mais de seis milhões de visualizações, um animal chamado Pager manejava os controles com os olhos. A empresa havia implantado dois chips nele seis meses antes.

— Primeiro o treinamos para brincar com um controle, mas depois o tiramos e inserimos o Neuralink — explicou Musk.

A empresa foi fundada em 2017 e começou a fazer experimentos em animais após 12 meses. Há um ano, uma investigação da Reuters indicou que a empresa tinha abatido cerca de 1.500 animais, incluindo mais de 280 ovelhas, porcos e macacos que sofriam de doenças de grande sofrimento antes de morrerem.

Mas foi só em 10 de setembro que Musk reconheceu as mortes dos macacos, embora negasse que qualquer uma delas fosse resultado de um implante Neuralink.

— Somos extremamente cuidadosos — afirmou ele, em apresentação da empresa.

O grupo que apresentou queixa à SEC afirma que os comentários de Musk sobre as mortes de animais foram "enganosos, falsos" e que os investidores "merecem ouvir a verdade sobre a segurança e comercialização do produto Neuralink". A empresa levantou mais de US$ 280 milhões de investidores externos.

Apuração de revista aponta danos aos macacos

De setembro de 2017 até o final de 2020, os experimentos da empresa foram auxiliados por funcionários do National Primate Research Center, na Califórnia. A revista americana Wired publicou uma investigação na qual reuniu os registros do centro científico e o depoimento de um ex-funcionário da Neuralink.

A investigação da Wired narra uma série de complicações que se desenvolveram após a implantação cirúrgica de chips no cérebro de macacos. Um deles, identificado como “Animal 20” nos registros veterinários, teria arranhado o ferimento da operação, destacando parte do aparelho. Os pesquisadores realizaram uma intervenção para resolver o problema, mas as infecções se espalharam. Ele foi sacrificado em 6 de janeiro de 2020.

O “Animal 15” e o “Animal 22” também teriam morrido em decorrência dos procedimentos de implante. A fêmea “Animal 15” pressionou a cabeça contra o chão, como provável sinal de dor devido a uma infecção. Os veterinários observaram-na desconfortável e puxando o implante até sangrar. Ela passou seus últimos dias deitada e de mãos dadas com seu companheiro de gaiola. Ainda outro macaco, o Animal 22, foi sacrificado em março de 2020 depois que seu implante craniano se soltou. A autópsia afirma que “a falha do implante pode ser considerada puramente mecânica e não exacerbada por infecção”.

As fontes da Wired, que pediram anonimato, sustentam que os animais não poderiam ter morrido de causas naturais e que foram mantidos sob cuidados durante cerca de um ano antes de qualquer cirurgia ser realizada.

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