A OpenAI e a Meta sinalizaram nesta semana que estão prestes a lançar as próximas versões de seus grandes modelos de linguagem, sistemas que alimentam aplicativos de inteligência artificial generativa (IA generativa), como o ChatGPT, informa o jornal Financial Times.
Segundo executivos das duas empresas, esses novos modelos serão capazes de raciocinar e planejar, etapas essenciais para alcançar a cognição sobre-humana nas máquinas.
De acordo com o FT, a Meta começaria a lançar o Llama 3 nas próximas semanas. Por sua vez, a OpenAi, apoiada pela Microsoft, indicou que seu próximo modelo, que deverá se chamar GPT-5, será lançado "em breve".
Em entrevista ao jornal britânico, Joelle Pineau, vice-presidente de pesquisa de IA da Meta, afirmou que a empresa de Mark Zuckerberg está "trabalhando arduamente para descobrir como fazer com que esses modelos não apenas falem, mas também raciocinem, planejem, tenham memória".
O diretor de operações da OpenAI, Brad Lightcap, disse ao Financial Times que a próxima geração do GPT mostraria progresso na solução de "problemas difíceis", como o raciocínio, e que vamos começar a ver a IA sendo capaz de realizar tarefas mais complexas de forma mais sofisticada.
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Segundo Lightcap, os sistemas atuais de Ai são bons em pequenas tarefas, mas ainda são ''bastante limitados'' em suas capacidades. Ele acrescentou que a OpenAI teria "mais a dizer em breve" sobre a próxima versão do GPT.
As atualizações da Meta e da OpenAI fazem parte de uma onda de novos modelos de linguagem de grande porte que estão sendo lançados este ano por empresas como Google, Anthropic e Cohere, lembra o FT.
À medida que as empresas de tecnologia correm para criar uma IA generativa cada vez mais sofisticada - software que pode criar palavras, imagens, códigos e vídeos de qualidade indistinguível da produção humana - o ritmo do progresso está acelerando.
O raciocínio e o planejamento são passos importantes em direção ao que os pesquisadores de IA chamam de "inteligência geral artificial" - cognição de nível humano - porque permitem que os chatbots e os assistentes virtuais concluam sequências de tarefas relacionadas e prevejam as consequências de suas ações.
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Na terça-feira, em evento realizado em Londres, o cientista-chefe de IA da Meta, Yann LeCun, admitiu que os sistemas de IA atuais "produzem uma palavra após a outra, realmente sem pensar e planejar". E por terem dificuldade para lidar com questões complexas ou reter informações por um longo período, ainda acabam cometendo "erros estúpidos".
LeCun ressaltou que acrescentar o raciocínio significaria que um modelo de IA "busca respostas possíveis", "planeja a sequência de ações" e constrói um "modelo mental de qual será o efeito de [suas] ações", disse ele. Essa é uma "grande peça que está faltando e na qual estamos trabalhando para que as máquinas alcancem o próximo nível de inteligência". E contou que está trabalhando em agentes de IA que poderiam planejar e reservar cada etapa de uma viagem, por exemplo.
A Meta planeja incorporar seu novo modelo de IA ao WhatsApp e aos óculos inteligentes Ray-Ban. A empresa está se preparando para lançar o Llama 3 em uma variedade de tamanhos de modelos, para diferentes aplicativos e dispositivos, nos próximos meses.