Tecnologia
PUBLICIDADE

Por The New York Times — Nova York

Guindastes de construção ainda cercam a nova fábrica no parque industrial de Kulim, na Malásia. Mas, por dentro, legiões de trabalhadores contratados pela gigante tecnológica austríaca AT&S já se preparam para produzir a plena capacidade até o fim do ano. A empresa é apenas uma entre a enxurrada de companhias europeias e americanas que planeja se mudar ou expandir as operações na meca da produção elétrica e eletrônica do país do Sudeste Asiático.

A gigante americana de chips Intel e a empresa alemã Infineon estão investindo, cada uma, US$ 7 bilhões. Já a Nvidia, fabricante líder mundial de chips que alimentam inteligência artificial, se uniu ao conglomerado de serviços públicos do país para desenvolver uma nuvem de inteligência artificial de US$ 4,3 bilhões e um centro de supercomputadores. Texas Instruments, Ericsson, Bosch e Lam Research também se expandem na Malásia.

O boom é uma prova de quanto a fricção geopolítica e a concorrência estão remodelando o cenário econômico mundial e impulsionando decisões de investimento multibilionárias.

À medida que as rivalidades entre os Estados Unidos e a China em torno da tecnologia de ponta aumentam e as restrições comerciais se acumulam, as empresas – especialmente as de setores cruciais como os semicondutores e os veículos eléctricos – procuram reforçar suas cadeias de abastecimento e capacidades de produção.

Posição estratégica

A AT&S tinha unidades de produção na Áustria, Índia, Coreia do Sul e China – sua maior fábrica – quando começou a procurar um novo local.

- Ficou claro, após 20 anos de investimento na China, que precisávamos diversificar a nossa presença - disse Andreas Gerstenmayer, executivo-chefe da AT&S.

A empresa fabrica placas e substratos de circuito impresso de alta qualidade, que servem de base para componentes eletrônicos avançados que alimentam a inteligência artificial e os supercomputadores.

A pesquisa por novos ares começou ainda no início de 2020, quando começaram a alertas sobre o coronavírus na China. A AT&S explorou 30 países diferentes em três continentes antes de se decidir pela Malásia.

A posição estratégica do Sudeste Asiático no Mar da China Meridional e os laços econômicos de longa data com a China e os Estados Unidos tornam a região um local atraente para se estabelecer.

Países como a Tailândia e o Vietnã – a segunda opção da AT&S – também estão cortejando agressivamente empresas empresas de semicondutores para que se expandam para lá, oferecendo incentivos fiscais e outras iscas.

Mas a Malásia tem a vantagem de estar na frente. O país tem aproveitado a onda tecnológica desde a década de 1970, quando atraiu algumas das superestrelas mundiais da eletricidade e da eletrônica, como a Intel e a Litronix (agora ams Osram, com sede na Áustria e na Alemanha).

Isenções fiscais e parques industriais

O país criou uma zona de livre comércio na ilha de Penang, ofereceu isenções fiscais e construiu parques industriais, armazéns e estradas. A mão-de-obra barata foi um atrativo adicional, assim como a grande população de língua inglesa e um governo que apoiava o investimento estrangeiro.

- Eles estão bastante conscientes de quais são as necessidades da indústria de semicondutores - disse Gerstenmayer.

Ele continua:

- E têm um ecossistema bem desenvolvido nas universidades, na educação, na força de trabalho, na cadeia de abastecimento e muito mais. O apoio do governo foi outra atração

Tengku Zafrul Aziz, ministro do Investimento, Comércio e Indústria da Malásia, disse que o investimento estrangeiro começou a aumentar em 2019, impulsionado pela utilização cada vez maior de semicondutores em tudo, desde automóveis a dispositivos médicos.

Depois de a pandemia de Covid-19 ter revelado fraquezas devastadoras nas cadeias globais, o interesse no país como fonte adicional disparou. Essa tendência acelerou à medida que os conflitos entre grandes potências borbulhavam. Agora, a Malásia já é o sexto maior exportador mundial de semicondutores e embala 23% de todos os chips americanos.

O investimento direto estrangeiro foi de quase 40 mil milhões de dólares no ano passado, mais do dobro do total gerado em 2019.

- As empresas americanas e europeias e até as empresas chinesas queriam diversificar fora da China - disse Zafrul Aziz.

A China também está buscando instalações de produção fora do continente, em parte, dizem alguns, para contornar as sanções dos EUA. É uma estratégia "China mais um".

Mais recente Próxima Conheça a empresa que é apontada como futura rival da OpenAI e do Google
Mais do Globo

Ferramenta criada pelo GLOBO mostra que Rebeca Andrade tem 97% de probabilidade de subir ao pódio na ginástica artística hoje

Medalhômetro: veja as chances de medalha do Brasil na programação deste sábado em Paris-2024

Ciclista de 23 anos estreia neste domingo em Paris, nas provas de estrada

Tota Magalhães se prepara para disputar as primeiras Olimpíadas

Americana teve nota superior em três das quatro vezes que passou pelo aparelho nos Jogos Paris

Olimpíadas: Quanto Rebeca e Biles tiraram nos saltos até o momento; veja

Brasileira conseguiu a primeira e única vitória sobre a bicampeã olímpica do individual geral no torneio disputado na Antuérpia

Relembre: Rebeca derrotou Biles no salto do Mundial de 2023, marcado pela queda da americana

Documento já tem mais de 30 mil assinaturas. Pentatlo em 2028 não terá participação de animais

Após incidentes e maus tratos na Olimpíadas de Paris-2024, petição pede a proibição de cavalos em competições esportivas

Prova que vale medalha no aparelho acontece neste sábado e promete mais um duelo acirrado entre Simone Biles e Rebeca Andrade, única brasileira na disputa

Ginástica artística: veja programação e horário da final do salto nas Olimpíadas de Paris 2024

Ginastas disputam neste sábado a prova com expectativa se brasileira realizará movimento inédito

Olimpíadas: final do salto é mais um capítulo no duelo entre Rebeca e Biles

Jogos das Olimpíadas deste sábado (3) serão transmitidos pela TV Globo, Sportv, Globoplay e CazéTV

Olimpíadas de Paris-2024 hoje: programação e onde assistir ao vivo aos jogos deste sábado (3)

O ator concedeu uma entrevista na qual reconheceu que, quando a saga estava prestes a terminar, a incerteza o levou a lugares sombrios.

'Chegava ao set bêbado; há cenas em que pareço fora de mim', diz Daniel Radcliffe sobre filmagens de Harry Potter

Decisão judicial que restaurou benesse descabida a servidores do TCU revela urgência da reforma administrativa

Legislação continua a abrir brechas para privilégios