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Por Bloomberg — Denver

RESUMO

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GERADO EM: 02/08/2024 - 10:29

Possível venda do TikTok nos EUA: implicações políticas e econômicas

A proibição iminente do TikTok nos EUA devido a preocupações de segurança nacional, com a possibilidade de venda da plataforma, envolve implicações políticas e econômicas complexas. A China, a Meta, o YouTube e a Alphabet podem se beneficiar com a situação, enquanto os desafios incluem a resistência da ByteDance e a incerteza sobre o futuro do mercado americano de redes sociais.

O futuro do TikTok nos Estados Unidos está se encaminhando para seu desfecho. O Senado dos Estados Unidos aprovou na noite de terça-feira projeto de lei que obriga o TikTok a cortar laços com a ByteDance, sua controladora chinesa em até 360 dias. Caso isso não aconteça, o aplicativo de vídeos será proibido no país.

No sábado, o projeto de lei já havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados. E o presidente americano, Joe Biden, sancionou o projeto nesta quarta-feira, dando início à contagem regressiva. A medida foi incluída em pacote de ajuda à Ucrânia.

A preocupação dos parlamentares é que o TikTok represente uma ameaça à segurança para os usuários dos Estados Unidos porque a China exige que suas empresas, mediante solicitação, compartilhem quaisquer dados relacionados à segurança nacional com o governo.

Há temores de que o governo chinês possa usar os dados dos usuários do TikTok, por exemplo, desenvolvendo seus perfis e submetendo-os a chantagem, e que o app possa influenciar o conteúdo que os usuários americanos veem no aplicativo.

A TikTok e a ByteDance, sediada em Pequim, rebateram com veemência essas preocupações e prometem uma batalha nos tribunais. Veja abaixo o que está em jogo.

A ByteDance venderia o TikTok?

A gigante chinesa ByteDance não quer vender o TikTok e fará tudo o que estiver ao seu alcance para evitar esse cenário. Além disso, o governo chinês também precisaria aprovar qualquer plano de desinvestimento e já disse publicamente que se oporia a uma venda forçada.

O ex-presidente Donald Trump, o possível candidato republicano à presidência, disse que é contra uma venda, revertendo a posição que tomou quando quando estava no cargo. A oposição de Trump pode ser um fator importante nesse jogo de forças, caso ele vença a eleição antes que o processo de venda seja finalizado.

Quem compraria o TikTok?

Qualquer pessoa ou empresa que comprar a empresa precisará de uma carteira bem recheada. A ByteDance, que tem capital fechado, é avaliada em US$ 268 bilhões. O valor do TikTok nos EUA poderia chegar a algo em torno de US$ 40 bilhões a US$ 50 bilhões.

Para fins de comparação, Elon Musk pagou US$ 44 bilhões pelo X, a plataforma de mídia social anteriormente conhecida como Twitter, em 2022.

Um preço tão alto elimina a maioria dos compradores em potencial logo de cara. A Meta e a Alphabet , dona do Google, podem parecer compradores lógicos, mas estão atoladas em preocupações regulatórias relativas a praticas anticompetitivas, o que essencialmente as exclui.

A Oracle é frequentemente vista como um provável candidato à compra, pois a empresa de software corporativo já é parceira do TikTok nos EUA. Ela abriga os dados de usuários do aplicativo nos EUA e considerou uma oferta pela rede social em 2020, quando o então presidente Trump tentou forçar uma venda.

No entanto, os mais de US$ 87 bilhões em dívidas da Oracle de outra grande aquisição em 2022 tornam improvável que a empresa possa pagar pelo TikTok por conta própria. A Microsoft foi um dos outros principais candidatos a comprar os negócios do TikTok nos EUA em 2020, mas o negócio acabou fracassando.

O ex-Secretário do Tesouro Steven Mnuchin disse, sem dar detalhes, que ele está reunindo um grupo de investidores para comprar a operação da TikTok nos EUA, chamando-a de "grande negócio" em um entrevista à CNBC.

O TikTok poderia sobreviver sem o mercado dos EUA?

É possível. Em seu site, o TikTok se gaba de ser o aplicativo número um baixado em mais de 40 países diferentes. Embora os EUA sejam um público muito grande — mais de 170 milhões de usuários mensais — isso ainda é uma fração do bilhão de usuários totais do aplicativo de vídeos curtos que caiu no gosto dos jovens.

A ByteDance já opera um clone do TikTok na China, chamado Douyin, com centenas de milhões de seguidores.

Ainda assim, como outras plataformas aprenderam, os EUA são o mercado mais valioso para as redes sociais devido à predominância de grandes anunciantes dispostos a pagar para atingir o público americano.

E "entregar" os EUA a um concorrente colocaria em risco o restante dos mercados globais do TikTok, pois haveria uma preocupação real de que usuários do TikTok sejam atraídos para alternativas com presença nos EUA.

Uma proibição provavelmente também colocaria por terra a grande ambição do TikTok de expandir a versão americana do TikTok Shop, que combina entretenimento on-line com compras por impulso. A empresa prevê que o negócio poderia crescer dez vezes em 2024.

Quem se beneficiaria com uma venda do TikTok?

A resposta mais óbvia aqui é a Meta, proprietária do Instagram, aplicativo que já é incrivelmente popular e apresenta um produto rival do TikTok, o Reels.

Se o TikTok for vendido para outra empresa e fosse mal administrado, ou banido por um período significativo de tempo enquanto a logística de um desinvestimento fosse resolvida, o Reels seria a alternativa mais óbvia para os usuários dos EUA.

Trump disse que agora se opõe a forçar a venda do TikTok porque isso beneficiaria a Meta, que o suspendeu nas plataformas por dois anos em janeiro de 2021, após concluir que algumas de suas postagens incentivavam seus apoiadores a se revoltarem violentamente no Capitólio.

É possível que outros serviços focados em vídeo também possam se beneficiar, incluindo o YouTube, que é de propriedade da Alphabet. Além de ganhar usuários, a Meta e o YouTube provavelmente capturariam dólares de publicidade do TikTok se o aplicativo não puder mais operar nos EUA.

As ações da Meta e da Alphabet subiram depois que o projeto de lei de desinvestimento foi aprovado na Câmara dos Deputados na semana passada. O X poderia também ver um aumento nos usuários e na publicidade se o TikTok desaparecer ou tiver dificuldades.

Quais são os aspectos políticos envolvidos?

O debate nos EUA sobre o futuro do TikTok promete ficar mais confuso com a aproximação das eleições gerais. A reviravolta de Trump sobre o que fazer com o TikTok complicou as coisas para os republicanos.

Um rico doador republicano, o capitalista de risco Keith Rabois, postou no X que "nunca financiará" qualquer candidato republicano que votar contra o projeto de lei.

Ao mesmo tempo, votar a favor do projeto de lei poderia prejudicar alguns políticos com eleitores jovens que adoram o aplicativo e ficarão muito chateados se ele for banido dos EUA.

Além disso, é claro, há que se considerar a reação da China. Não está claro como o governo chinês responderia a uma venda forçada, mas as relações comerciais e diplomáticas entre os EUA e a China provavelmente seriam afetadas.

Quando o governo Trump pressionou pela venda do TikTok anos atrás, o Ministério das Relações Exteriores da China disse que o precedente de aquisição de uma empresa sob o pretexto de proteger a segurança nacional poderia fazer com que países estrangeiros visassem empresas americanas, chamando isso de abertura de uma "caixa de Pandora".

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