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Por Bloomberg — Los Angeles

A Apple disponibilizará algumas de suas próximas funcionalidades de inteligência artificial ainda este ano por meio de data centers equipados com seus próprios processadores internos, como parte de um esforço abrangente para infundir seus dispositivos com capacidades de IA.

A empresa está colocando chips de ponta — semelhantes aos projetados para o Mac — em servidores de computação em nuvem projetados para processar as tarefas de IA mais avançadas que chegarão aos dispositivos da Apple, de acordo com fontes.

Funcionalidades de IA mais simples serão processadas diretamente em iPhones, iPads e Macs, mas o plano de desenvolvimento ainda está em segredo.

A mudança faz parte da aguardada incursão da Apple em inteligência artificial generativa — a tecnologia por trás do ChatGPT e de outras ferramentas populares. Na área, a empresa está atrás das big techs concorrentes, mas está pronta para apresentar uma estratégia ambiciosa de IA em sua Conferência Mundial de Desenvolvedores, marcada para 10 de junho.

O plano da Apple de usar seus próprios chips e processar tarefas de IA na nuvem foi concebido cerca de três anos atrás, mas a empresa acelerou o cronograma após a febre de IA — impulsionada pelo ChatGPT da OpenAI e pelo Gemini do Google —, que forçou a empresa a agir mais rapidamente.

Os primeiros chips de servidores de inteligência artificial da marca serão os M2 Ultra, lançados no ano passado como parte dos computadores Mac Pro e Mac Studio. A empresa, inclusive, já está preparando versões futuras baseadas no chip M4.

Queda das ações

As ações da Apple chegaram a ser cotadas a US$ 184,59 nas negociações em Nova York depois que a Bloomberg reportou os detalhes. Mas os papéis da empresa de Cupertino apresentam desvalorização de 4% desde o início do ano.

Tarefas de IA relativamente simples — como fornecer aos usuários um resumo de suas notificações perdidas do iPhone ou mensagens de texto recebidas — poderiam ser tratadas pelos chips dentro dos dispositivos da Apple.

Trabalhos mais complicados, como a geração de imagens ou a síntese de artigos de notícias extensos e a criação de respostas em longo formato em e-mails, provavelmente exigiriam a abordagem baseada na nuvem — assim como uma versão aprimorada do assistente de voz Siri.

A medida, parte do lançamento do iOS 18 da Apple que acontecerá ainda neste ano, representa uma mudança para a empresa. Durante anos, a Apple priorizou o processamento em dispositivos, destacando-o como uma maneira melhor de garantir segurança e privacidade.

Mas pessoas envolvidas na criação do projeto de servidor da Apple dizem que componentes já presentes em seus processadores podem proteger a privacidade do usuário. A empresa usa uma ferramenta chamada 'Enclave Seguro', que pode isolar dados vindos de um ataque.

Por enquanto, a Apple planeja usar seus próprios data centers para operar os recursos em nuvem, mas eventualmente dependerá de instalações externas — como faz com o iCloud e outros serviços.

Luca Maestri, diretor financeiro da Apple, sugeriu a abordagem em uma teleconferência de resultados na semana passada, quando questionado sobre a infraestrutura de IA da empresa:

— Temos nossa própria capacidade de data center e então usamos a capacidade de terceiros. É um modelo que funcionou bem para nós historicamente, e planejamos continuar seguindo na mesma linha no futuro.

Lidar com recursos de IA em dispositivos ainda será uma parte importante da estratégia de IA da Apple. Mas algumas dessas capacidades exigirão seus chips mais recentes, como o A18 lançado no iPhone do ano passado e o chip M4 que estreou no iPad Pro esta semana.

Esses processadores incluem atualizações significativas para a chamada engine neural, a parte do chip que lida com tarefas de IA.

A Apple está atualizando rapidamente sua linha de produtos com chips mais poderosos. Pela primeira vez, está trazendo um processador de próxima geração — o M4 — para toda a sua gama de computadores Mac. O Mac mini, o iMac e o MacBook Pro receberão o M4 ainda este ano, e o chip irá para o MacBook Air, Mac Studio e Mac Pro no próximo ano, relatou a Bloomberg News em abril.

Juntos, os planos lançam as bases para a Apple incorporar a IA em grande parte de sua linha de produtos. A empresa se concentrará em recursos que facilitem a vida dos usuários enquanto passam o dia — como fazer sugestões e oferecer uma experiência personalizada.

A Apple não planeja lançar seu próprio serviço no estilo do ChatGPT, embora tenha estado em discussões sobre oferecer essa opção por meio de uma parceria.

Na semana passada, a Apple disse que a capacidade de executar IA em seus dispositivos a ajudará a se destacar dos concorrentes.

— Acreditamos no poder transformador e na promessa da IA, e acreditamos que temos vantagens que nos diferenciarão nesta nova era, incluindo a combinação única da Apple de integração perfeita de hardware, software e serviços — disse o CEO da empresa, Tim Cook, durante a teleconferência de resultados.

Sem entrar em detalhes, Cook disse que os semicondutores internos da Apple lhe darão uma vantagem neste campo ainda incipiente. Ele acrescentou que o foco da empresa em privacidade "sustenta tudo o que criamos".

A empresa investiu milhões de dólares na iniciativa baseada em nuvem nos últimos três anos. Mas ainda há lacunas nos serviços. Para usuários que desejam um chatbot, a Apple teve discussões com a Alphabet (dona do Google) e a OpenAI sobre a integração de um sistema desses no iPhone e iPad.

As conversas com a OpenAI recentemente se intensificaram, sugerindo que uma parceria é provável. A Apple também poderia oferecer uma variedade de opções de empresas externas, disseram pessoas familiarizadas com as discussões.

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