Nos últimos anos, a Meta vem tentando afastar, cada vez mais, as notícias de suas plataformas, seja por alegar que os usuários não têm interesse em acessar informação nas redes sociais ou para escapar de acordos para pagar pelo conteúdo de jornais.
Mas, agora, a nova ferramenta de inteligência artificial (IA) da empresa tem usado o conteúdo produzido por meios de comunicação para dar respostas aos usuários — e sem dar os devidos créditos, aponta uma reportagem do Washington Post.
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Em um teste feito pelo jornal americano, quando perguntado sobre quais as últimas e principais notícias, o chatbot da Meta praticamente parafraseava reportagens de matérias originais e, em muitos casos, até reproduzia frases iguais.
De acordo com o Post, as respostas não incluíam quaisquer links para os conteúdos originais ou a citação das fontes. Para acessá-las, os internautas teriam que clicar em outro botão ou em um link na parte inferior da página.
O principal receio de produtores de conteúdo é que o uso indevido e sem pagamento de notícias por ferramentas de IA de grandes plataformas e redes sociais afete a audiência dos sites de informação. Preocupação similar tem surgido em relação à versão com IA do buscador do Google, já lançado nos EUA.
Alimentado pelo modelo de linguagem Llama 3, chamado também de LLM, o chatbot da Meta não é programado por engenheiros. Ao contrário disso: aprende a imitar discursos humanos, conforme é mais é usado.
Em abril, em alguns países, o bot foi adicionado à barra de pesquisa do Facebook, Messenger, Instagram e Whatsapp, sem poder ser desativado. Para ser impactado, o usuário nem precisa procurar qualquer notícia. Se depara com elas no próprio feed. Esse recurso ainda não foi incorporado nos aplicativos da Meta no Brasil.
A ferramenta também está disponível no site independente: Meta.Ia