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Por — São Paulo

O Brasil vai ser um laboratório do Google para testar três novas ferramentas de segurança no Android, sistema operacional que roda na maior parte dos smartphones no país. Os recursos "antirroubo" foram apresentados nesta terça-feira, em São Paulo, durante o Google for Brasil, e estarão disponíveis a partir de julho.

Uma das principais novidades é uma espécie de "modo ladrão" para o celular. Quando ativado, ele realiza automaticamente o bloqueio da tela do aparelho após identificação de um roubo. O sistema usa inteligência artificial (IA) para detectar mudanças abruptas de direção e velocidade no movimento do celular - como no caso dos furtos em que os ladrões usam a bicicleta.

Os outros dois recursos são o bloqueio rápido remoto, que vai facilitar a trava do dispositivo, e o bloqueio de celular off-line, que vai bloquear a tela do aparelho ao identificar comportamentos incomuns dos usuários.

As funcionalidades, que tinham sido apresentadas em maio, vão estar disponíveis para usuários brasileiros com Android 10 ou versões mais recentes. A expansão para outros países vai acontecer de forma gradual ao longo do ano. A empresa também disponibilizou um link (goo.gle/android-seguro) para que usuários interessados possam se inscrever e receber as informações das novas ferramentas.

'Modo ladrão' ativado por IA

Exemplo de mensagem que irá aparecer na tela bloqueada após ativação do 'modo ladrão' — Foto: Reprodução/Google
Exemplo de mensagem que irá aparecer na tela bloqueada após ativação do 'modo ladrão' — Foto: Reprodução/Google

No caso do bloqueio automático da tela após detecção de roubo, o recurso vai operar em casos em que há variações repentinas na trajetória e na velocidade do celular, quando o dispositivo é arrancado da mão do usuário. Para identificar os movimentos, a inteligência artificial processa e analisa dados de sensores do celular.

Quando o movimento brusco acontece, a tela é automaticamente bloqueada e uma notificação é enviada para explicar o motivo da trava. Se for um "alarme falso", o usuário vai poder realizar o desbloqueio da tela normalmente, com senha ou reconhecimento biométrico.

A ideia é que o bloqueio automático da tela ajude a proteger os usuários que, ao serem vítimas de furto ou roubo, têm as suas contas pessoais acessadas, seja de bancos ou de outros aplicativos. Outro risco é o de informações pessoais serem acessadas pelos ladrões.

No caso do "Bloqueio rápido remoto", a funcionalidade permite bloquear a tela do dispositivo a partir do número do chip via a função "Encontre meu Dispostivo". Para isso, o usuário precisa entrar no serviço, inserir o número de telefone e resolver um desafio de segurança simples que trava da tela do dispositivo de qualquer lugar.

A página de bloqueio poderá ser acessada por computadores ou outros celulares. Não serão solicitadas as senhas de acesso à conta do Google, A ideia é que o recurso possa ser ativado rapidamente após o furto ou roubo de celular, explica Fabrício Ferracioli, gerente técnico de parcerias e engenharia de Android:

— Imagine que você está em um momento de estresse, em que não lembra a senha. A ideia é que possa entrar no "Encontre meu Dispositivo" e vai ter um botão onde será possível fazer o bloqueio. A resposta precisa ser rápida porque o assaltante é muito rápido quando começa a explorar o dispositivo.— diz Ferracioli.

Já o "bloqueio de dispositivo off-line" vai bloquear automaticamente a tela do celular quando o Android identificar ações incomuns do usuário, como remover o cartão SIM, estar em locais não frequentados por períodos prolongados ou ter a perda de conectividade por um tempo longo.

As funcionalidades, de acordo com o Google, têm sido testadas em parceria com fabricantes de celulares, como a Motorola e a Samsung. Para funcionarem, elas precisarão ser ativadas pelos usuários.

O desenvolvimento dos sistemas aconteceu a partir do intercâmbio de sugestões da equipe brasileira do Google com os engenheiros da sede da empresa nos Estados Unidos. Bruno Diniz, líder para Android no Brasil, diz que a ideia é que as ferramentas sejam levadas para outros mercados:

— É algo que começou no Brasil com o time de Android. E agora chegamos nesse ponto do ciclo em que lançamos primeiro no Brasil — conta Diniz, ao GLOBO.— Nós já sabíamos que havia um foco grande, no país, do roubo do dispositivo desbloqueado, porque aí é possível acessar dados pessoais e aplicativos de banco. Esse é um cenário que apareceu primeiro no Brasil e agora estamos vendo em outros lugares também.

Diniz acrescenta que o Google, futuramente, pretende criar novas funcionalidades de segurança também para outros cenários de roubo, furto e fraude - como quando a senha é conhecida pelo ladrão.

De acordo com a empresa, os recursos foram pensados também como ferramentas complementares às iniciativas anunciadas recentemente pelo governo federal, incluindo o "Celular Seguro", para inutilização de aparelhos roubados.

Outro novo recurso de segurança que irá chegar para os usuários brasileiros é focado no combate a fraudes e violações de privacidade a partir do "Sideloading", processo de instalar aplicativos alternativos que não estão no Google Play Store, nem em outras lojas oficiais de aplicativos.

Com a atualização, os usuários que instalarem determinados apps alternativos terão a ação bloqueada e receberão uma explicação sobre as permissões detectadas que podem ser um indicativo de aplicação maliciosa. O sistema, que está em testes em Singapura, tem o objetivo de proteger usuários que forem induzidos a instalar apps que, por exemplo, fazem a gravação da tela do aparelho ou acessam informações sensíveis.

— É uma combinação de fatores (para ativação do bloqueio). Existem golpes de várias naturezas e vários deles estão associados a acesso a informações sensíveis de aplicativos que não são verificados pelas lojas. Quando tivermos sinais suficientes (desses acessos indevidos) vamos bloquear e avisar o usuário — explica Fabrício Ferracioli.

Entre os sinais de alerta para o bloqueio da instalação, estão a leitura de mensagens de SMS e de notificações do celular. A camada de segurança vai ser disponibilizada a partir do fim de junho e poderá ser ativada na nova versão do Google Play Protect, o antivírus da empresa.

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