Economia

Tesouro diz que órgãos públicos devem se alinhar para garantir contingenciamento

Secretária do órgão destaca que cortes são importantes para o equilíbrio fiscal
Para a economista-chefe do Santander, Ana Paula Vescovi, vai ser muito difícil corrigir o texto do Orçamento Foto: Andre Coelho / Agência O Globo
Para a economista-chefe do Santander, Ana Paula Vescovi, vai ser muito difícil corrigir o texto do Orçamento Foto: Andre Coelho / Agência O Globo

BRASÍLIA - A secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, disse, nesta quinta-feira, que os órgãos públicos precisam se alinhar para cumprir o corte de gastos de R$ 42,1 bilhões anunciado pelo governo para garantir o cumprimento da meta fiscal de 2017. Ela reconheceu que a restrição nas despesas é dura, mas que ela é importante para que o Brasil retome o equilíbrio fiscal.

O contingenciamento foi parte do conjunto de medidas do governo para cobrir um rombo de R$ 58,2 bilhões nas contas do ano.

— Todos precisam se preparar para essa restrição de recursos e é importante que todos os órgãos se alinhem para cumprir a meta de limitação de gastos. A meta é extremamente importante para que o Brasil volte ao cenário de equilíbrio — disse a secretária.

A secretária afirmou que o contingenciamento de R$ 42,1 bilhões é duro, mas negou que a meta de R$ 139 bilhões para o ano tenha sido ousada. Segundo ela, essa é a meta necessária para sinalizar aos investidores que o Brasil está em recuperação.

— A meta é a necessária para sinalizar o esforço. O Brasil tem pressa. O Brasil precisa recuperar a confiança, porque isso sim é que vai ativar investimentos. Acreditamos que a reativação vai ser importante e ajudar no cumprimento das próximas metas e Orçamentos. Isso vai melhorar a condição das famílias e empresas. É a meta necessária — disse, completando:

— O contingenciamento é duro, de fato. Mas por trás disso, além do esforço de tentar mitigá-lo, tem um esforço de gestão que será voltado a organização das estruturas de governo a essa nova estrutura de gasto.

Ela disse que, com o contingenciamento, o governo precisará redimensionar a carteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e rever as possibilidades de execução. A secretária negou, no entanto, que haverá atrasos. Questionada sobre o recuo de 70,5% no investimento no primeiro bimestre, Ana Paula afirmou que, à medida que as receitas da União tenham uma performance melhor, esses cortes poderão ser revistos.