Economia

Trump libera US$ 50 bilhões para negócios afetados pelo coronavírus nos EUA

Dinheiro será usado para empréstimos com juros baixos a pequenas empresas afetadas pela pandemia
O presidente americano, Donald Trump, fez um pronunciamento à nação sobre o coronavírus Foto: JASON REDMOND / REUTERS
O presidente americano, Donald Trump, fez um pronunciamento à nação sobre o coronavírus Foto: JASON REDMOND / REUTERS

WASHINGTON — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou medidas adicionais para minimizar os impactos da pandemia do novo coronavírus na economia americana. Em pronunciamento à nação na noite desta quarta-feira, Trump informou que irá instruir a Administração de Pequenos Negócios (SBA, na sigla em inglês) — agência federal de suporte a empreendedores e pequenas empresas — a fornecer “capital e liquidez a empresas afetadas”, que receberá fundos adicionais de US$ 50 bilhões.

— A SBA vai começar a fornecer empréstimos econômicos em estados e territórios afetados — explicou o presidente. — Esses empréstimos com juros baixos vão ajudar pequenos negócios a superarem as interrupções econômicas provocadas pelo vírus.

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A medida terá efeito imediato. Além disso, o presidente informou que irá instruir o Departamento do Tesouro a adiar pagamentos de impostos, sem juros ou multas, para certos “indivíduos ou negócios impactados negativamente”.

O republicano também se comprometeu a negociar com o Congresso para fornecer aos americanos “alívio imediato dos impostos sobre folhas de pagamento”.

— Esta ação irá fornecer mais de US$ 200 bilhões adicionais em liquidez para a economia — disse Trump. — Nós estamos num momento crítico na luta contra o vírus.

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Auxílio financeiro para trabalhadores

No pronunciamento, Trump fez recomendações à população, com medidas higiênicas como lavar bem as mãos, e contou sobre reunião com representantes da indústria de seguros de saúde, que concordaram em “renunciar a todos os copagamentos para tratamentos para o coronavírus”, estendendo a cobertura para a doença para evitar “contas médicas surpresa”. E recomendou que quem estiver doente “fique em casa”.

— Para garantir que os trabalhadores americanos impactados pelo vírus possam ficar em casa sem medo de dificuldades financeiras, em breve eu tomarei ações de emergência, o que é sem precedentes, para fornecer alívio financeiro — disse o presidente. — O foco será em trabalhadores que estão doentes, em quarentena ou cuidando de outros por causa do coronavírus.

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Trump recordou sua primeira medida para lidar com a pandemia. Na semana passada, assinou lei aprovada pelo Congresso que cria fundo de US$ 8,3 bilhões para ajudar o Centro de Controle e Prevenção de Doenças e outras agências no combate ao vírus, financiando a pesquisa por vacinas, tratamentos e distribuição de suprimentos médicos.

Reação do mercado

Além dos incentivos econômicos, Trump anunciou a suspensão de todos os voos da Europa para os EUA por 30 dias , contados a partir desta sexta-feira. A proibição não afeta o Reino Unido, nem o transporte de cargas. A medida não foi bem recebida pelos mercados asiáticos, que estavam começando as negociações de quinta-feira. Logo após o pronunciamento, o índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, caía 3,22%. Hong Kong abriu em queda de 2,88%.

A proibição dos voos deve pressionar ainda mais os preços do petróleo. Logo após o anúncio da medida, o barril de West Texas Intermediate perdeu mais 2,6%, para 32 dólares, enquanto o Brent se desvalorizou em 2,3%, para US$ 35.

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O pronunciamento aconteceu no mesmo dia em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou pandemia mundial do novo coronavírus, com mais de 118 mil casos confirmados em 114 países, e 4,3 mil mortes. China, Itália, Irã e Coreia do Sul concentram as infecções, mas França, Espanha e Alemanha já registram mais de mil pacientes com a doença. Segundo a entidade, os EUA têm 696 casos. Porém, o New York Times já contabiliza 1.190 casos confirmados em território americano, espalhados por 41 estados e a capital, Washington, com 37 mortes.