Economia

'Vocês vão sentir já, já o bafo do reaquecimento da economia' diz Guedes

Ministro afirma que, apesar da retomada, não é possível esperar altas taxas de crescimento
Ministro da Economia, Paulo Guedes Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
Ministro da Economia, Paulo Guedes Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

SÃO PAULO - O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que os sinais de retomada da economia vão ficar cada vez mais claros com o efeito das medidas econômicas que já foram tomadas, como ações para redução do preço do gás, a economia causada pela Reforma da Previdência e os investimentos do plano de privatizações.

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— Tem muita coisa andando e vocês vão sentir já já o bafo do reaquecimento da economia — disse Guedes durante participação em evento do jornal O Estado de São Paulo.

Segundo o ministro, apesar da retomada, não é possível esperar altas taxas de crescimento, defendendo primeiro a consolidação das contas públicas.

— É ingênuo prometer que vamos crescer 4% ou 5% — alertou, mas afirmando que no ano que vem a economia crescerá mais do que o dobro do que está crescendo em 2019.

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O levantamento Focus do Banco Central (BC) mostra que os economistas esperam um avanço de 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, pouco acima dos 0,88% da previsão da semana anterior. Para o ano que vem, a projeção é de uma expansão de 2% e que será um crescimento sustentável.

Para Guedes, o principal desafio é fazer o controle dos gastos públicos e dessa forma abrir caminho para o crescimento.

— Foram décadas de irresponsabilidade fiscal mesmo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Os estados e municípios estão quebrados e a União estava indo na mesma direção — disse.

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Entre as  medidas para fazer a consolidação fiscal, o ministro afirmou que será criado nos próximos dias o Conselho Fiscal da República, que contará com integrantes dos três poderes.

— Tudo isso será feito no devido temo. Acho que o devido tempo será em uma semana — disse.

Mais uma vez, voltou a criticar o que chama de “dirigismo”, que é a concentração das decisões de investimento nas mãos do governo e as vinculações do orçamento.