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Por Talita Duvanel — Rio de Janeiro

Em junho, Gal Gadot passou cerca de 40 horas em São Paulo e não conseguiu pregar os olhos nem por um minuto. “Culpa” dos fãs brasileiros, que lotaram o prédio da Bienal no Ibirapuera no dia 16, e o gramado do Parque, no dia 17, para o Tudum, evento da Netflix que trouxe ao país a atriz israelense e outras estrelas hollywoodianas. “Estava com muito jet lag, mas não dormi. Quando você recebe tanta energia incrível, é eletrizante. Vocês, brasileiros, são inacreditáveis”, disse Gal, por telefone, dois dias depois de voltar para uma de suas casas, em Los Angeles — a outra é em Tel Aviv.

Fã do Rio, cidade que conheceu pela primeira vez nas filmagens de “Velozes e furiosos 5”, em 2010, e de Gal Costa (“Fiquei muito triste com a morte dela no ano passado”), a atriz de 38 anos esteve no Brasil — considerado pelos marqueteiros o país onde estão os fãs mais fervorosos do planeta — para divulgar o filme “Agente Stone”, que estreia na próxima sexta-feira, dia 11. Na produção, ela interpreta Rachel Stone, espiã de uma misteriosa organização cuja missão é manter a paz mundial com o auxílio de uma ferramenta de inteligência artificial cobiçada por hackers. Além de Gal, o elenco tem Jamie Dornan, famoso por interpretar Christian Grey no filme “Cinquenta tons de cinza”, e a novata em Hollywood Alia Bhatt, do longa indiano “RRR”.

Gal Gadot diz que se sente confiante para produzir e contar histórias sob uma perspectiva feminina — Foto: Dudi Hasson
Gal Gadot diz que se sente confiante para produzir e contar histórias sob uma perspectiva feminina — Foto: Dudi Hasson

Gal também é a produtora de “Agente Stone”. Aliás, tem se especializado nisso nos últimos anos: atuar e produzir filmes, principalmente de ação. “Mulher-Maravilha 1984”, de 2020, por exemplo, foi uma coprodução dela. “Sou muito fã desse gênero. Depois do sucesso de ‘Mulher-Maravilha’, quando percebi que havia espaço para mais histórias de ação focadas em mulheres, ganhei confiança para criar nossas próprias coisas, contar histórias sob uma perspectiva feminina”, diz a artista.

Sua produtora, a Pilot Wave, é uma sociedade com o marido, o empresário israelense do ramo imobiliário Jaron Varsano, que ela conheceu num retiro de ioga no deserto. Os dois são casados desde 2008 e pais de três meninas: Alma, de 13 anos; Maya, de 5; e Daniela, de 2. O trabalho ao lado dele foi uma “evolução orgânica da relação”. “Jaron é empresário e me completa. Minhas fraquezas são as forças dele e vice-versa. Poder trabalhar com o homem que mais amo e sei que vai me proteger é um sonho”, diz Gal.

O pontapé para ser dona do próprio negócio, ela diz, veio de Annette Bening, atriz indicada a quatro Oscars e com quem Gal contracenou no filme “Morte no Nilo” (2022). Num jantar de aniversário na casa dos Gadot para Patty Jenkins, diretora de “Mulher-Maravilha”, Gal cercou Annette para pedir conselhos. “Ela é uma atriz e mãe incrível de quatro filhos. Perguntei a ela: ‘Como você consegue tudo isso?’ Num determinado momento da conversa, ela falou: ‘Se você quer alguma coisa, tem que ir buscar. É assim que funciona em Hollywood’. Olhei para o meu marido, sorrimos com os olhos e soubemos que era o que a gente ia fazer”, conta Gal.

Gal é faixa preta em Krav Maga, luta que aprendeu quando serviu ao exército e que a ajuda a se manter centrada — Foto: Dudi Hasson
Gal é faixa preta em Krav Maga, luta que aprendeu quando serviu ao exército e que a ajuda a se manter centrada — Foto: Dudi Hasson

É no mínimo curioso pensar que a atriz tenha perguntado como Annette “consegue tudo isso”, sendo que a própria Gal é sempre alvo da mesma pergunta — geralmente acompanhada de trocadilhos com “Mulher-Maravilha”. Como ela consegue ser tanta coisa — uma das atrizes mais bem pagas de Hollywood, produtora, dona de uma marca de macarrão com queijo com pegada saudável, mãe de três filhas, simpática com os fãs... Sim, os brasileiros deliraram com a carisma dela nos palcos da Netflix.

“Antes de qualquer coisa, sou a mãe de Alma, Maya e Daniela, esposa do Jaron, filha dos meus pais e irmã da minha irmã. Sou muito ligada à família. Mas, ao mesmo tempo, quando as crianças estão na escola, vivendo a vida delas, gosto de estar em movimento, de criar. Amo a rotina de não ter rotina. Ao me preparar para um filme, ou ao gravar, entro no modo trabalho, mas sempre tento balancear os dois modos.”

Se dependesse da vontade da colega Margot Robbie, Gal Gadot estaria não só no catálogo da Netflix com “Agente Stone” neste mês como também nos cinemas com o filme “Barbie”. Isso porque a protagonista e produtora da grande sensação cinematográfica do momento falou em entrevistas recentes que o sonho dela era ter conseguido um espaço na agenda de Gal para tê-la no filme da boneca, dirigido por Greta Gerwig. “Gal Gadot tem a energia da Barbie”, disse Margot à Vogue americana em maio. “Ela é impossivelmente linda, mas você não a odeia por ser bonita porque ela é genuína. E é entusiasticamente gentil.”

Para a amiga Margot Robbie, Gal Gadot é uma mulher genuína e “impossivelmente linda”: energia da Barbie — Foto: Dudi Hasson
Para a amiga Margot Robbie, Gal Gadot é uma mulher genuína e “impossivelmente linda”: energia da Barbie — Foto: Dudi Hasson

A israelense diz que leu essa entrevista e, inclusive, falou com Margot sobre o assunto. “Quando aterrissei em Los Angeles, ao voltar do Brasil, a encontrei no aeroporto e conversamos. Eu falei: ‘Ok, farei o que você quiser agora’”, relembra Gal. “E ela disse: ‘Às vezes, Greta e eu ficávamos paradas pensando (no set) o que a Gal faria’. Margot é incrível, a adoro, mas não sei exatamente o que é ter uma energia de Barbie (risos). Acho que deve ser um grande elogio vindo dela.”

A Barbie Gal, se retratasse a realidade, precisaria ser bem pé no chão. Porque é assim que ela diz ser. Nascida em Petah Tikva, uma pequena cidade nos arredores de Tel Aviv, Gal começou a carreira como modelo, sendo Miss Israel em 2004. Trabalhou como modelo e atriz de séries em seu país natal, o que lhe abriu portas para testes no exterior. Seu primeiro papel em Hollywood foi na franquia “Velozes e furiosos”, em 2009. Antes disso, passou, como toda jovem de seu país, pelo serviço militar, onde conseguiu a faixa preta em Krav Maga, um tipo de luta desenvolvida pelo exército local.

Na visão da artista, toda essa experiência ajuda a se manter centrada. “Não nasci numa família real ou hollywoodiana. Vim de uma cidade pequena, num país pequeno, no meio do Oriente Médio. Para mim, fama e sucesso não são garantidos”, diz a atriz. “Não acho que mudei muito em relação à menina que fui. Sou humilde, grata e feliz por estar onde estou. E, às vezes, há momentos em que penso: ‘Isso realmente está acontecendo comigo?’ (risos). Mas fico feliz de ter esses questionamentos porque eles me mantêm com os pés no chão.”

Gal Gadot: 'Sou humilde, grata e feliz por estar onde estou’ — Foto: Dudi Hasson
Gal Gadot: 'Sou humilde, grata e feliz por estar onde estou’ — Foto: Dudi Hasson

Parte das perguntas que passam constantemente pela cabeça de Gal quando ela lança uma nova empreitada tem a ver com o medo da recepção das pessoas. Descobriu que isso acontece nas melhores famílias e com os maiores sucessos, até com Francis Ford Coppola, diretor da franquia “O poderoso chefão”. Perguntadeira, descobriu esse ponto em comum com ele quando o questionou sobre “como era ser um tesouro nacional”. “Ele me respondeu assim: ‘Sabe de uma coisa, Gal? Sempre estou preocupado se as pessoas vão gostar ou não do que faço’. Se você tem alguém como o Coppola falando que tem dúvidas sobre si mesmo, você percebe que isso é algo bem normal”, diz a atriz. “E acaba sendo bom porque ajuda a me manter simples e humilde.”

Uma experiência marcante no início do ano, que a fez fortalecer ainda mais as raízes simples, foi colocar sua voz num audioguia do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia. O local, maior símbolo das atrocidades nazistas e do genocídio do povo judeu durante a Segunda Guerra Mundial, recebe visitantes do mundo inteiro. Quem chega por lá agora ouve as narrações na voz de Gal, cuja própria história é intrinsecamente ligada ao lugar. Seu avô materno foi o único sobrevivente da família que resistiu aos horrores daquele cativeiro.

“Fui procurada pelo Steven Spielberg para fazer essa gravação e claro que aceitei. Nem perguntei para onde era, apenas imaginei que iria para um dos museus do Holocausto”, conta. “Depois que gravei, soube que era para Auschwitz. Imediatamente liguei para a minha mãe e contei tudo. Imagina se alguém sussurrasse ao meu avô 80 anos atrás, no frio, órfão, depois de todo o horror: sua futura neta vai gravar um áudio para manter a memória viva sobre o que aconteceu aqui? Foi como completar um círculo.”

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