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“O Woody é meu amigo desde sempre.” A frase dita por um Andy já crescido na animação “Toy story 3”, enquanto titubeia em doar seu boneco de caubói, é capaz de fazer lacrimejar os olhos até dos marmanjos desapegados. Afinal, brinquedos costumam figurar entre as mais fortes memórias afetivas da nossa vida. A designer Lully Salle, de 45 anos, sabe exatamente o que o personagem sentiu naquele momento. Ela própria se arrepende até hoje de ter se desfeito de seus brinquedos durante a adolescência. “Queria ser grande a todo custo na época. Hoje, são como obras de arte para mim”, diz.

Dona de um acervo de 500 objetos do tipo e do Instagram @pastel_cubes_toys, ela faz parte de uma cena que só cresce nas redes: a de colecionadores de brinquedos fabricados, sobretudo, nos anos 1980 e 1990. Adultos com um faro apurado para vasculhar antiquários, brechós e sites, e capazes de rememorar as melhores brincadeiras ou até mesmo satisfazer sonhos não realizados.

Lully tem o Instagram @pastel_cubes_toys — Foto: Arquivo pessoal
Lully tem o Instagram @pastel_cubes_toys — Foto: Arquivo pessoal

Um dos perfis mais populares nesta seara é o “Eu e meu guarda-chuva” (@meuguardachuva), abastecido pela designer têxtil Heloisa Fleming e seguido por 82 mil admiradores no Instagram. Ela começou a garimpar seu acervo munida de um objetivo: “Queria morar num lugar de sonho”. Montou, então, um canto para chamar de seu no apartamento onde vive, decorado com caixinhas de música na parede, um pôster do filme “Lua de cristal”, estrelado por Xuxa, e uma cristaleira repleta de brinquedos antigos, com direito a um chocolate Laka embalado na primeira versão. “Tenho cerca de 300 peças e, finalmente, estou catalogando tudo. Vi que estava a um passo de chegar na acumulação”, brinca.

Heloisa não viveu a infância sem brinquedos, mas recorda-se de desejar alguns e não ganhá-los. Quando começou a coleção, quis logo completar toda a linha da apresentadora Eliana. E da-lhe “Sorveteria da Eliana”, “Maquininha de chiclete da Eliana”, cujos anúncios passavam na TV, nos anos 1990. Ela mostra todas as aquisições no perfil, além de dar dicas de lojas para os assinantes e comercializar itens vintage, como adesivos e clipes coloridos de plástico dentro da maçã de acrílico (lembra?).

Heloisa montou um cômodo de "sonho" em sua casa — Foto: Arquivo pessoal
Heloisa montou um cômodo de "sonho" em sua casa — Foto: Arquivo pessoal

Também ressalta nunca ter feito uma extravagância. No máximo, pagou R$ 500 no mítico motorhome da Barbie, um hit dos anos 1990. Mas, se tivesse R$ 30 mil dando sopa na conta bancária, sabe o que faria: “Tem uma casa enorme da Barbie, ainda lacrada, no Mercado Livre, que é o meu sonho”.

Em todos os perfis, não faltam desabafos emocionados de pessoas que tiveram uma memória ativada. E vale para todas as idades. “Uma vez, uma menina me escreveu perguntando se podia morar na minha casa”, conta Heloisa.

A cristaleira de brinquedos de Heloisa — Foto: Arquivo pessoal
A cristaleira de brinquedos de Heloisa — Foto: Arquivo pessoal

Tamanha adesão ocorre, segundo o psicólogo Rossandro Klinjey, especialista em desenvolvimento pessoal, porque as redes “tornaram-se um verdadeiro ‘armário digital’”. E, nesse campo, os brinquedos têm poder quase mágico. “A nostalgia atua como uma utopia, não buscando o retorno a um local específico, mas o anseio por reviver um momento. Fotos e vídeos podem desencadear essa sensação, mas é o brinquedo que nos permite ‘tocar’ esse passado.”

Engana-se, porém, quem pensa que a turma brinca como criança. A graça, dizem, é manter os itens bem cuidados e à vista. Que o diga o farmacêutico Thi Bonfanti (@thibonfanti, no Instagram), de 38 anos, dono de uma respeitosa coleção da Barbie: ele tem 90% de todos os produtos da boneca fabricados pela Estrela no Brasil, entre 1982 e 1996. Ficam num quarto de sua casa, onde a iluminação é especial e um umidificador resguarda a qualidade do ar. O motivo de tanto zelo? “Tenho um lugar onde, não importa o que esteja passando, vou encontrar só sorrisos.”

Barbie rara do acervo de Thi Bonfanti — Foto: Arquivo pessoal
Barbie rara do acervo de Thi Bonfanti — Foto: Arquivo pessoal

Encantado desde menino pela boneca, que completou 65 anos ontem, ele sempre se inspirou na liberdade de ela ser o que quiser. A brincadeira tida como “coisa de menina”, porém, não lhe era livremente permitida e, ao conquistar independência financeira, quis preencher essa lacuna. Embora não fale em valores, admite fazer “abdicações imensas” em nome de itens raros. E, quando julgado por isso, dá de ombros e responde: “Estamos falando de percepção. Eu, por exemplo, acho um absurdo gastar uma fortuna num carro. Jamais faria isso”.

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