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Por — São Paulo

RESUMO

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GERADO EM: 04/08/2024 - 04:45

Eliana aos 51: desafios, projetos e confiança

Aos 51 anos, Eliana enfrentou desafios com gravidez de risco e assume novos projetos na TV. Feminista, fala sobre liberdade sexual e mudanças na carreira, inclusive no programa "Saia Justa". Revela aspectos pessoais e se mostra confiante em sua nova fase, sem a necessidade de provar nada a ninguém.

Eliana Michaelichen, de 51 anos, lembra bem de um dos dias mais decisivos de sua vida: a véspera do nascimento da segunda filha, Manuela, hoje com 6 anos, do casamento com o diretor de TV Adriano Ricco. A apresentadora, “embora sempre muito espiritualizada” (é católica, devota de Nossa Senhora Aparecida), sentia medo de não resistir ao parto e deixar de viver tudo o que sonhava ao lado da família — que também inclui Arthur, de 12 anos, do relacionamento com o produtor musical João Marcello Bôscoli. “A maior dificuldade de uma gestação de risco (ela sofreu descolamento de placenta e precisou ficar cinco meses de repouso) é não saber como vai terminar”, lembra, em entrevista de uma hora por chamada de vídeo. “Esse episódio me fez uma mulher mais madura, mais empática. Foi uma grande transformação.”

Passado o susto, Eliana não hesitou em voltar ao trabalho, mas sentiu vontade de mudar. Após 15 anos como uma das principais estrelas do SBT, agora dá expediente como âncora do “Saia Justa”, do GNT, que estreia nova formação na próxima quarta-feira. E não só: no ano que vem, assume o comando do “The Masked Singer Brasil”, na TV Globo.

Não é a primeira vez que ela passa por uma grande mudança profissional. A paulistana, filha de um zelador e de uma diarista, começou no showbiz na adolescência, como cantora dos conjuntos A Patotinha e Banana Split. Migrou para a TV em 1991 para apresentar o infantil “Festolândia”, no SBT. Anos depois, foi contratada pela Record, onde seguiu com atrações para crianças até ganhar um programa de auditório, aos domingos. Voltou para o SBT em 2009 e, agora, mostra-se preparada para a nova fase: como nunca antes, promete expressar suas opiniões em rede nacional.“Talvez, só faltava esse espaço”, afirma Eliana, que também fala, a seguir, sobre a influência da mãe, Eva, o assédio moral no começo da carreira e a própria liberdade sexual.

Por que decidiu mudar de emissora?
Aos 50 anos, senti vontade de inovar, mas não sabia de que maneira ia acontecer. Já tinha feito outras transições, fui de cantora para apresentadora e, então, do público infantil para a família brasileira. E fiz isso em um ambiente predominantemente masculino. Só havia homens falando aos domingos, em programas de auditório. Gosto de movimentação, de me desafiar.

Como reagiu aos boatos de que estava saindo do SBT rompida com Patricia Abravanel?
Isso é parte de um costume de rivalizar mulheres. Se houvesse alguma questão, não teria recebido homenagem ao sair. Sou grata, especialmente, ao Silvio Santos, que brincou muito com isso. Do fundo do meu coração, preciso acreditar que é só brincadeira.

O “Saia Justa” demanda das apresentadoras que falem sobre visões. Está disposta a se expor?
As pessoas me veem como discreta, e talvez seja. Há um lugar que não conhecem, da mulher que gosta de se abrir. Durante anos, as apresentadoras do “Saia” foram jornalistas, a Mônica Waldvogel e a Astrid Fontenelle. Agora será uma comunicadora. Quero ser acolhedora, para ouvir, aprender e falar sobre mim. Sim, quem me acompanha há muitos anos vai poder se divertir com histórias que nunca contei. Nos encontros que já tive com Tati Machado, Bela Gil e Rita Batista morremos de rir.

Será a primeira vez que trabalhará na mesma emissora que o seu marido, o diretor Adriano Ricco. Como se conheceram?
Um amigo em comum, Ariel (Jacobowitz, ex-diretor do “Programa da Eliana”), disse que tinha alguém para me apresentar e que ele era filho do jornalista e crítico de TV Flávio Ricco. Fiquei receosa, mas ele disse para investir, pois a família era muito legal. Nosso primeiro encontro foi em um jogo do Miami Heat, time de basquete para qual torcemos, com cachorro-quente, na arquibancada. Eu estava de férias nos EUA. O primeiro beijo saiu lá para o quarto encontro. Depois não nos desgrudamos mais.

Você já disse que sofreu assédio. Como foi?
Não foi um sexual, foi moral. A pessoa queria entrar no meu camarim para passar o programa e eu disse que não, pois estava me trocando. Houve gritos, discussão. Quando ele entrou, foi muito agressivo e eu me defendi. Fui ameaçada. Era muito jovem, com 17 anos. Cheguei na direção da emissora e disse que seria impossível continuar com aquela pessoa por perto. Ele foi afastado.

De onde veio a segurança para denunciar?
Sempre tive minha mãe me orientando. Tive uma rede de apoio que inclui também minha irmã Helena.

A gravidez da sua segunda filha, Manuela, foi de risco. Como lidou com esse diagnóstico?
Fiquei cinco meses em uma cama. Tinha muito medo de morrer, mesmo com toda minha fé. Quando a Manuela nasceu, saudável, aprendi a agradecer todos os dias pela minha vida e a das pessoas que amo. A valorizar cada raio de sol, porque fiquei cinco meses com apenas dez minutos de sol diário batendo na cama. Passei a ter certeza de que não há certeza para nada.

A Eliana mãe já cantou “Os Dedinhos” para eles?
Quis que descobrissem aos poucos. Eles souberam da música pelos amigos da escola. Deixei que me pedissem para ver e ouvir. Dia desses, assistimos juntos, pela primeira vez, ao filme “Eliana em o Segredo dos Golfinhos” (2005).

Como foi sua criação?
Meu pai era um clássico machista. Minha mãe, à sua maneira, conseguia impor suas vontades. Ele, por exemplo, não a apoiou para tirar carteira de motorista. Também achava que ser artista era algo menor. Sei que não era uma questão dele, mas social.

Então, é feminista?
Num país com tanta desigualdade não dá para não ser feminista, sendo mulher. Faz parte da nossa sobrevivência.

Como lidou com o fechamento da sua editora de livros, a MasterBooks, em 2019?
Lancei livros que me deram muito prazer, como as biografias de Milton Nascimento e Elis Regina (mãe de seu primeiro marido, João Marcello Bôscoli). Tive a editora por dez anos, mas por vezes não era reconhecida como quem lançava os livros. Por que uma apresentadora não pode ter uma editora de livros de arte?

De que forma a figura da Elis Regina é representada em sua família? É próxima de Maria Rita?
Arthur tem o DNA de uma das maiores cantoras da música brasileira e já entende o legado da avó. Também ama boa música e faz ótimas playlists. Eu e a Maria Rita, embora ex-cunhadas, temos muito carinho uma pela outra, nos falamos bastante.

E o que mudou na sua vida, depois dos 50? Já sofreu etarismo?
Ouvi perguntas do tipo “está grávida com essa idade?”. Fui uma mãe já tardia e senti muito isso (deu à luz Arthur, aos 38, e Manuela, aos 44). Também já li comentários do tipo “não está tão bonita quanto antigamente” e “olha as rugas”. Às vezes, dói ouvir isso, mas relevar é preciso. E, modéstia à parte, gosto do que vejo no espelho. Se eu não envelhecer aos olhos do público só tenho como alternativa morrer cedo, e isso eu não quero.

Já vive os sintomas da menopausa?
Tenho tido oscilações hormonais e de temperatura, então... A menopausa já está batendo na porta.

Qual o papel da sexualidade na sua vida? A Xuxa contou que você deu um sex toy para ela...
Quando mais jovem, queria mais impressionar do que aproveitar. Hoje penso muito mais no meu prazer, nos meus desejos. O meu corpo é algo que sempre explorei. Até médicos já se impressionaram como eu conhecia cada detalhe, reconhecia uma dor. Sempre fui de explorar meu corpo, de me tocar.

O Brasil viveu uma acalorada discussão sobre a PL Antiaborto. Qual sua opinião?
Eu sou absolutamente contra a criminalização do aborto. Essa lei é um retrocesso. Além de tudo, criança não é mãe.

E qual é a sua opinião sobre a descriminalização das drogas?
Quando ainda trabalhava com crianças, fiz uma campanha “diga não às drogas”, que foi muito forte. Não tenho as respostas sobre todos os temas e, quanto a essa questão, preciso refletir mais para responder.

Que mulher vamos conhecer nessa nova fase?
Quero que vocês me digam quem é ela. Modéstia à parte, estou numa fase que não preciso provar nada para ninguém. Quero ser feliz fazendo o que amo.

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