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Uma casa de coisas. Esse era o objetivo da curadora carioca Roberta Damasceno, há 18 anos, ao abrir a multimarcas Dona Coisa. Oriunda do mercado financeiro, a experiência com moda era quase zero (antes tinha tido um brechó de roupas e móveis). “Desde o início, fiz questão de montar um espaço só com grifes brasileiras, que, no começo dos anos 2000, não eram tão valorizadas”, frisa.
Celebrando 18 anos de vida e com lançamento da nova coleção de sua etiqueta própria, a Número dez, na quinta-feira, dia 21, Roberta já tem muita história para contar e outras tantas para escrever. “No princípio, vendia Reinaldo Lourenço, Huis Clos. Também apostei em nomes do Rio que estavam começando, como a Martu, de Marta Macedo, e a Gilda Midani. Pirei na coleção dela!”, lembra. “Tenho uma relação próxima com as artes plásticas e, para mim, o que a Gilda cria é arte”, observa. Atualmente, além da Número dez, a casa da Lopes Quintas, no Jardim Botânico, abriga as peças de Marisa Ribeiro, Glória Coelho, Pronta, Marcos Ferreira e Bro e as joias de Virgilio Bahde, Andrea Ferraro e Alfredo Grosso, entre outros. No total, são 11 marcas.
Testemunha da transformação do mercado, Roberta assistiu ao término de grifes emblemáticas como Maria Bonita e Huis Clos. “De repente, não encontrava mais a roupa que admirava. Foi isso que me motivou a criar a Número dez, há dez anos”, diz. Há seis, o empresário Paquito Rodriguez virou sócio e marido. “Atualmente, representa 55% das vendas e é comercializada em multimarcas de todo Brasil”, diz ele. Com a proposta de conforto, qualidade e atemporalidade, a inspiração do inverno 2024 é a rosa. “Também vamos lançar o nosso primeiro perfume. Chama-se Rosa Número 10”, acrescenta Roberta.
Para a diretora criativa carioca Mariana Salim, Roberta é pioneira. “O local da loja hoje é hub de vários criativos. Seu olhar é apurado e a curadoria, nota mil. A arte está sempre presente”, diz. A estilista paulistana Marisa Ribeiro tem a Dona Coisa como casa: “Roberta sabe com propriedade o que oferecer de melhor”.
