Ela
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Por Joana Dale

"Olha que flores lindas”, Anitta diz ao chegar na sala de jantar de sua casa na Barra, diante do arranjo de lírios cor-de-rosa que ornamenta a mesa e do buquê de três dúzias de rosas vermelhas, posicionado na área de estar, ambos enviados por seu namorado, o ator italiano Simone Susinna, conhecido por sua atuação na trilogia “365 dias”. “Dez anos atrás, odiava ganhar flores. Hoje, adoro. Se chego em casa e os vasos estão vazios, ligo para a floricultura e faço uma encomenda para mim mesma”, diz. “Prefiro lírios, ele (Susinna) ama rosas.”

Determinada, a cantora de 30 anos não deixa o tema romance — assumido aos olhos do público há pouco mais de um mês — avançar. Senta-se na cabeceira da mesa, de short e camiseta, e vai direto ao que a interessa nesta entrevista: “Já assistiu aos clipes?”, pergunta, liberando o acesso a dois trabalhos até então mantidos em segredo: “Casi, casi” e “Used to be”, lançadas nesta semana. As duas formam com “Funk rave”, lançada em maio, o bundle (pacote) da trilogia “A favela love story”. “A intenção é retratar uma mulher com atitude, pegada. ‘Funk rave’ mostra como conheço o boy; ‘Casi, casi’ fala que não estou apaixonada, mas quase; e ‘Used to be’ termina no casamento”, resume ela. As fotos de Anitta vestida de noiva postadas nas redes sociais, aliás, suscitaram comentários de internautas e do próprio Susinna, que disse que a cantora “será a noiva mais linda”. “‘Used to be’ é a minha preferida, lembra as minhas músicas do começo, lá na Furacão 2000, com uma pegada funk melody”, diz ela.

Assim, exatos dez anos após estourar no Brasil com “Show das poderosas”, disco de roupagem pop, Anitta reforça sua raiz funkeira, com direito a shortinho da Bad Boy, pegação no beco e banho de piscina na laje. “Os clipes mostram a realidade da minha infância e adolescência. As locações são bem parecidas com os cenários em que vivi por 20 anos, muito mais da metade da minha vida, em Honório Gurgel (bairro da Zona Norte carioca)”.

Na conversa, a primeira artista latina a alcançar o topo das paradas do Spotify global fala sobre estratégicas para levar o funk carioca para os quatro cantos do mundo, lembra cancelamentos, reforça a importância da base familiar e conta como os problemas de saúde a transformaram. Confira, a seguir, os melhores trechos.

Você é muito obstinada. Nunca desanima? Todo mundo diz que sou obstinada, mas, às vezes, canso. Canso se ficar lendo o que escrevem sobre mim na internet. Por isso, tento usar as redes sociais só para conversar com quem quero ter por perto e para compartilhar memes. Amo memes. Acho que deveríamos usar a internet só para rir.

Os cometários de haters te atingem? Antigamente, sim. Fui a primeira pessoa a ser cancelada no Brasil, quando ainda não existia esse termo, e amadureci diante do público. De certa forma, os cancelamentos me ajudaram a ficar mais forte, e ainda abri caminhos. Fui criticada quando fiz plástica (no nariz, em 2014). Na época, minha mãe me proibiu de ver TV porque estavam acabando comigo em todos os canais. Fui escorraçada, e isso mexeu comigo, claro. Hoje em dia, todo mundo posta ‘dia 1, dia 2 da plástica’... E quando tacaram latinha em mim no show (em 2013, no Espírito Santo), e eu acabei com a pessoa? Achei que a minha vida tinha acabado. Não pude sair do hotel, as pessoas estavam acabando comigo porque eu falei ‘que coisa ridícula, me tacando latinha, isso é coisa de pobre, coisa de quem ganhou cortesia’. Hoje, a Cardi B taca o microfone na mulher que jogou água nela, e tudo bem. Mas, no meu episódio, ainda me via como uma pessoa de raiz pobre.

Como é a sua relação com a moda? Entendi que a moda faz parte do business e passei a usá-la <QL>a favor do meu trabalho. Não sou a mais entendida, tenho meus gostos. Mas não tenho a confiança de me arrumar sozinha para um evento, até porque a moda vive mudando e não tenho tempo para ficar me atualizando. Então contrato profissionais maravilhosos para fazerem isso por mim.”

Foi num evento de moda, aliás, na Alta Moda da Dolce & Gabbana, que você apareceu pela primeira vez publicamente com o Simone Susinna... Por eu ser muito marqueteira, as pessoas começaram a ver a minha vida como uma grande estratégia. Mas, cada vez mais, tenho feito o que me deixa feliz. Antes, me preocupava muito com o momento certo de aparecer (com um novo amor). Agora, vivo o que quero, e se o povo falar, falou. Também ficava mostrando detalhes da minha vida 24 horas na internet, tinha essa carência, um míni desespero de estar sempre em alta. Depois que coproduzi um filme sobre saúde mental, com a Ludmila Dayer, que chama-se “Eu”, aprendi a ficar bem sozinha. Para encontrar a paz, no trabalho, na família ou no amor, preciso, em primeiro lugar, me sentir completa sozinha. Estou feliz, plena, mantendo a frequência positiva.

Como é namorar à distância? Adoro a distância. Acho ótimo, maravilhoso. Ninguém briga... Manter a distância é bom até com os amigos e familiares. Se eu morasse com a minha mãe, a gente ia estar se odiando. Só com meu pai falo todos os dias.

Outro dia algumas pessoas comentaram na internet que você "tinha vencido na vida" por estar namorando o Susinna... E você respondeu com uma aula de feminismo. Eu me fiz sozinha, conquistei tudo o que tenho sem a ajuda de nenhum homem. E não quero que as pessoas me vejam como uma referência porque consegui um namorado ou um marido legal. Até porque amanhã posso desistir dele e querer ficar sozinha. Mas é fato: o próprio algoritmo engaja mais quando você está em um relacionamento. No fundo, todo mundo quer se sentir amado. Vão dizer que não, que todo mundo quer é ser rico. Mas rico para quê? Para ter as coisas, compartilhar com os outros, estar com mais pessoas e... Ter a sensação de que é amado. E, quando vê que alguém está sendo amado, essa pessoa vira referência. Mas não podemos cair nessa armadilha de nos valorizarmos por termos encontrado um par. É uma questão social. Por que quando um homem está solteiro entendemos que é uma opção e quando uma mulher está solteira entendemos que ela foi largada? Penso o contrário. Uma mulher solteira tem que ser mais valorizada, pois soube dizer não ao que não era o suficiente para ela.”

Você esteve doente. O que aconteceu exatamente? Ninguém sabe. Há exatamente um ano, resolvi várias questões, principalmente de saúde, com a constelação familiar (prática terapêutica que tem por objetivo esclarecer conflitos familiares que atravessam gerações). Eu estava muito doente, com suspeita de câncer, tumor no pulmão, bexiga comprometida... Fiz tratamentos, diálise. Ninguém conseguia descobrir o que era. Achei que ia morrer, empacotar. Já estava escrevendo o testamento e decidindo o que fazer com as músicas. Fiquei cinco meses sem trabalhar, toda vez que tentava voltar, passava mal, precisava de oxigênio. Minha família se reunia todos os dias às 18h para rezar por mim, nesse nível. Eu me curei quando comecei a me tratar mental e energeticamente. Isso tudo aconteceu no ano em que fiz 30. Foi o meu retorno de Saturno.”

No documentário "Made in Honório", conhecemos o seu lado empresária linha dura. Depois do susto que passou, amoleceu o coração? Continuo sendo a mesma pessoa. O que muda é o jeito que tento lidar com o estresse. Mas é um processo de autoconhecimento e treino para não deixar que os desafios sejam maiores que a minha paz.

Você virou vegetariana? Quando fiquei doente, só conseguia comer vegetais, legumes, verduras, nuts e cogumelos. Até frutas me davam reação inflamatória. Mas não sou vegetariana. Tento na grande parte do meu dia não consumir nada de origem animal, como no café da manhã, e não sinto falta. Mas, às vezes, faço um churrasquinho.

Você mudou muito aos 30. E daqui a 10 anos, como será a Anitta com 40 anos? Em 10 anos, quero estar mais tranquila, desapegada do dinheiro, morando no meio do mato, plantando a minha comida, com um ou dois filhos. Se eu quiser, aliás, já posso viver assim. Já ando diminuindo o ritmo, fazendo menos shows... Escolho vir ao Rio para me apresentar uma vez ao ano, nos shows de verão que adoro a vibe. Fazer muito cansa e te faz perder o prazer. Já fiz o meu papel, e arrasei.

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