A lutadora de MMA e especialista em segurança feminina Érica Paes lançou nesta quinta-feira, 14, na quadra da Mangueira, o programa Empoderadinhas, braço infantil do Empoderadas, que atua no enfrentamento à violência de gênero. O evento contou com 300 crianças da comunidade e seu entorno.
O projeto tem como objetivo empoderar meninas e, de forma lúdica e adequada para suas faixas etárias, ensiná-las sobre a amplitude de seus direitos para que tenham sonhos, aspirações e para prevenir e protegê-las de sofrer qualquer tipo de violência.
“O Rio de Janeiro ocupa a segunda colocação no ranking nacional de lugares menos seguros para mulheres e meninas. E o objetivo do projeto é fazer com que as leis e os direitos femininos sejam respeitados desde à infância, fornecendo às meninas ferramentas para que saibam se proteger.”, diz Érica Paes.
A parceria com a Mangueira aconteceu de forma natural, e conta com o projeto Mangueira do Amanhã, agremiação mirim da comunidade. "Entendemos que a Mangueira é mais que uma escola de samba, nos tornamos uma escola de vida que busca dar condições para que sua comunidade seja formada por cidadãos e cidadãs, que exerçam plenamente seu papel na sociedade", diz Guanayra Firmino, a presidente da agremiação.
Érica Paes completa dizendo que o nascimento do Empoderadinhas se dá justamente a partir da necessidade de, não só reconhecer as disparidades existentes, mas também estabelecer um roteiro claro para superá-las. "Muitas das mulheres atendidas nos projetos do IDMEP, incluindo o Empoderadas, sofreram algum tipo de abuso na infância ou na adolescência, chegando já fragilizadas na fase adulta. O Empoderadinhas é um investimento em nossas meninas hoje, para que amanhã tenhamos mulheres cada vez mais fortes".
O lançamento acontece na esteira de duas histórias recentes de assassinatos de crianças. O da pequena Kemilly Hadassa, de 4 anos, que foi estuprada, enforcada e morta pelo primo de sua mãe, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. E o de Aoulath Alyssah Rodrigues Damala, de 8 anos, que foi espancada e morta pelo pai com um cinto, em Niterói.