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Por — Rio de Janeiro

O Copacabana Palace está diferente. Nas últimas semanas, os vidros das 121 janelas da icônica fachada do hotel foram coloridos por 1.322 vinis transparentes, em azul, vermelho, verde, amarelo e rosa, obra do artista francês Daniel Buren. Intitulada “Escala colorida para Copacabana Palace”, a instalação faz parte do projeto Mitico, realizado há três anos pela Belmond em parceria com a Galleria Continua.

Neste 2024, seis endereços da rede de luxo hoteleira ganham o colorido de Buren. Além do Copa, estão na lista Mount Nelson, na Cidade do Cabo; Villa San Michele, em Florença; Castello di Casole, na Toscana; Hotel Cipriani, em Veneza; e La Residencia, em Maiorca. “São seis trabalhos absolutamente diferentes, só o meu nome os conecta”, deixa claro o artista, de 85 anos, em entrevista por Zoom de sua casa, em Boulogne-Billancourt, na França.

Na próxima quinta, dia 14, Buren estará no Rio para inaugurar pessoalmente a instalação e participar do Copa Art Talks, evento para convidados no teatro do hotel. Será sua quinta ou sexta vez na cidade, ele já perdeu as contas. “Há cerca de 40 anos, quando vim ao Brasil, pela primeira vez, para participar da Bienal de São Paulo, emendei dois dias no Rio e fiquei hospedado no Copacabana Palace”, lembra.

“Tantos anos depois, quando me pediram para fazer uma intervenção, fiquei intrigado diante dessa fachada histórica, gigante e intocável. Então, resolvi tirar partido da transparência das janelas.” Ao longo do dia, a obra — que transforma o visual do prédio de dentro para fora — pode ser conferida de diferentes formas, tanto por hóspedes quanto por transeuntes. “O jogo de cores e sombras é dinâmico, muda de acordo com a ocupação do hotel e o acender ou apagar das luzes nas suítes.”

Diretor da Belmond no Brasil, Ulisses Marreiros celebra a novidade e reforça a ligação do hotel, que acabou de completar cem anos, com a arte. “É uma instalação que inclui a cidade. A ideia é que cariocas e turistas possam contemplar o trabalho, olhando de dentro ou de fora”, diz Ulisses. A intervenção permanece até meados de setembro, mês em que acontece a ArtRio.

Até lá, é possível que Daniel Buren inaugure, ou pelo menos anuncie, outro trabalho em solo brasileiro. “Vou aproveitar a viagem para conferir o espaço de três museus, onde posso vir a fazer uma nova exposição: o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, projeto do Oscar Niemeyer, o Museu de Arte Moderna de São Paulo e a Casa de Vidro Lina Bo Bardi, também em São Paulo”, adianta o artista.

Figura central na arte desde a década de 1960, Buren é famoso pelo uso de cores contrastantes dispostas sobre superfícies ou espaços arquitetônicos e listras simétricas. A marca está em obras como as colonnes preto e brancas do Palais Royal e “L’Observatoire de la lumière” (“O observatório da luz”, em tradução livre) na Fundação Louis Vuitton, ambas em Paris.

Veja obras de Daniel Buren pelo mundo — Foto: Reprodução / Getty Images
Veja obras de Daniel Buren pelo mundo — Foto: Reprodução / Getty Images

O “ateliê” do artista é a rua. “Depois de 55 anos de trabalho, hoje posso afirmar que nunca terei um estúdio, de fato. Não mudarei mais o meu processo criativo”, diz ele, responsável por introduzir a noção de “in situ” nas artes visuais, conceito que caracteriza a prática que conecta o trabalho às especificidades físicas e culturais dos locais onde ele é apresentado.

“Se eu tivesse um estúdio, talvez fizesse o mesmo trabalho. Mas, como vivo diante de novas paisagens, novas culturas e novas pessoas, minha obra está sempre mudando. É o meu jeito de criar e, o melhor, não corro o risco de precisar virar a noite trabalhando e dormir no estúdio”, diverte-se o artista, que opta por vestir-se exclusivamente de preto. “É mais prático, não preciso pensar de manhã. Todos os dias uso o mesmo equipamento e voilà!”

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