A cientista brasileira, Alicia Kowaltowski, será homenageada em Paris, em 28 de maio, pelo Prêmio Internacional Para Mulheres na Ciência 2024, promovido pela Fundação L’Oréal, do Grupo L’Oréal, em parceria com a UNESCO. Ela é uma das cinco vencedoras reconhecidas por seus projetos pioneiros nas áreas das ciências da vida e do ambiente. A pesquisa da professora de Bioquímica na Universidade de São Paulo (USP) tem importante contribuição no enfrentamento dos desafios globais de saúde pública, como doenças crônicas, diabete, obesidade, infarto e envelhecimento.
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O projeto vencedor contribui significativamente na compreensão de doenças crônicas, além de entender envelhecimento. Para isso, o estudo analisa o papel de alterações de transporte de íons, metabolismo energético e oxidantes mitocondriais nestas condições fisiopatológicas. Como consequência, a cientista espera que seja possível propor intervenções dirigidas para controlar esses efeitos mitocondriais e celulares indesejados em processos patológicos de grande importância na saúde humana.
Alicia é graduada em Medicina, doutora em Ciências Médica e foi selecionada pelo programa para estudar os recursos que permitem aos seres humanos obter energia dos alimentos para viver. "O metabolismo é fascinante porque está no cerne da vida - todas as definições técnicas da vida devem incluir o metabolismo e o fluxo de moléculas sendo transformadas dentro de nós”, comenta Alicia.
Hoje, a professora incentiva estudantes brasileiros a realizarem bolsas, apoiadas pela agência paulista de fomento Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), a fim de estimular suas pesquisas, ampliar seus horizontes e entregar resultados pioneiros. “Meu conselho aos cientistas em ascensão é para serem curiosos, fazerem boas perguntas, estarem abertos a resultados inesperados, encontrarem supervisores de apoio e nunca desistirem", afirma.
O prêmio, em sua 26ª edição global, visa promover equilíbrio de gênero e incentivar a participação de mais mulheres na ciência. No total, cada vencedora recebe um valor de € 100 mil para investir em seus projetos, além de bolsas de estudos voltadas para o doutorado e pós-doutorado. Desde a criação, o programa L’Oréal–UNESCO Para Mulheres na Ciência homenageou mais de 4400 mulheres pela excelência da sua investigação, incluindo 132 laureadas com prêmios internacionais e mais de 4000 jovens pesquisadoras.
Mulheres e o ambiente científico
Hoje, no Brasil, a participação de mulheres na ciência como autoras de publicações científicas cresceu 29% nos últimos 20 anos, deixando o país na 3ª posição em uma lista com 18 países e União Europeia. Apesar disso, apenas 1,2% do PIB nacional é dedicado para pesquisa e desenvolvimento, segundo o Banco Mundial e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O que por vezes dificulta a vida de muitos jovens cientistas que têm o sonho de viver na área.
Alicia acredita no poder da representatividade, que pode inspirar jovens a perseguir seus sonhos. “Me sinto profundamente honrada em ser uma das cinco laureadas. Este prêmio representa um grande incentivo para continuar minha pesquisa e contribuir para o desenvolvimento de novos conhecimentos. Acredito que a ciência consegue transformar vidas e espero que minha trajetória inspire outras mulheres a seguirem seus sonhos e buscarem a excelência em suas áreas de atuação”, afirma.