Ela
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Por — Rio de Janeiro

Referência em conteúdo de maquiagem, Adam Mitch é acompanhada nas redes sociais, especialmente no Instagram, onde acumula 1,4 milhões de seguidores. Um dos principais nomes quando o assunto é beleza, a influenciadora compartilha truques e suas experiências no universo fashion – que vão de produtos inovadores a tendências de beauté que estão moldando o cenário atual, promovendo não apenas a aparência, mas também o bem-estar.

Em entrevista à ELA, Adam relembra a trajetória profissional e reflete sobre autoestima e representatividade.

Carreira

— Minha trajetória como profissional e produtora de conteúdo começou bem cedo. Já com doze anos tinha a certeza de que queria ser jornalista. Meu sonho era trabalhar numa grande revista de moda em Nova York, tipo Carrie Bradshaw do seriado Sex And the City. Quando eu vi o boom das blogueiras como Bruna Tavares, Camila Coelho, Camila Coutinho, a Lu do 'Chata de Galocha', pensei: 'Nossa, eu posso fazer isso também!'. Comecei a escrever meu próprio blog. Eu estudava de manhã e, quando voltava para casa à tarde, enquanto meus amigos tiravam um cochilo, eu ficava escrevendo posts e mais posts no meu blog. Foi aí que comecei a me apaixonar pelo mundo da beleza. Meu blog era sobre todos os assuntos, desde filmes, séries até tapete vermelho.

Como eu era um menino e a minha família era um pouco conservadora, eu acreditava que não seria de bom tom de me vestir do jeito que eu gostaria, não por eles – eles me apoiavam em tudo – mas por mim mesma, pois tinha vergonha de me expressar e achar que seria recriminado. Então, como eu não podia usar maquiagem, eu escrevia sobre maquiagem. Eu não podia usar vestidos, então escrevia sobre as celebridades e os vestidos que elas estavam usando. Foi aí que surgiu a vontade de escrever e fazer jornalismo.

Sempre me imaginei trabalhando por trás das câmeras em uma revista de moda. No entanto, eu presenciei uma mudança na internet: os posts começaram a vir acompanhados de fotos e vídeos. Eu segui essa mudança e comecei a gravar vídeos, saindo de trás das câmeras para trabalhar em frente. Foi aí que minha carreira começou de verdade. Fiquei quatro anos fazendo vídeos para o YouTube. Eu comecei a viralizar e ganhar seguidores quando decidi focar em maquiagem. Meu vídeo me transformando na Dua Lipa foi um divisor de águas na minha carreira porque virou meme e bombou em todas as redes sociais. As pessoas começaram a ver meu trabalho e meu rosto.

Eu também tinha uma série chamada 'Expondo Verdades', em que falava sobre o backstage de reality shows, celebridades, que também bombava muito, principalmente a parte que falava sobre drag queens. Eu fiz limonada com os limões que a vida me deu.

Quando a internet passou a me render lucro, pedi demissão do meu estágio como jornalista e me dediquei 100% na minha carreira na internet, que até então era paralela. Fazia faculdade, freelancer de designer gráfico, jornalismo e ainda tinha o blog. Meus vídeos começaram a viralizar e meu nome começou a ser reconhecido no universo da beleza, principalmente porque também vivi uma mudança no mercado. Quando comecei criar um nome, fazer vídeos sobre beleza, as marcas não viam meninos de maquiagem como algo interessante. Era visto como esquisito, como se a pessoa estivesse em transição para ser drag. Mas o mercado mudou e as marcas começaram a entender que meninos de maquiagem vendiam e poderiam ser interessantes para elas.

Foi aí que comecei a ter meu primeiro portfólio de clientes. Morava no Rio de Janeiro com a minha família e, assim que percebi esse movimento, me mudei para São Paulo, comecei a fazer muitos vídeos, o pessoal começou a gostar do meu conteúdo. Eu crescia a cada dia. Outro ponto importante da minha carreira foi a entrada no TikTok. Até então, era mais conhecida pelos vídeos longos no YouTube. Ainda tenho uma fanbase grande no YouTube, com 600 mil seguidores, mas a virada para vídeos curtos mudou demais minha carreira.

Adam Mitch fala com propriedade sobre o mundo da beleza — Foto: Divulgação
Adam Mitch fala com propriedade sobre o mundo da beleza — Foto: Divulgação

Autoestima

— Acredito que minha autoestima seja igual a de todos: um turbilhão de emoções. Quem nunca acordou um dia se sentindo um lixo e no outro a Angelina Jolie? Como trabalho com minha imagem, a autoestima faz parte. Quando estou me sentindo bem, consigo gravar melhor, me ver melhor, fazer tudo em paz. Mas, com o tempo, o trabalho se automatizou tanto que ela já é meio à prova de balas. Se estou com vontade de trabalhar ou não, a empresa funciona. Esquematizei tudo para que funcione muito bem.

Minha relação com a autoestima hoje é tranquila, mas já foi muito turbulenta. Tenho questões com meu gênero também, então na adolescência tive questionamentos muito mais profundos. Hoje em dia consigo lidar com esses pensamentos. É um assunto pessoal, mas como qualquer pessoa normal, tenho dias melhores e piores. Minha relação com a maquiagem é muito legal porque, quando estou trabalhando e me maquiando, às vezes estou com a autoestima baixa, mas a maquiagem é uma ferramenta milagrosa. Quando colo cílios, quando ponho um vestidão, vem a Adam Mitch e ninguém a para. Nem que eu tenha que fingir que estou muito confiante.

Relação com a beleza

— Minha relação com a beleza hoje é muito profissional. Minha empresa e meu esquema de produção de conteúdo são estruturados de forma que, independente de como estou me sentindo, as coisas funcionem. Mudou drasticamente porque antes eu me maquiava para esconder a barba. Tinha muita barba, mesmo fazendo depilação a laser. A maquiagem entrou na minha vida para solucionar esse problema. Fazendo a barba todos os dias, ela ainda ficava azulada e avermelhada. A lâmina irritava a pele, que ficava machucada e vermelha. Então, a maquiagem entrou para resolver isso. Foi quando comecei a ver o poder que a maquiagem tem sobre a autoestima das pessoas.

Porém, hoje em dia, a maquiagem é muito mais um trabalho para mim. Quando estou maquiada, geralmente estou trabalhando, produzindo conteúdo. Na vida pessoal, raramente uso maquiagem, nunca estou 'montada'. Minha relação com a beleza tornou-se muito profissional, especialmente a beleza relacionada à maquiagem. O dinheiro me deu a possibilidade de ter a pele que sempre desejei. Hoje, às vezes, me sinto muito bela também sem maquiagem. Parece que são duas Adams: a Adam trabalhando e a Adam fora do trabalho.

Procedimentos estéticos

— Por incrível que pareça, procedimento estético não faz muita parte da minha rotina. Já experimentei um pouco de botox, um pouco de ácido hialurônico, mas faz anos. Foram propostas feitas a mim no início. Não sei, pode parecer um pouco nojenta da minha parte, mas acredito que ainda não preciso. Tenho vinte e nove anos, gosto das minhas feições do jeito que estão. Resumindo, não sou contra procedimentos, já fiz alguns, sou aberta a fazer de novo, mas neste momento, estou curtindo minha carinha de vinte e nove anos do jeito que ela é.

Cuidados com o corpo

— Eu sou a pior pessoa para dietas. Amo comer, principalmente coisas salgadas, hambúrgueres, lasanha, pastel, eu amo! Nunca tive problemas com dieta, sempre tive um tipo de corpo magro, então nunca foi um problema para mim. Hoje em dia, vou à academia mais para manter a saúde, porque é bom se exercitar, mas nunca fiz dieta maluca.

Adam Mitch refletiu sobre a influência nas redes — Foto: Divulgação
Adam Mitch refletiu sobre a influência nas redes — Foto: Divulgação

Saúde mental

— Minha saúde mental ficou com Deus em 2012 quando fiz meu canal. Desde então, sou apenas uma maluca viciada em blush. Mas a verdade é que sou uma pessoa muito introvertida, apesar do meu trabalho ser muito comunicativo e envolver conhecer pessoas. Então, para conseguir manter o equilíbrio, pela quantidade de horas que fico online ou num evento conversando com pessoas, preciso do dobro de horas sozinha, fazendo as coisas que gosto. Minha terapia é ficar em casa com meu cachorro e meu noivo, pedindo delivery e assistindo uma série ruim no Netflix.

Terapia

— Fiz terapia quando era muito pequena e hoje em dia não faço mais, então eu não sei. Não sou contra, gosto muito, já vi bons relatos. Com o padrão de vida que consigo manter hoje, sinto que não preciso tanto de terapia, então não faço, embora esteja no meu plano de saúde.

Como lida com as críticas

— Na verdade, eu vivo em uma bolha de quem faz resenha de blush. No meu dia a dia, os comentários negativos são muito raros. Só quando um vídeo ou outro sai da bolha é que começamos a receber umas coisas meio sem noção. Eu recebo muita crítica sobre meu dente separado. Acho que as pessoas pensam: 'Nossa, como é que você gasta setecentos reais num blush, mas não fecha seu dente?'. Mas a verdade é que hoje em dia meu dente é minha marca, eu o transformei na minha logo, faz parte da minha identidade.

Acredito que tudo que é diferente em mim me torna única. Eu tive essa concepção desde a adolescência, quando já me interessava por roupas e maquiagem de menina. Entendi que o diferente é para mim e abracei ele. Quando vem uma pessoa meio sem noção, já sei lidar. Consegui criar uma blindagem para isso. Claro que de vez em quando aparece um comentário que bate no coração, mas sou muito boa em internalizar e entender que aquilo não passa de um reflexo da insegurança da própria pessoa que escreveu aquele comentário. Muitas vezes desabafo com meu noivo, fico frustrada, mas ele logo me leva para comer num restaurante japonês e tudo fica certo.

Balanço das conquistas

— Na verdade, eu acho que o ciclo de amigos e de família foi muito importante para mim. Minha mãe trabalha comigo e é uma das minhas grandes influências para sempre me manter os pés no chão. Teve um caso engraçado recentemente, estávamos fechando um grande contrato e eu estava um pouco frustrada com as negociações. Falei algo como: 'Eles não são a última bolacha do pacote', e minha mãe respondeu: 'Nem você'. Quando tenho esses momentos de deslumbre, minha mãe é o tipo de pessoa que me traz de volta para a terra de modo saudável, sem humilhação, com muita compreensão. Ela é um exemplo de pessoa que está sempre me levantando quando preciso, mas também me trazendo de volta à realidade.

Inspiração para milhares de pessoas

— Para mim é muito legal ver que tive um pouquinho de influência para mudar a produção de conteúdo de beleza na internet brasileira hoje. Quando comecei a fazer resenha de produtos em vídeos curtos falados, era uma categoria que não bombava muito aqui. Era mais uma coisa de criadoras norte-americanas. Ninguém fazia vídeos falados para TikTok ou Instagram, existia muito mais challenges, dublagens, antes e depois. Quando introduzi a resenha falada de produtos específicos, as pessoas começaram a fazer vídeos parecidos com os meus. Vi que estava mudando o panorama da beleza no Brasil.

Fiquei muito orgulhosa de mim, mas ao mesmo tempo, continuo gravando sozinha num quarto, produtos que me motivam e que fazem aquela cosquinha no peito, sabe? Tipo, 'Nossa, isso aqui vai ser incrível, isso aqui vai bombar'. A minha forma de produzir conteúdo e o meu desejo de criar são os mesmos de quando eu tinha dez mil inscritos para agora, com um milhão. A única diferença é que agora consigo fazer coisas muito maiores, ter orçamentos muito maiores, e ver as pessoas se inspirando no meu trabalho e fazendo a versão delas, é genial!

Adam Mitch bateu um papo sincero sobre beleza — Foto: Divulgação
Adam Mitch bateu um papo sincero sobre beleza — Foto: Divulgação

Luta contra o preconceito

— Como diz uma grande filósofa brasileira Anitta, 'eu não preciso calar a boca de ninguém, eu trabalho'. A melhor forma de vingança é o trabalho. Eu lido com preconceito quebrando-os cada dia mais, entrando em lugares que eu não conseguiria entrar anos atrás. Encaro o preconceito sabendo que a indústria da beleza não via pessoas como eu como interessantes, mas hoje me veem. Combato o preconceito trabalhando, ganhando dinheiro e pedindo um orçamento equivalente ao das meninas cis, loiras e brancas. É assim que eu lido.

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