Ela
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Por — Rio de Janeiro

Coroada rainha de bateria em São Paulo em evento com mãe de Cazuza, Thalita Zampirolli consolidou seu nome como uma das mais famosas mulheres transsexuais do Brasil. Exemplo de resistência, a modelo fala sobre a oportunidade de abrir caminhos para que outras pessoas se inspirem em sua história.

— Enquanto houver preconceitos vamos sempre lutar para existir. Não é uma moda, tampouco uma tendência e sim uma luta para viver e ser tratado com igualdade e respeito. Enquanto a sociedade insistir em fingir que a gente não existe, seguiremos lutando pelos nossos direitos — diz em conversa com a ELA.

Thalita reflete sobre o processo de amadurecimento e aponta o motivo de morar no exterior.

— Hoje, me vejo sexualmente como uma mulher normal, bonita, realizada em todos os âmbitos da minha vida. Muito feliz! Mas sou daquelas que mata mais de um leão por dia para ser aceita em uma sociedade machista, preconceituosa e homofóbica. Este foi um dos motivos que me fez sair do Brasil e ir morar nos EUA. Sempre digo que sou um corpo político que sobrevive e que, mesmo fazendo 'barulho', ainda é respeitado. Sei o quanto representatividade importa, porque também me inspirei em outras mulheres trans. Eu aprendi a me posicionar de uma forma que as pessoas me respeitassem. Mas sei que ainda assim a falta de respeito pode ocorrer em algum momento, não estou imune.

Thalita Zampirolli foca na carreira de modelo e empresária — Foto: Divulgação
Thalita Zampirolli foca na carreira de modelo e empresária — Foto: Divulgação

Admirada não apenas por sua beleza e talento, mas também pela coragem e determinação em ser uma voz para a comunidade transgênero, Thalita defende Maya Massafera, influenciadora que vem dando o que falar desde que revelou ter feito cirurgia de redesignação sexual, após ataques e conta que entrou em contato com a produtora de moda.

— Maya foi de uma coragem surreal. Quando fiz a minha transição eu tinha apenas 18 anos, a mídia não me conhecia e a internet não era o que é hoje. Então, eu fiquei livre de comentários maldosos, julgamentos, achismos, agressões verbais gratuitas. Não é fácil ver um monte de gente te apontando o dedo sem saber da sua real história. Hoje, aos 35 anos, eu pensaria duas vezes se faria a cirurgia de resignação sexual. Digo isso não porque me arrependo de ser mulher, mas pelo medo das críticas. Se as pessoas soubessem o quanto elas fazem mal as outras com comentários destrutivos, elas com certeza parariam. São julgamentos pesados que podem levar até ao suicídio. Eu fiz questão de enviar uma mensagem para Maya só para ela entender que não está sozinha, que esta luta é nossa.

Thalita Zampirolli fez sua estreia no carnaval paulista — Foto: Divulgação Wellington Moura
Thalita Zampirolli fez sua estreia no carnaval paulista — Foto: Divulgação Wellington Moura
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