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Por O Globo — Rio de Janeiro

RESUMO

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GERADO EM: 12/07/2024 - 08:02

Jacqueline Sato e a representatividade das mulheres asiáticas

Jacqueline Sato lança 'Mulheres Asiáticas' no E! Entertainment, trazendo representatividade e desconstrução de estereótipos. A atriz busca inspirar jovens e promover a visibilidade das nipo-brasileiras na mídia.

Embora o Brasil seja o país que abriga a maior população de nikkeis – termo usado para denominar os japoneses e seus descendentes, fora do Japão, mais de 2 milhões de pessoas, esse considerável número nunca foi refletido no audiovisual. E é partindo da premissa de reconhecer espaço de protagonismo às nipo-brasileiras, tantas vezes invisibilizadas, que "Mulheres Asiáticas" chega à nossa grade televisiva com pioneirismo e objetivo de desconstruir estereótipos.

Voz proeminente quando o assunto é representatividade, Jacqueline Sato se transformou em um expoente criativo ao conceber e produzir o programa, numa coprodução com a NBCUniversal que tem estreia marcada para 1º de agosto, quinta-feira, às 23 horas, no canal E! Entertainment. No dia seguinte, o conteúdo estará disponível no Universal+, o streaming da NBCUniversal.

A cada semana, duas convidadas deste recorte étnico compartilharão suas vivências, dores e conquistas, através do formato que mistura documentário, talk-show e reality. Celebrando figuras femininas nas mais diversas carreiras, o programa promove uma troca de experiências intergeracionais e profissionais, com o cruzamento de mulheres das faixas dos 20 aos 80 anos de idade.

Transitando entre as funções de atriz, produtora, dubladora, apresentadora e roteirista, Jacque tem há anos entre suas urgências a luta por maior visibilidade amarela.

"Ser nipo-brasileira foi, por muito tempo, tentar me afastar de qualquer coisa que pudesse me aproximar de ser 'japonesa', por não gostar dos estereótipos que, tantas vezes, são projetados em cima de nós, apagando nossa individualidade. Mas, ainda bem que ser nipo-brasileira, já há algum tempo, deixou de ser o renegar dessa ancestralidade e passou a ser o resgate dessas raízes, me levando a uma ressignificação que me permitiu não só integrar, como também me orgulhar de ser esse corpo que une estes dois mundos. E, a partir disso, começar criar projetos que tragam narrativas genuínas dessa parte da população, até então, tão pouco vista e ouvida, recheando o imaginário coletivo com referências autênticas que nos façam sentir representadas e respeitadas em nossas individualidades", afirma ao GLOBO.

Com atuações em novelas da Globo como "Orgulho e Paixão" e "Sol Nascente", e membro da Academia do Emmy Internacional, Sato contou um pouco da expectativa para o lançamento.

"Saber que consegui cumprir na prática aquilo que há tanto tempo sentia falta, desejava e falava que precisava existir é uma das coisas que mais me realiza neste projeto. Saber que estou sendo parte dessa mudança que tanto esperei ver acontecer no mundo, é de um significado imenso", destaca.

Ainda no ramo artístico, com determinação inabalável, Sato mergulhou de cabeça, como produtora associada, no curta-metragem "Amarela", dirigido por André Hayato Saito, obra que chegou até o prestigioso Festival de Cannes, onde competiu pela Palma de Ouro. Ambientada em São Paulo durante a final da Copa do Mundo de 1998, a obra fala sobre identidade e pertencimento — e foi pertencimento que a atriz encontrou na arte.

"Desde pequena quis ser atriz, me instiga poder dar vida a personagens diferentes, poder me experimentar de diversas formas, e contar boas histórias. Sempre quis desafiar os limites, provar pra mim mesma que eu poderia ser mais do que o que eu acreditava ser, ou do que os outros viam e esperavam de mim. Ir além de qualquer pré-julgamento, ou pré-conceito. Provando que essa ‘casca’ que é a nossa parte física, é só uma parte de nós, afinal, na carreira de atriz, com um mesmo corpo, posso ser tantas pessoas diferentes. Com isto, de alguma forma, a arte colaborou para eu me sentir pertencente a tantos grupos distintos. Eu que, no tempo de escola fui uma menina tímida que, por conta de ser a única de ascendência nipônica e receber certos olhares e comentários, não me sentia pertencente nem àquele ambiente e nem a ambientes diretamente ligados à tradição japonesa, sinto que através da arte fui aprendendo mais sobre mim e sobre as múltiplas possibilidades de existir no mundo. Desafiando a mim e a quem me vê a expandir o olhar", conta.

Com um sobrenome originário do Japão, composto por dois elementos, "佐" ("sa"), que significa "ajuda", e "藤" ("to"), que significa "glicínia", uma flor nativa do país, pode-se interpretar que uma das missões de vida da atriz é ajudar com graça. Ciente do alcance e da plataforma que tem, Jacqueline, que cresceu sem se ver representada na mídia, espera poder servir de inspiração para as gerações mais jovens e as que vêm:

"Sempre soube do impacto que uma pessoa pública tem na sociedade. O que ela faz e fala atinge a um número muito maior de pessoas. Foi muito emocionante quando percebi que havia me tornado alguém que, de alguma forma, inspirava e/ou transformava positivamente a vida de outras pessoas através do meu trabalho e de jogar luz nas causas que acredito. Saber que a minha luta por espaço e por representatividade realmente tem fortalecido a outras meninas e mulheres é algo de uma magnitude, simbolismo e cura imensos. Toda vez que alguém me conta algo nesse sentido, me emociono. E isso me fortalece também para seguir em frente e realizar cada vez mais. Eu sei o quanto se ver representada é importante, propulsiona sonhos e a coragem de ir atrás deles. E desejo profundamente que, cada vez mais, tenhamos uma pluralidade de meninas e mulheres asiático brasileiras nesse ramo artístico. Para que eu nunca mais ouça uma mulher desse recorte dizer (e eu já ouvi muitas, tá?): 'Meu sonho era ser atriz, mas meus pais viraram e falaram: quantas atrizes parecidas com você ‘deram certo'?...aí desisti, segui outra carreira.' Quanto mais de nós conquistarmos estes espaços, mais o sonho se aproxima da realidade para as gerações futuras."

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