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A viagem é o caminho. A frase pode parecer um meme de autoajuda, mas faz todo sentido quando se vai a Salta e Jujuy, dois estados do Noroeste da Argentina — destino surpreendente e bem menos badalado que o Sul (Patagônia), mas que vem acompanhando o crescimento de turistas brasileiros, representando hoje 20% entre visitantes estrangeiros. As estradas revelam paisagens áridas arrebatadoras aos pés da Cordilheira dos Andes. Uma ‘road trip’ para aproveitar rotas que levam a um deserto de sal, adegas de vinhos de altitude, hotéis de charme, cidades com arquitetura do período colonial espanhol e feiras de artesanato andino. Sempre acolhida pelo povo gentil de traços indígenas.

A partir da capital Buenos Aires, a 1.500 quilômetros de distância, em cerca de 2h15 de voo, desembarca-se na cidade de Salta. A capital da província de mesmo nome tem um centro histórico com fachadas do século XVI e hospedagem de luxo. House of Jasmines (@houseofjasminesrelaischateaux) é uma estância de charme de 150 anos, que já pertenceu ao ator americano Robert Duvall e hoje está nas mãos de uma família francesa.

Além de suítes com terraço (a partir de R$ 1.500 a diária para casal) e spa, o lugar abriga o restaurante La Table, de onde saem os típicos cabrito na brasa e as empanadas saltenhas. “Elas são conhecidas por terem batata na mistura do recheio e uma forma própria de fazer o ‘repulgue’, a técnica de dobradura na massa”, explica o chef Diego De Fernandez.

Carro alugado, Mercedes Sosa no som, GPS funcionando, pé na estrada. Descendo de Salta em direção à cidade de Cafayate, surge a primeira estrada cinematográfica — Rota 68, de 180 quilômetros. Da janela do carro, passam pequeninas raposas-cinzentas e um impactante relevo desértico avermelhado, esculpido por movimentações tectônicas e erosões de milhares de anos.

Como o vale Quebrada das Conchas. Leva esse nome devido aos fósseis marinhos e conchas encontradas por lá, lembrando que tudo já foi coberto por mar. O caminho merece tempo, com pausas para adentrar a Garganta del Diablo, grande fenda na rocha, e o El Anfiteatro, formação circular de mais de 20 metros de altura e acústica comparada a de uma catedral.

Cafayate é conhecida pela tradição no mundo dos vinhos de altitude, produzidos a mais de 1.500 metros acima do nível do mar, com o Torrontés como destaque entre as cepas. Há diversas vinícolas para visitar, como El Esteco e El Porvenir.

Adega Colomé

A adega mais antiga da Argentina fica a pouco mais de duas horas de Cafayate, acessada por uma estrada com paredões pontiagudos chamados Quebrada de las Flechas. Chega-se, então, à Colomé (@bodegacolome), adega de 1831 que, há 23 anos, foi comprada pelo empresário suíço Donald Hess. Hoje, o lugar tem nove suítes para hóspedes (a partir de R$ 2 mil a diária para o casal) e degustação de vinhos. Os turistas saem carregados de garrafas de 30 e 120 dólares.

“Com a incidência do sol praticamente o ano todo e as características desérticas e de altitude do solo, as uvas rendem vinhos potentes”, diz Connie Bearzi, gerente de hospitalidade. A estadia termina pelo Museu James Turrell, americano reverenciado pelo trabalho sobre luz e espaço. Como uma das obras é o céu, a visita precisa começar no fim da tarde. Hess, que faleceu ano passado, era um colecionador de arte contemporânea.

Salinas Grandes

Seguindo para o distrito de Jujuy em um trajeto de seis horas, a estrada atravessa um parque de cardones, o cactus típico da região, e “pueblitos” aborígenes, como Três Morros. Morador do local, André Castillo, de 56 anos, recebe quem encosta ali e logo convida: “Essa igrejinha foi construída por meus avós. Querem entrar?”. O povoado fica próximo a uma das cinco maiores planícies de sal da América do Sul. Salinas Grandes cobre uma área de 212 km² com chão branco craquelado.

Para passar a noite sob um céu estrelado, o local de origem vulcânica tem um glamping. O acampamento de luxo Pristine (@pristinecamps) reúne seis acomodações e um restaurante (diária para o casal com jantar a partir de R$ 3.100), criado com economia circular e energia solar. Uma das guias, Florencia Ortiz, chama para um tour e mostra fileiras de piscininhas no meio do deserto: “São ‘piletones’ construídas por trabalhadores na extração de sal”.

El Hornocal

Em Jujuy, os municípios de Purmamarca e Tilcara, com feiras apinhadas de tapetes e casacos, servem de base para explorar os arredores. Como por exemplo ir até a cadeia montanhosa El Hornocal, na cidade de Humahuaca. Pelas ruas, vendedores de folhas de coca oferecem a planta para aliviar possíveis sintomas de náusea causada pela altitude. Em quarenta minutos, uma estrada sinuosa com vicunhas à vista sobe 4.350 metros acima do nível do mar para chegar ao Hornocal. Surgem, então, 14 tonalidades de uma impressionante montanha, resultado da composição de minérios ao longo de milhões de anos.

Desde 2003, o vale onde fica essa região é Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade pela Unesco. “Tem um quê de irreal o formato triangular, essas cores… Parece uma pintura!”, relata, arrebatada, a psicopedagoga paulista Larissa Kraiser Goldstein, que visitou o lugar em maio: “Não cabe em foto alguma, tem que ir para sentir”. Então vá!

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