Você ainda vai ouvir falar muito de Ras al-Khaimah. Destino em desenvolvimento e, até agora, pouco conhecido pelos brasileiros, carrega em seu significado a frase que, em português, significa “na parte superior da tenda” e é uma joia em meio ao Oriente Médio.
Quarto maior entre os sete Emirados Árabes Unidos, com cerca de 450 mil habitantes, faz fronteira com Omã e fica a uma hora de Dubai, seu vizinho mais famoso. A proposta turística, no entanto, é bem diferente daquela região, já consolidada com arranha-céus, letreiros luminosos e lojas de luxo. Ao percorrer as ruas de Ras al-Khaimah (a maioria da população pronuncia “Ras-al-Rêima”) é difícil encontrar construções imponentes e prédios altos. Por lá, quem nos guia é a natureza. O mar transparente do Golfo Pérsico, as montanhas espetaculares da cordilheira de Hajar e as dunas do deserto Al Wadi são o convite perfeito para quem procura atrações pouco exploradas e sem muvuca.
Para chegar a Ras al-Khaimah, é preciso pousar em Dubai. Em seguida, o visitante segue de carro até o Emirado, que um aspecto rústico em pontos turísticos como as ruínas da vila Al Jazira Al Hamra. O local, em plena revitalização, tem como objetivo resgatar a história e relembrar a morada dos emirati na virada do século. Os esforços para incrementar o turismo podem ser vistos nas ruas, com maquinários por toda a parte, contrastando com a beleza e estrutura da rede hoteleira.
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“Em 2022, o Emirado atraiu 1,13 milhão de visitantes e o setor de turismo contribuiu com 5% do PIB. Nosso objetivo é aumentar esse número para quase um terço da economia nos próximos anos”, planeja Raki Phillips, CEO da Autoridade de Desenvolvimento Turístico de Ras al-Khaimah.
Apesar da ambição em alcançar o marco de três milhões de turistas nos próximos sete anos, a estratégia passa por iniciativas sustentáveis, priorizando a proteção do meio ambiente e das comunidades locais. Uma delas é a reserva natural Khor Mazahmi, onde vivem flamingos e tartarugas ameaçadas de extinção. Atualmente, existem 27 projetos.
“Estamos comprometidos em garantir que não haja excesso de turismo Ras al-Khaimah”, afirma o executivo. Ele ressalta ainda a importância do mercado brasileiro para a região, destacando as semelhanças entre os dois povos. “A hospitalidade e os fortes laços familiares são muito valorizados em ambas as culturas, e nossas sociedades têm pessoas de várias etnias e origens”, acrescenta Phillips. “Os brasileiros têm um apetite crescente por viagens e experiências, e é um dos maiores mercados consumidores do mundo.”
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Um dos passeios gira em torno da história da pesca de pérolas. A atividade é tradicional nos Emirados Árabes Unidos há mais de sete milênios, tornando o local um dos portos comerciais mais movimentados da região. Quem nos conta em detalhes é o guia Bilal Al Khaled no trajeto de barco do bairro de Al Rams até a fazenda de pérolas Suwaidi Pearls, fundada em 2004, dando detalhes da busca pelas ostras no passado.
“Antigamente, os mergulhadores alcançavam profundidades de 20 metros, e faziam mais de 200 imersões por dia. Para prender a respiração, colocavam um clipe no nariz feito com cascos de tartaruga”, detalha Al Khaled. A atividade, como se pode imaginar, muitas vezes era fatal. Além da imersão histórica, os visitantes conhecem como é feito o cultivo moderno das pérolas e têm acesso a um acervo de joias valiosas, como um colar e um terço islâmico.
A próxima parada é o Dhayah Fort, fortaleza construída no século XIX e candidata a tornar-se Patrimônio Mundial da Unesco. Para chegar ao topo, é preciso fôlego: são 239 degraus da base até as torres, localizadas a 70 metros de altura. Mas a vista compensa o esforço. Do alto, em torres onde, em 1819, aconteceram batalhas entre os britânicos e tribos locais, é possível ver jardins de tamareiras, árvores típicas da região. E a cereja do bolo: a montanha Jebel Jais, pico mais alto da cordilheira de Hajar e dos Emirados Árabes Unidos, com 1.934 metros.
A região montanhosa abriga a maior tirolesa do mundo em comprimento, a Jais Flight, inaugurada em 2018. São quase três quilômetros de extensão e dois minutos de aventura, alcançando uma velocidade de 150 km por hora. A experiência de sobrevoar tão alto é inesquecível e rende registros em vídeo das expressões do turista corajoso, feitos por uma câmera instalada no capacete usado na aventura. O passeio custa a partir de 300 dirhans, a moeda local, cerca de R$ 450.
Com temperaturas que ultrapassam os 40 graus todos os dias no verão, entre junho e agosto, o melhor período para visitar Ras al-Khaimah é nos meses de outubro a abril. A rede hoteleira conta com nove opções de hotéis de luxo, e até 2025, marcas como Anantara, Sofitel e Wynn Resorts devem levar suas instalações ao destino.
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Entre as atuais opções do segmento estão o Intercontinental Ras al-Khaimah Mina Al Arab Resort & Spa, com 351 acomodações com vista para o mar e praia privativa. Uma boa pedida para as famílias com crianças é o Hilton Ras al-Khaimah Beach Resort, com diversas piscinas para os adultos e os pequenos. Além deles, o destaque é o Ritz-Carlton Al Wadi Desert, único hotel em meio ao deserto, localizado em uma reserva ambiental protegida, que abriga parte da fauna local. Quem se hospeda por lá pode fazer um tour no estilo safári para ver e interagir com os oryx, antílopes com grandes chifres, falcões e outros pássaros selvagens. Um oásis para viver, sentir e relaxar.
*A repórter viajou a convite do Departamento de Turismo de Ras al-Khaimah