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Deixando o mar azul-turquesa de Maceió para trás e entrando no sertão de Alagoas, é difícil acreditar que cenários tão bonitos irão continuar a arrebatar o viajante. Mas acontece. Na transição da paisagem, começam a aparecer cactos, vegetações de caatinga, casas em art déco sertanejo e, por fim, o Rio São Francisco.

Passeio nos Cânions do Rio São Francisco — Foto: Lívia Breves
Passeio nos Cânions do Rio São Francisco — Foto: Lívia Breves

Chegar à cidade de Piranhas, tombada pelo IPHAN, à margem do Velho Chico, é encontrar um pouco disso tudo e ainda estar pertinho do Cânion do Xingó, cenário que existe desde 1994, quando a usina hidrelétrica foi construída.

O chef Antônio Mendes, do Nalva — Foto: Rui Nagae
O chef Antônio Mendes, do Nalva — Foto: Rui Nagae

É ali, em Piranhas, que uma gastronomia criativa e gostosa vem se revelando com o festival gastronômico local, que teve sua segunda edição, mês passado, e apresentou sabores como xerém de milho com galinha guisada do quilombo Sítio Lages, chope de cactos e hambúrguer de tucunaré. É festejada também a chegada do restaurante Nalva Cozinha Autoral, do chef Antonio Mendes, que se mudou de Maceió para lá há dois anos.

Acarajé sertanejo (feito com feijão-verde e carne de sol na manteiga de garrafa) servido no Nalva — Foto: Rui Nagae
Acarajé sertanejo (feito com feijão-verde e carne de sol na manteiga de garrafa) servido no Nalva — Foto: Rui Nagae

No cardápio, sabores como o acarajé sertanejo (feito com feijão-verde e carne de sol na manteiga de garrafa), a terrine de rabada com mil-folhas de macaxeira e o divertido hot bode, feito com linguiça de bode e pão de macaxeira, revelam a potência gastronômica. “Ao chegar em Piranhas, mapeei os pequenos produtores e conheci novos sabores. Estou adorando os peixes do rio e pesco algumas vezes por semana. Minha cozinha se baseia em ingredientes simples e locais”, conta Antonio, que comanda mais dois cafés, um deles na torre da cidade, e ainda a Cantina São Francisco, no recém-aberto Centro Gastronômico Rota do Chico, com pratos da Itália adaptados para o clima do sertão.

Uma das casas da Ilha do Ferro — Foto: Lívia Breves
Uma das casas da Ilha do Ferro — Foto: Lívia Breves

Depois de conhecer Piranhas, que tem um centro histórico charmoso, com bares, apresentações de xaxado, forró e casas lindinhas coloridas, há de se ir ao Rio São Francisco, em um passeio que vai parar em Entremontes, vilarejo famoso pelos bordados redendê e ponto cruz, e, em seguida, Ilha do Ferro, povoado que concentra artistas populares e que vem recebendo visitantes do mundo todo em busca de peças de artes e contato com quem as faz. Uma dica para quem quer fazer um tour mais exclusivo e sob medida é a empresa de receptivo Além dos Cânions (@alemdoscanions).

O artesão Vavan, um dos nomes mais badalados da Ilha — Foto: Rui Nagae
O artesão Vavan, um dos nomes mais badalados da Ilha — Foto: Rui Nagae

Na ilha, mestres como Roxinha, Vandinho, Petrônio, Zé Crente, Vavan, Aberaldo e ainda jovens como Yang e Nikiela trabalham com madeiras que encontram na caatinga e transformaram a vila em um dos lugares mais encantadores do Brasil. Todos estão sempre de portas abertas e com as mãos ativas em seus ofícios — quando não estão em aberturas de exposição ou evento fora, viagens que têm sido cada vez mais frequentes Vale conhecer ainda os bordados Boa Noite, que geralmente trazem desenhos das casas e barcos da região.

Uma das casas de Maria Amelia que ficam na Ilha do Ferro — Foto: Divulgação
Uma das casas de Maria Amelia que ficam na Ilha do Ferro — Foto: Divulgação

Essa cidade que parece de um outro tempo também tem hospedagens charmosas, como as de Maria Amélia Vieira, dona da galeria Karandash, a primeira a apostar nos artistas da ilha. “Conheci a vila há mais de 30 anos. Na época, existia apenas o Fernando, que iniciou a arte em madeira lá, e mais quatro artistas. Hoje, é um celeiro de arte popular, conhecido mundo afora. A ilha está cada vez mais visitada. O que é uma coisa boa, mas, ao mesmo tempo, um alerta. Tanto pela alta demanda pelas obras, que acabam ficando menos inventivas e mais repetitivas, quanto pela chegada de estrangeiros que compram casas e terrenos das ruas principais e fazem com que os artistas se mudem dali. Há de se ter cuidado para o povoado não perder sua poética”, comenta ela, que tem casas-galeria de aluguel por temporada (@casasilhadoferro). “No momento, além da Roxinha, que está muito badalada, acredito muito no jovem Amilton, de apenas 18 anos, e no mestre Eraldo, que está no fim de carreira e faz peças de madeiras envelhecidas. Levei todas para a SP Arte”, comenta.

A arte e a gastronomia banhadas pelo Velho Chico.

Lívia Breves viajou a convite de Nalva Cozinha Autoral

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