História pulsante, cultura ancestral, energia vibrante em cada esquina, natureza espetacular e gastronomia celebrada em todo o mundo. Esses motivos já seriam suficientes para planejar viagem de uma semana ao Peru. Acrescente a essa fórmula hotéis cinco estrelas, distribuídos entre Lima, Vale Sagrado e Cusco, e trem com vagões ao estilo de 1920 (pense no cenário do livro “O assassinato no Expresso Oriente”, de Agatha Christie), que deixa os visitantes aos pés de Machu Picchu. O circuito, bem distante da versão “mochileira” que costuma ser associada a essa rota, une luxo, tradição e espiritualidade numa combinação de tirar o fôlego.
Neste mês, a Rede Belmond celebra 25 anos no Peru — o primeiro hotel da rede no país foi o Monasterio, em Cusco — e promove uma imersão cultural de quatro dias, de 22 a 25 de junho, o Peru Celebration Weekend. “Este pacote permite que os visitantes mergulhem na cultura peruana por meio da música, gastronomia e cenários incomparáveis”, explica Roberta Almeida, diretora de brand e marketing da Belmond para a América do Sul.
O país vizinho está mesmo em alta entre nós: o Brasil é o quarto mercado emissor de turistas. Em 2023, mais de 130 mil brasileiros visitaram o destino. “O Peru tem opções de viagem para todos os perfis e idades, além de ter cultura milenar. Em Lima, há restaurantes premiados; em Machu Picchu, sítios arqueológicos; e Cusco mistura resquícios da civilização inca com herança colonial espanhola”, descreve Silvia Seperack, diretora da Promperu (Comissão para a Promoção do Peru para Exportações e Turismo) no Brasil.
Lima
Conhecer a capital Lima antes de Cusco é um ótimo começo para desbravar um país que fica a
apenas cinco horas de grandes cidades brasileiras — há voos diretos pela Latam Airlines partindo do Rio, São Paulo e Brasília. Fundada em 1535 pelos espanhóis, a capital peruana fica debruçada sobre o Oceano Pacífico. O bairro Miraflores, onde se situa o Hotel Belmond Miraflores Park, é uma espécie de Ipanema de lá. A praia, sem faixa de areia, rodeada por imponentes falésias, é o paraíso de surfistas. Na cidade, os restaurantes estão entre as maiores atrações. No próprio hotel, há um belo exemplo: o Tragaluz. Comandado pelo chef Ricardo Ehni, tem varanda à beira-mar que combina com o pisco sour, a caipirinha local. No menu, o clássico ceviche e o carpaccio de polvo dão as boas-vindas.
Vale Sagrado
A altitude em Cusco e Machu Picchu pode causar mal-estar. Por isso, recomenda-se beber muito chá de muña e deixar Cusco para o final — a cidade fica a 3.400 metros acima do mar enquanto Machu Picchu, a 2.430 metros. A dica é ambientar-se no Vale Sagrado, em que a proposta é se conectar com a energia ao redor. Em um ambiente exclusivo em que prevalece a sustentabilidade está o Hotel Rio Sagrado, com 23 quartos, spa, alimentos cultivados no local e atividades ao ar livre, como ioga. “Nosso propósito é a vida saudável. Queremos ser um reduto do turismo wellness”, diz o gerente geral do hotel, Javier Carlavilla. Lá, o almoço é servido num jardim, em que as alpacas descansam sob as árvores e o rio passa em frente. Vale experimentar a pachamanca, cozido com carnes e legumes, em que os alimentos são preparados sob a terra. De janeiro a abril, os hóspedes têm um plus: o trem Hiram Bingham sai da porta do hotel (nos outros meses, parte da estação de Poroy, a 30 minutos de Cusco). A composição da Belmond, com décor anos 1920, música latina ao vivo, bar e restaurante, leva a Machu Picchu, uma das sete maravilhas do mundo moderno eleita pela Unesco. Construída pelos incas no século XV e “descoberta” pelo explorador americano Hiram Bingham em 1911, é mesmo impressionante.
Cusco
Antiga capital inca, Cusco conta histórias por meio de praças amplas, igrejas coloniais, museus e hotéis. O mais icônico é o Belmond Hotel Monasterio, instalado em um monastério do século XVI que abriga uma importante e extensa coleção de arte sacra colonial do século XVIII e o restaurante Oqre, comandado pelo chef Jorge Muñoz. Ao lado, fica o Belmond Palácio Nazarenas, situado em um convento do século XVII. Reserve um tempo para ir ao Centro de Textiles Tradicionales del Cusco, em Chinchero, que atua com dez comunidades tecelãs. “Preservamos técnicas ancestrais e empoderamos as mulheres”, explica uma das curadoras da ONG Flora Callanaupa. Ao final do tour, a frase “gracias a la vida” faz todo sentido.