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Época cultura 1164

O aumento da diversidade nas prateleiras das livrarias

Ainda que tardiamente, o mercado editorial se abre para escritores negros brasileiros — os jovens e os não tão jovens também
Ruth Guimarães, morta em 2014, foi a segunda mulher negra a publicar um romance no Brasil e chegou a ganhar elogios do crítico Antonio Candido. Foto: Eduardo Knapp / Folhapress
Ruth Guimarães, morta em 2014, foi a segunda mulher negra a publicar um romance no Brasil e chegou a ganhar elogios do crítico Antonio Candido. Foto: Eduardo Knapp / Folhapress

Em 2013, o produtor cultural Vagner Amaro planejava comprar livros de autores negros brasileiros para a biblioteca onde trabalhava no Rio de Janeiro. Não foi nada fácil. Vários títulos estavam fora de catálogo há tempos, ou porque haviam tido uma única edição ou eram publicados por editoras minúsculas, incapazes de distribuir as próprias tiragens. Dois anos depois, quando quis comprar todos os livros de Conceição Evaristo, que participaria de uma conversa com estudantes, enfrentou o mesmo desafio. Apenas Olhos d’água , lançado no ano anterior pela Pallas, editora que há décadas investe em autores negros, estava disponível. Os outros estavam fora de catálogo. Localizou um único exemplar do romance Ponciá Vicêncio — na casa da escritora. Um site anunciava a venda de um dos livros de Evaristo, mas o que o correio entregou era uma cópia xerocada.

Aramo decidiu que ele próprio publicaria os autores negros cujos livros lutava para encontrar. Ainda em 2015, criou a Malê, que até o final deste ano contará com mais de 70 títulos no catálogo e prepara o lançamento de um clube do livro por assinatura. “Algumas editoras passaram a lançar livros de cultura negra depois da Lei 11.645/08 (que tornou obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena) , mas publicar literatura negra ainda causava estranhamento”, disse Amaro. A Malê apostou em autores como o afrofuturista Fábio Kabral e resgatou Geni Guimarães, poeta e contista que fez sucesso nos anos 1980, mas passou duas décadas sem publicar. “Há décadas, autores negros reivindicavam que o mercado editorial olhasse para eles”, afirmou Amaro. Ele comemora a diminuição da “invisibilidade” dos autores negros, que têm conquistado espaço até mesmo em editoras cujos catálogos não refletem, nem de longe, a diversidade racial do Brasil.

“Há quatro anos não havia nenhum autor negro convidado para a festa literária de Paraty, a Flip. No ano passado, dos cinco autores mais vendidos no evento, quatro eram negros e um indígena”

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Quem tem o costume de frequentar livrarias, provavelmente, reparou. Nos últimos anos, a oferta de livros de autores negros cresceu. Eles passaram das estantes escondidas nos fundos das lojas para as vitrines. Toda livraria de respeito tem pilhas e pilhas dos livros da filósofa Djamila Ribeiro, cujos títulos acampam há anos nas listas de mais vendidos. Desde 2019, já foram impressos mais de 200 mil exemplares dos oito títulos da coleção Feminismos plurais (todos assinados por autores negros), coordenada por Ribeiro e editada pela Jandaíra. A chegada de Ribeiro, que antes publicava por uma pequena editora mineira, obrigou a Jandaíra (então chamada Pólen) a se reestruturar: passou de cinco para nove funcionários e, segundo a diretora editorial Lizandra Magon de Almeida, “ainda falta gente”. Nos dois primeiros meses de pandemia, as vendas despencaram, mas a recuperação foi impressionante. A procura pelos títulos da editora decuplicou. A Jandaíra se prepara para lançar o selo Justiça Plural, dedicado a livros jurídicos. O conselho editorial, formado por dez pessoas, cinco delas mulheres, tem maioria negra.

Conceição Evaristo lançou “Olhos d’água” em 2014, premiado com um Jabuti em 2015. Até então ela tinha sido obrigada a pagar para publicar seus livros. Foto: Ana Branco / Agência O Globo
Conceição Evaristo lançou “Olhos d’água” em 2014, premiado com um Jabuti em 2015. Até então ela tinha sido obrigada a pagar para publicar seus livros. Foto: Ana Branco / Agência O Globo

Todas as grandes editoras têm apostado cada vez mais em autores negros e se esforçado para diversificar o catálogo. Em julho, o Grupo Companhia das Letras anunciou a contratação do historiador Fernando Baldraia para atuar como editor de diversidade e a publicação de autores negros como Carolina Maria de Jesus e Lélia Gonzalez. A Globo Livros, que lançou os livros de Igor Pires, autor do best-seller Textos cruéis demais para serem lidos rapidamente , vai lançar um livro em que Rachel Maia contará como se tornou uma das empresárias mais influentes do país. A Ediouro Publicações, que tem publicado livros do ator e ex-BBB Rodrigo França, como O pequeno príncipe preto , também prepara um título sobre diversidade no mundo corporativo: A empresa antirracista , organizado por Maurício Pestana. A Todavia vai lançar Uma breve história do racismo no Brasil , da historiadora Ynaê Lopes dos Santos e Os supridores , primeiro romance de José Falero, autor do livro de contos Vila Sapo , editado pela pequena editora gaúcha Figura de Linguagem. O Grupo Editorial Record vai publicar a historiadora Giovana Xavier, que, em 2016, chamou a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), principal evento do mercado editorial brasileiro, de “arraiá da branquitude”.

No ano passado, dos cinco autores mais vendidos na Flip, quatro eram negros e um era indígena. Em 2016, no entanto, não havia um só negro entre os 39 autores convidados da festa literária. Num debate da programação paralela da Flip, Conceição Evaristo questionou o curador Paulo Werneck, que estava na plateia, sobre a ausência de escritores negros: “Que democracia racial é essa em que nós vivemos?”. No ano seguinte, quando metade dos autores convidados pela nova curadora, Joselia Aguiar, era mulher e um terço deles era negro, Evaristo voltou a Paraty como uma das estrelas da programação principal da Flip.

Itamar Vieira Junior é autor de “Torto arado”, que trata do racismo por aqui. Foto: Divulgação
Itamar Vieira Junior é autor de “Torto arado”, que trata do racismo por aqui. Foto: Divulgação

A biografia de Evaristo, nascida em Belo Horizonte, em 1946, ilustra as adversidades enfrentadas pelos escritores negros para publicar no Brasil. Ela lançou seu primeiro romance, Ponciá Vicêncio , apenas em 2003 e arcou com todos os custos de publicação. “Fiz um empréstimo e fiquei o ano todo no vermelho”, contou a ÉPOCA. Textos dela começaram a aparecer nos Cadernos negros , do coletivo Quilombhoje, no início dos anos 1990 e, desde a década anterior, ela tentava publicar o romance Becos da memória . Enviava o manuscrito para editoras que nunca respondiam. “Fiquei tão frustrada que enfiei o livro na gaveta. Um amigo me dizia que Becos da memória , ainda inédito, já era best-seller, porque todo mundo que lia gostava”, contou. Quando finalmente foi publicado, em 2006, Becos da memória virou leitura obrigatória para os vestibulares de diversas universidades. Em 2014, Evaristo lançou Olhos d’água , premiado com um Jabuti no ano seguinte. Foi a primeira vez que ela não precisou pagar para publicar.

Nos últimos tempos, Evaristo passou a receber convites para publicar por editoras grandes. Talvez aceite, mas assegurou que jamais deixará de lançar livros por editoras independentes. “Para mim é uma questão de honra, porque foram elas que me ajudaram a fazer meu nome.” Em falas públicas, Evaristo nunca se esquece de citar outros escritores negros que, diferentemente dela, ainda não receberam o devido reconhecimento. “Eu me lembro de uma palavra de ordem de uma Marcha das Mulheres Negras que dizia: ‘Uma sobe e puxa a outra’”, disse a ÉPOCA.

Jeferson Tenório é o primeiro patrono negro da Feira do Livro de Porto Alegre, que mobiliza a cidade desde 1955. Foto: Carlos Macedo
Jeferson Tenório é o primeiro patrono negro da Feira do Livro de Porto Alegre, que mobiliza a cidade desde 1955. Foto: Carlos Macedo

Foi Evaristo quem apresentou a escritora Ruth Guimarães (1920-2014) a Pedro Almeida, publisher da Faro Editorial. Guimarães foi a segunda mulher negra a publicar um romance no Brasil (a primeira foi Maria Firmina dos Reis, em 1859). Em 1946, Água funda arrancou elogios de Antonio Candido (1918-2017), nosso maior crítico literário. Estudiosa do folclore brasileiro, Guimarães escrevia sobre a cultura caipira do interior paulista e do sul de Minas e traduzia do francês, do russo e do latim. A Faro acaba de publicar dois livros inéditos dela — Contos negros e Contos índios — e promete outros dois para o ano que vem: Contos de encantamentos e Contos do céu e da terra . “O trabalho de pesquisa de campo que essa mulher fez não tem similar. Contos negros e Contos índios registram histórias de nossa tradição oral. Fiquei surpreso que esses tesouros ainda estivessem inéditos”, contou Almeida a ÉPOCA. “Ruth está sendo redescoberta porque não é possível mais ignorar tantos autores negros que formaram a literatura de nosso país.”

Fernando Baldraia, editor de diversidade da Companhia das Letras, acredita que a melhor literatura brasileira hoje é produzida por autoras negras. Segundo ele, o mercado editorial tem duas missões: divulgar autores que até hoje não receberam a devida atenção e “atentar a debates sobre diversidade e a como representá-los estética e politicamente na literatura”. Baldraia também destacou a importância de diversificar as equipes das editoras. O escritor Paulo Scott, outro entusiasta das narrativas de mulheres negras, concorda: diversificar os catálogos não é suficiente. “Estou há anos cobrando abertamente que a Flip tenha um curador negro e que a editora que me publica contrate editores retintos”, afirmou Scott, publicado pelo Grupo Companhia das Letras. “Não adianta contratar editores brancos formados na USP (Universidade São Paulo) . Eles não têm a sensibilidade necessária nem sabem fazer as perguntas certas.” Em 2019, Scott lançou Marrom e amarelo , romance no qual um militante antirracista, pesquisador da “hierarquia cromática” brasileira e negro de pele clara (como o próprio Scott) é convidado pelo governo para participar de uma comissão que discute soluções para o “caos que, de súbito, tinha se tornado a aplicação da política de cotas raciais para estudantes no Brasil”.

Cansado de procurar e não achar livros de autores negros, o produtor cultural Vagner Amaro decidiu fundar uma editora, a Malê. Foto: Ana Branco / Agência O Globo
Cansado de procurar e não achar livros de autores negros, o produtor cultural Vagner Amaro decidiu fundar uma editora, a Malê. Foto: Ana Branco / Agência O Globo

Marrom e amarelo é um dos favoritos aos principais prêmios literários deste ano, como o Jabuti. Seu principal concorrente é outro romance que enfrenta o racismo brasileiro: Torto arado , de Itamar Vieira Junior, publicado pela Todavia e que já vendeu mais de 13 mil cópias (físicas e digitais). O número impressiona, porque raramente os livros de ficção nacional vendem mais de 3 mil exemplares. Torto arado dá voz a quem sempre esteve à margem. As narradoras são três: Bibiana, Belonísia e uma entidade do jarê, religião afro-brasileira praticada na Chapada Diamantina. Bibiana e Belonísia são filhas de camponeses negros e pobres, que vivem e trabalham em terra alheia, sem receber 1 centavo, como se a escravidão nunca tivesse sido abolida. O pai delas, Zeca Chapéu Grande, comandava as brincadeiras de jarê e apaziguava conflitos entre o dono da terra e os trabalhadores. “Zeca Chapéu Grande é uma homenagem ao meu bisavô José. O filho dele, meu avô, era um homem negro e forte, que sofreu muito racismo, mas nunca baixou a cabeça e ensinou a família a se orgulhar de nossa origem”, disse Vieira Junior. Geógrafo e servidor do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), ele se surpreendeu que muitos leitores tenham reconhecido, em Torto arado , as histórias de suas famílias, que, há poucas gerações, viviam no campo, próximas da extrema pobreza.

“Entre os favoritos para ganhar o Prêmio Jabuti deste ano estão Itamar Vieira Junior e Paulo Scott, dois autores negros aclamados pela crítica”

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Se Scott e Vieira Junior lutam pelo Jabuti deste ano, um forte candidato ao prêmio de 2021 é Jeferson Tenório, que, recentemente, lançou O avesso da pele (Companhia das Letras), romance elogiado por ambos. No livro, um jovem tenta reconstituir a vida do pai, um professor morto numa desastrosa abordagem policial. É o terceiro romance de Tenório, que publicou O beijo na parede e Estela sem Deus , que saíram por editoras pequenas. O próximo vai contar a história de um rapaz negro que ingressou na universidade pública graças às cotas raciais. Tenório foi o primeiro cotista a se formar na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e sustenta que as ações afirmativas ajudaram a formar um público leitor ávido por narrativas negras e pela democratização do cânone literário. Ele é o primeiro patrono negro da Feira do Livro de Porto Alegre, que existe desde 1955 e passou a conceder a distinção em 1965. “Frequento a Feira do Livro de Porto Alegre há 20 anos e jamais pensei que receberia a mesma homenagem que Erico Verissimo, Mario Quintana e Caio Fernando Abreu. Essa distinção geralmente era dada a escritores mais velhos, brancos e de uma classe social mais alta”, disse Tenório, de 43 anos. Ele defende que “ampliar o cânone não é excluir autores brancos, mas incluir autores negros que nos ajudam a contar a história do Brasil”, disse Tenório.

A filósofa Djamila Ribeiro coordena a coleção “Feminismos plurais”, oito livros assinados por autores negros que já venderam cerca de 200 mil cópias. Foto: Thiago Bruno
A filósofa Djamila Ribeiro coordena a coleção “Feminismos plurais”, oito livros assinados por autores negros que já venderam cerca de 200 mil cópias. Foto: Thiago Bruno

Os romances de Tenório são narrados por pessoas negras em diferentes fases da vida. Narradores negros são raros na literatura brasileira. Regina Dalcastagnè, da Universidade de Brasília, analisou 692 romances lançados por 383 escritores brasileiros desde 1965. Dos autores publicados entre 1965 e 1979, 93% eram brancos. O índice subiu para 93,9% entre 1990 e 2004 e para 97,5% entre 2005 e 2014. Já os protagonistas negros eram, respectivamente, 4,7%, 5,8% e 4,5%. “Por não ver minha história nos livros, também não me via como autora”, afirmou Eliana Alves Cruz, autora de três elogiados romances históricos sobre a escravidão, publicados pela Pallas e pela Malê. Aos 11 anos, ela anotou em seu diário o sonho de ser escritora, mas só lançou seu primeiro livro, Água de barrela , aos 50. “A literatura brasileira não se reduz ao que escrevem homens brancos e heterossexuais da classe média do Sudeste. Tem muito mais história para ser contada, e isso já está começando a mudar.”

“Está na hora de pegarmos a caneta e contarmos nossas histórias”, afirmou o escritor Juan Jullian, de 25 anos. Negro, gay e morador da Zona Norte do Rio, ele cresceu lendo Harry Potter e buscando, sem muito sucesso, livros em que os personagens se parecessem com ele. “Resolvi escrever uma história em que o protagonista morasse no meu bairro, tivesse minha cor e enfrentasse os problemas que eu enfrentei.” O resultado foi Querido ex , romance no qual um jovem tenta superar o ex-namorado babaca que virou estrela de reality show. Jullian lançou Querido ex pela plataforma de autopublicação da Amazon, o KDP, em 2018. Com o sucesso, o livro ganhou uma nova edição, pela Galera Record, e Jullian já está escrevendo uma continuação. “Ninguém pensa que um menino preto pode ser escritor ou imagina que pessoas pretas escrevem sobre outros assuntos além do racismo” afirmou Jullian. Ele contou que costuma receber mensagens de leitores que nunca tinham encontrado um livro em que o protagonista se parecia com eles. E que Querido ex também caiu no gosto de mulheres brancas que já passaram dos 30 ou 40 anos. “No começo fiquei surpreso, mas depois me lembrei de que meu livro era sobre coração partido.”

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