Com um ano de atraso, em virtude da pandemia, as principais estrelas do esporte desembarcaram em Tóquio em busca da glória máxima nas suas modalidades. Nada melhor para iniciar a retrospectiva do ano, portanto, que revisitar os principais destaques olímpicos. Desta quarta-feira até dia 31, rankings elaborados pelos jornalistas de Esportes do GLOBO destacarão os grandes personagens, times e acontecimentos que marcaram 2021.
1. Caeleb Dressel (Natação/Estados Unidos)
O ano olímpico é de Caeleb Dressel, nadador americano que ganhou cinco medalhas de ouro em Tóquio, com direito a novo recorde mundial (49s45 nos 100m borboleta), e mostrou força mental para lidar com a enorme pressão sobre ele.
Quando tinha 17 anos, Dressel já era considerado um fenômeno das piscinas. Mas precisou parar por seis meses, dar um tempo, tamanha a expectativa de um país como os Estados Unidos em relação ao seu talento.
O ciclo de Tóquio-2020 durou cinco anos por causa da pandemia, e as perguntas surgiram: será que ele repetiria o sucesso dos últimos campeonatos mundiais, quando, em 2017 e 2019, ganhou 13 medalhas de ouro e duas de prata? Será que preencheria o vazio deixado pela lenda Michael Phelps?
Bom, Dressel, aos 25 anos, não apenas conseguiu vencer essa guerra interna, como cimentou seu nome na história olímpica. E se tornou o quinto nadador a ganhar ao menos cinco ouros em uma edição dos Jogos.
2. Rebeca Andrade (Ginástica artística/Brasil)
O americano foi barbada nas eleições de Melhor Nadador do Ano da Federação Internacional de Natação (Fina) e de Atleta do Ano da revista “Sports Illustrated”. Na lista do GLOBO, além dele, a ginasta Rebeca Andrade é protagonista. A brasileira conquistou o ouro no salto e a prata no individual geral em Tóquio — tornando-se, assim, a primeira mulher do país a subir ao pódio olímpico na modalidade. Três meses depois, levou o ouro no salto e a prata nas barras assimétricas no Mundial de Kitakyushu. Ela faturou ainda o prêmio de Melhor Atleta do Ano, oferecido pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB).
3. Elaine Thompson-Herah (Atletismo/Jamaica)
Também no pódio do GLOBO, aparece Elaine Thompson-Herah, a mulher mais rápida do mundo. Ela não só ganhou o ouro na prova dos 100m em Tóquio, deixando para trás a compatriota e favorita Shelly-Ann Fraser-Pryce (ouro em Pequim-2008 e Londres 2012), como estabeleceu uma nova marca mundial. Com 10s61, a jamaicana de 29 anos quebrou em um décimo de segundo o recorde que era da americana Florence Griffith Joyner, de Seul-1988. Elaine nem era nascida quando Florence cruzou a linha de chegada.
Mas a jamaicana fez mais: saiu de Tóquio também com o ouro na prova dos 200m e o segundo tempo mais rápido da História — apenas 0,19 segundo atrás do recorde mundial de Florence, estabelecido há 33 anos. E ainda levou o ouro no revezamento 4x100m. Elaine já havia vencido as duas disputas individuais na Rio-2016.
4. Ariarne Titmus (Natação/Austrália)
Diferentemente de Dressel, a australiana Ariarne Titmus chegou ao Japão sem pressão. Não exercera, como ele, o domínio em campeonatos mundiais. E teria pela frente a americana Katie Ledecky, dona de 15 ouros em Mundiais e de cinco ouros olímpicos até ali (Londres-2012 e Rio-2016).
Em Tóquio, a australiana destronou a americana, ao conquistar duas medalhas de ouro, nos 200m e 400m livre. Foi ainda prata nos 800m livre e bronze com o revezamento 4x200m. Pela façanha, é a quarta colocada no ranking do GLOBO.
5. Armand Duplantis (Salto com vara/Suécia)
O sueco Armand Duplantis, do salto com vara, é o quinto maior destaque de 2021. Mondo, como é conhecido, confirmou seu favoritismo em Tóquio e ganhou a medalha de ouro em sua prova. No ano anterior, havia quebrado os dois recordes mundiais, outdoor e indoor. Este, duas vezes seguidas em menos de uma semana.
6. Sifan Hassan (Atletismo/Holanda)
Tóquio coroou também a holandesa Sifan Hassan como a rainha das provas de fundo do atletismo. Ela venceu os 5 mil e os 10 mil metros, além de ter ficado com o bronze nos 1.500 metros.
Sifan se tornou a primeira atleta a ir ao pódio nas três provas de fundo numa única Olimpíada. E, pelo feito, foi considerada a Atleta Europeia do Ano, prêmio que apenas uma outra holandesa havia abocanhado: a velocista Dafne Schipperes, bicampeã mundial dos 200m (2015 e 2017). Sifan nasceu em Adama, na Etiópia, e, aos 15 anos, foi acolhida como refugiada na Holanda.
7. Eliud Kipchoge (Maratona/Quênia)
O queniano Eliud Kipchoge, dono do recorde mundial da maratona, faturou, no Japão, o bicampeonato da prova mais tradicional dos Jogos. Aos 36 anos, ele entrou para o seleto grupo dos corredores que ganharam a disputa duas vezes consecutivas. Apenas o etíope Abebe Bikila (Roma-1960 e Tóquio-1964) e o alemão Waldemar Cierpinski (Montreal-1976 e Moscou-1980) haviam conseguido o feito.
Kipchogue, dono de nove títulos das maratonas majors, é apontado como o fundista com condições de quebrar a barreira das 2h. Não à toa, é espécie de garoto-propaganda de Paris-2024.