Catar 2022
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Por Renan Damasceno — Doha

O calor da emoção costuma embaralhar o julgamento dos fatos. Mas o sentimento do torcedor na saída do Estádio Lusail, ontem à noite, é que naquelas duas horas anteriores de pura catarse havia se experimentado algo que, antes do apito final, já havia a certeza de ser histórico.

Porque Lionel Messi, aos 35 anos, no crepúsculo de sua genialidade, em sua quinta tentativa, conseguiu enfim erguer uma taça da Copa do Mundo.

Com sete gols na Copa do Catar, Messi enfim conquistou seu tão sonhado título Mundial pela Argentina — Foto: Jewel Samad / AFP
Com sete gols na Copa do Catar, Messi enfim conquistou seu tão sonhado título Mundial pela Argentina — Foto: Jewel Samad / AFP

O eleito sete vezes melhor jogador do planeta fez dois gols no empate em 3 a 3 da Argentina com a França nos 120 minutos, em decisão vencida nos pênaltis por 4 a 2, conquistando aquele troféu que o mantinha um degrau abaixo de Diego Maradona no coração dos argentinos. Ao entrar em campo, Lionel se tornou o atleta com mais jogos disputados em Mundiais (26) e, ao balançar as redes duas vezes, chegou a 13 gols em Copas, superando Pelé, que tem 12.

Predestinado

Porque Lionel Scaloni, de 44 anos, se tornou o técnico mais jovem a conquistar um Mundial desde Cesar Menotti, seu compatriota, em 1978. Em sua primeira experiência como treinador, o ex-lateral superou as desconfianças e se mostrou um estrategista: mudou o time e a formação tática jogo a jogo e, na final, mesmo contrariando as previsões, resolveu mandar um time mais ofensivo a campo, com Angel Di María ao lado de Messi e Julián Álvarez. Até uma hora e meia antes da partida, o atacante não fazia ideia que jogaria.

Lionel Scaloni, de braços cruzados, e sua vibrante comissão técnica: treinador foi inovador e mudou a equipe várias vezes ao longo do Mundial — Foto: Paul Ellis / AFP
Lionel Scaloni, de braços cruzados, e sua vibrante comissão técnica: treinador foi inovador e mudou a equipe várias vezes ao longo do Mundial — Foto: Paul Ellis / AFP

Porque esse mesmo Di María, aos 34 anos, o fiel escudeiro de Messi, se mostrou outra vez predestinado. Aos 20 minutos do primeiro tempo, o autor do gol do ouro olímpico em Pequim-2008 foi derrubado por Dembélé na área, originando o pênalti convertido por Messi. Depois, aos 35 minutos, ele mesmo concluiu um contra-ataque puxado por Alexis Mac Allister, ampliando para 2 a 0.

Ángel Di María fez um gol na final contra a França e sofreu o pênalti — Foto: Adrian Dennis / AFP
Ángel Di María fez um gol na final contra a França e sofreu o pênalti — Foto: Adrian Dennis / AFP

Porque do outro lado havia Mbappé, 13 anos mais jovem que Messi e natural sucessor do trono do futebol. Com apenas 23 anos, o atacante francês se tornou o maior artilheiro de finais de Copas (quatro gols), recebeu a chuteira de ouro por ser o maior goleador no Catar (oito) e é o primeiro atleta a fazer um hat trick em decisões desde Geoff Hurst, na Inglaterra-1966. O atacante do PSG ajudou uma combalida França renascer quando a partida parecia decidida: aos 35 minutos do segundo tempo, fez de pênalti. Um minuto depois, acertou um chute primoroso após passe de Rabiot, levando o duelo para a prorrogação. Depois de Messi fazer 3 a 2, na segunda etapa do tempo extra, Mbappé ressurgiu e fez outro gol, de pênalti, levando a partida para as penalidades.

Mbappé enche o pé para marcar o segundo de seus três gols na final: duelo de gigantes com Messi — Foto: Odd Andersen / AFP
Mbappé enche o pé para marcar o segundo de seus três gols na final: duelo de gigantes com Messi — Foto: Odd Andersen / AFP

Porque então foi a vez de um herói improvável entrar em cena. Martínez, há quatro anos, estava vendo a Copa da Rússia da arquibancada e fez uma promessa ao irmão: em momento de baixa na carreira, disse que ainda chegaria à seleção. E ontem, aos 30 anos, o goleiro que só assumiu o gol da albiceleste aos 29, fez uma defesa espetacular em chute de Muani nos segundos finais da prorrogação, defendeu a cobrança de Coman e provocou tanto os franceses a ponto de Tchouaméni chutar para fora.

Dibú Martinez, que pegou um pênalti na grande decisão, foi um dos heróis da campanha Argentina — Foto: Antonin Thuillier / AFP
Dibú Martinez, que pegou um pênalti na grande decisão, foi um dos heróis da campanha Argentina — Foto: Antonin Thuillier / AFP

Porque a última cobrança das penalidades coube a Montiel, que, minutos antes, havia cometido o pênalti que prolongou o sofrimento argentino. E quando o chute do lateral estufou as redes de Lloris, não houve um jogador argentino que não corresse sem destino ou caísse ajoelhado no chão. Ao erguer a taça, Messi cumpriu uma daquelas jornadas que se consagrou histórica. Tanto que é possível dizer, com alguma segurança, que a Copa do Catar será para sempre a Copa de Lionel Messi.

Depois de cometer um pênalti na prorrogação, coube ao zagueiro Montiel marcar o gol do título nos pênaltis — Foto: Antonin Thuillier / AFP
Depois de cometer um pênalti na prorrogação, coube ao zagueiro Montiel marcar o gol do título nos pênaltis — Foto: Antonin Thuillier / AFP
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