Quando a bola rolar, a partir das 7h de amanhã, em Sydney, um novo capítulo do futebol feminino será escrito. Espanha e Inglaterra disputarão a final da Copa do Mundo pela primeira vez, em um confronto difícil de ser previsto no início da competição.
O aumento dos investimentos na modalidade ao longo dos últimos anos explica a decisão: as duas seleções representam o fortalecimento das ligas locais, que recolocam a Europa como protagonista do futebol feminino no mundo. Esta é a segunda final disputada entre duas equipes europeias, 20 anos depois que a Alemanha venceu a Suécia e ficou com o título.
A composição das seleções indica a tendência: 21 jogadoras da Espanha atuam no país, enquanto 20 inglesas estão inscritas em suas ligas locais. O Chelsea, tetracampeão consecutivo da primeira divisão inglesa, é o segundo clube que mais tem representantes na Copa. Ao todo, são 17 jogadoras em diferentes equipes, com cinco na seleção da Inglaterra.
Entre elas está a artilheira Lauren James, de 21 anos, que marcou três vezes na sua estreia no Mundial. Ela deve começar como titular após cumprir dois jogos de suspensão por um pisão na nigeriana Alozie durante as oitavas de final. Também podem fazer a diferença a zagueira Bronze, as meias Walsh e Stanway e as atacantes Kelly e Russo.
À frente do Chelsea, só o Barcelona cedeu mais jogadoras para a Copa: são 18 representantes, nove na Espanha. Algumas delas participarem do protesto, em setembro de 2022, pedindo para não serem mais convocadas para a seleção. Alegando que as questões internas estavam “afetando a saúde mental”, após queda precoce na Euro, o motivo foi atribuído a divergências com o treinador Jorge Vilda.
O técnico permaneceu no comando, e três jogadoras, Bonmatí, Battle e Caldentey retornaram à seleção. Mas na classificação para a semifinal, a imagem do treinador comemorando sozinho à beira do gramado enquanto as jogadoras se abraçavam chamou a atenção.
A Espanha também tem a melhor do mundo, Alexia Putellas, e a jovem promessa Salma Paralluelo, de 19 anos, que foi decisiva ao marcar nas quartas e na semifinal.