Futebol Internacional
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Por O Globo

O último dia do julgamento de Daniel Alves, acusado de estuprar uma jovem de 23 anos numa boate de Barcelona, acontecerá nesta quarta-feira. O jogador será o último a depor, como a defesa havia pedido no primeiro dia. A sessão, que começa às 11h (de Brasília), também será dedicada a trâmites periciais, entrega de um relatório e conclusões.

Após as três sessões, a juíza Isabel Delgado Pérez vai elaborar a sentença final. No entanto, não há prazo definido para ser divulgado. Até lá, o jogador permanecerá em prisão preventiva.

O Ministério Público espanhol pediu nove anos de prisão para Daniel Alves. A acusação pediu 12 anos. Qualquer que seja a pena, em caso de condenação, o jogador deve ficar preso apenas dois terços do tempo de punição. Ou seja, entre cinco e seis anos. E como pagou multa de atenuante, essa pena pode ser reduzida pela metade.

A sentença da juíza, no entanto, não deve significar o fim do processo. Cabe recurso ao Tribunal de Apelação (segunda instância da Justiça espanhola). A Corte Constitucional, máxima instância no país, tem competência reduzida e não deve julgar o caso.

Relembre o caso e dos desdobramentos

A denúncia

  • De acordo com a vítima, que teve a identidade preservada, ela dançava na boate Sutton, em Barcelona, com amigos no dia 30 de dezembro quando foi chamada para a mesa de Daniel Alves, na área VIP.
  • Ele a teria tocado por baixo de sua roupa íntima sem consentimento e a levado ao banheiro, impedindo que saísse e obrigando que fizesse sexo com ele.
  • A mulher procurou a equipe de segurança do estabelecimento, que chamou uma ambulância e a polícia. O jogador já havia ido embora.
  • Dois dias depois, a vítima registrou queixa contra o jogador. Em sua versão, ela destacou que Daniel Alves a "agarrou pela nuca, não sei se também pelos cabelos e me jogou no chão, machuquei o joelho".
  • A mulher que acusa o brasileiro, inicialmente, se recusou a receber qualquer tipo de indenização caso o jogador seja condenado. Mas a defesa a fez mudar de opinião.
  • Desde então, ela está recebendo apoio por parte do departamento encarregado e a denúncia está na Justiça, sob investigação, segundo o Tribunal Superior de Justiça da Catalunha (TSJC).

Versões contraditórias

  • Em sua primeira manifestação sobre o caso, em um vídeo enviado ao canal de TV espanhol Antena 3, Daniel Alves negou as acusações e afirmou não conhecer a vítima.
  • Dias depois, o jogador mudou seu relato, afirmando ter encontrado a vítima no banheiro da boate, tendo sido surpreendido. Nessa versão, Alves afirmou que não teve qualquer contato com ela e teria ficado parado, sem saber o que fazer quando a viu.
  • Pouco tempo depois, admitiu que manteve uma relação sexual com a mulher, mas disse que ela teria se lançado em sua direção dentro do banheiro para fazer sexo oral. O brasileiro alegou que ele não tinha dado essa versão até aquele momento com o intuito de “proteger” a vítima.
  • Em seu depoimento mais recente, o lateral acabou confirmando que houve penetração enquanto eles estavam no banheiro, mas alega que a relação foi consensual. Desta vez, Daniel Alves afirmou que não teria dado essa versão anteriormente para proteger a vítima e a sua então esposa, Joana Sanz.

Os indícios da Polícia Espanhola

  • A jovem foi atendida no Hospital Clínic e passou por um exame médico. O relatório diz que ela sofreu ferimentos leves compatíveis com a "luta" que teria travado com o jogador de futebol para não se sujeitar ao ato sexual.
  • A ficha médica indicou que dentre as lesões encontradas está uma pequena equimose no joelho. Trata-se de uma mancha roxa causada por um sangramento em que ocorre a infiltração do sangue na pele.
  • As câmeras de segurança confirmam a versão da vítima até o momento em que entraram no banheiro, onde passaram aproximadamente 15 minutos. Além disso, as imagens mostraram a vítima em situação de fragilidade após deixar o banheiro.
  • O resultado de um teste de DNA comprovou a presença de sêmen do atleta na roupa da vítima, além de impressões digitais no banheiro da boate.

A prisão

  • Daniel Alves foi preso logo após seu depoimento à Polícia Espanhola. O brasileiro, que estava no México, onde já tinha iniciado a temporada de 2023 no Pumas, retornou espontaneamente à capital da Catalunha para depor pela primeira vez.
  • Após a prisão, Leopoldo Silva, presidente do Pumas, clube mexicano até então defendido pelo jogador, realizou um pronunciamento oficializando a demissão.
  • Em paralelo, o Ministério Publico fez um pedido de prisão preventiva sem direito à fiança, o que foi aceito pela Justiça.
  • O jogador foi encaminhado ao presídio Brians I e, posteriormente, transferido para o Brians II. Ambos nos arredores de Barcelona.
  • A prisão do lateral foi mantida pela Justiça, devido à "alta possibilidade de fuga".
  • Apesar de bom comportamento, o atleta já recebeu duas advertências na unidade. A primeira por organizar um campeonato de futebol e a segunda por fazer uma 'batucada' na cela onde está detido.

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