Futebol Internacional
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Por — Rio de Janeiro

É lugar comum apontar que o Real Madrid de Carlo Ancelotti é um dos melhores times do mundo. Tetracampeão da Liga dos Campeões da Europa — duas vezes com o Milan e duas com os espanhóis —, o italiano de 64 anos vem fazendo um dos grandes trabalhos de sua vitoriosa carreira, e possui a chance de conquistar mais uma “orelhuda” amanhã, às 16h (de Brasília), quando enfrenta o Borussia Dortmund, em Londres. Seu adversário no banco de reservas não será um dos técnicos graúdos contra quem protagonizou grandes rivalidades, mas o jovem Edin Terzic, dono de uma relação umbilical com os aurinegros.

O alemão de 41 anos, nascido em Menden, cidade na região de Dortmund, dá os primeiros passos de uma carreira que se apresenta promissora, principalmente por ter levado o Borussia a um lugar inesperado. A última vez que o clube campeão europeu de 1996/97 esteve na decisão havia sido em 2013, quando foi vice para o Bayern de Munique, no mesmo Estádio de Wembley. Àquela altura, Terzic mal passava de um torcedor.

Na pele

À medida que a campanha desta temporada foi avançando, viralizou uma imagem de Terzic nas arquibancadas do Estádio Olímpico de Berlim, em 2012, na final da Copa da Alemanha, quando o Borussia foi campeão em cima do Bayern. O então jogador de 29 anos se dividia entre o Borussia Dröschede, último clube de sua modesta carreira, e a função de técnico da base do Dortmund, integrando a comissão de Jürgen Klopp.

O tempo de Edin Terzic: em 2012, um torcedor do Borussia Dortmund; em 2021, treinador campeão da Copa da Alemanha — Foto: Reprodução/Instagram
O tempo de Edin Terzic: em 2012, um torcedor do Borussia Dortmund; em 2021, treinador campeão da Copa da Alemanha — Foto: Reprodução/Instagram

Foi a partir dali que Terzic escalou. Após ser auxiliar em Besiktas-TUR e West Ham-ING, voltou ao Signal Iduna Park em 2018. Campeão da Copa da Alemanha de 2020/21 como interino, assumiu o cargo principal em 2022, iniciando uma aventura que viverá amanhã seu grande momento até agora.

— Temos que acreditar que podemos alcançar grandes coisas. Investir tudo para trazer o troféu de volta ao Dortmund. Já faz muito tempo — disse o técnico em coletiva, antes de lembrar da última temporada: — Eu disse que teria passado sem este capítulo da minha vida, mas este dia foi parte do nosso caminho para o sucesso.

Ele se referiu à perda do título alemão para o Bayern nos minutos finais da última rodada da Bundesliga. A chegada a Wembley não parecia uma possibilidade então, enquanto Terzic chorava em frente a uma atônita Muralha Amarela. Só que a jornada europeia mudou tudo. Após passar pelo chamado grupo da morte, com PSG, Milan e Newcastle, o time eliminou PSV, Atlético de Madrid e novamente o PSG para ficar a 90 minutos do bi europeu.

Apesar disso, a temporada não é tão boa. Na Bundesliga, o Dortmund foi apenas o quinto colocado e não chegou a disputar o título. A tábua de salvação, não apenas para este ano, mas para uma década inteira, se apresenta amanhã. No comando, estará alguém que entende na pele a importância do troféu, da mesma forma que nomes de longa data em Dortmund, como Marco Reus e Mats Hummels, dois remanescentes daquele vice.

Criador da dinastia

Do outro lado, estará o adversário que se diverte em construir a “Liga do Campeão”. Se a final não será um reencontro de alemães em Wembley, é porque o Real tirou o Bayern na semi e chegou à sétima final em 11 edições. Fica até difícil lembrar dos tantos anos de busca pela sonhada “La Décima”, já que o clube está próximo de levantar o 15º título, em uma das decisões que promete uma das maiores discrepâncias recentes. Foi Ancelotti o responsável por dar o pontapé inicial a esta geração gloriosa no Santiago Bernabéu.

Ancelotti campeão de La 10ª com o Real Madrid, em 2014 — Foto: Divulgação/Twitter/Champions League
Ancelotti campeão de La 10ª com o Real Madrid, em 2014 — Foto: Divulgação/Twitter/Champions League

Em 2014, levou sua equipe à vitória contra o Atlético de Madrid, em Lisboa, encerrando um jejum merengue de 12 anos. De lá para cá, mesmo com uma troca de gerações, o Real se acostumou a vencer a qualquer custo. O treinador não presenciou tudo, pois saiu em 2015 e só voltou em 2021.

Ao encontrar Vinícius Junior e Rodrygo, promoveu uma reformulação que não permitiu à torcida sentir falta de Cristiano Ronaldo e cia. O título europeu logo em 2021/22, contra o Liverpool, dava conta do que viria pela frente. Ancelotti parece estar entregando sua melhor versão do Real, tendo também uma estrela do naipe de Jude Bellingham, e com um contrato renovado até 2026.

— Vou me aposentar no Real Madrid, mas primeiro quero outra Liga dos Campeões — garantiu em coletiva nesta semana. — Enquanto me quiserem, estarei aqui à disposição.

A ambição é um dos resumos da carreira de um dos grandes treinadores de todos os tempos, que quer se tornar o primeiro homem a vencer a Champions League sete vezes — tem dois títulos como jogador, pelo Milan. Terzic promete estar à altura.

Amanhã, uma lenda italiana e um sonhador alemão, que era adolescente quando viu seu time ser campeão, disputam o trono do Velho Continente.

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