Com o encerramento dos Jogos Olímpicos, os olhares esportivos se voltaram totalmente ao futebol masculino na segunda-feira (12), quando veio a público a maior proposta de transferência para um jogador de futebol na história. O atacante Vinícius Júnior, do Real Madrid, se tornou um dos principais focos do Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (PIF) nesta janela de transferências, para se tornar o embaixador do país que sediará a Copa do Mundo em 2034.
Esse projeto ambicioso do PIF é comandado pelo primeiro-ministro e príncipe da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman, pertencente a Casa de Saud — nome dado ao poder real no país — o príncipe faz parte da família de monarcas mais rica do mundo. E de acordo com uma estimativa da consultoria Brand Finance, sua fortuna foi avaliada em US$ 1,4 trilhão (cerca de R$ 7,6 trilhões na cotação atual) até 2023. Além do futebol, príncipe se tornou conhecido por gastar dinheiro em compras monumentais como um castelo na França por R$ 1,7 bilhão de reais e um iate por R$ 309 milhões.
Mente por trás do fundo de investimentos, Bin Salman passou a se aprofundar no futebol nos últimos anos, buscando melhorar a imagem de seu governo dentro e fora do país. Com isso, contratou jogadores da elite europeia para integrar os quatro clubes que comanda na Arábia Saudita. Dessa forma, ele se tornou patrão de nomes como Benzema (Al-Ittihad), Cristiano Ronaldo (Al-Nassr) e os brasileiros Neymar (Al-Hilal) e Roberto Firmino (Al-Ahli).
O projeto era contratar Vini Jr para o Al-Ahli porém, segundo o jornal The Athletic, o jogador de 24 anos recusou a proposta bilionária e permanecerá no time espanhol. Ele receberia um valor que ultrapassa 1 bilhão de euros (R$ 6 bilhões, na cotação atual), entre salários e bônus, por cinco anos de vínculo, superando a venda de Neymar do Barcelona para o PSG que custou 222 milhões de euros em 2017.
De castelo a time europeu
Além dos times sauditas, o fundo comandado por Bin Salman passou a investir além das fronteiras e se tornou dono de um tradicional da Premier League: Newcastle United. Comprando a equipe por £ 300 milhões (R$ 2,1 bilhões).
Mas seus gastos luxuosos também já tomaram o noticiário. Em 2021, ele comprou o castelo mais caro do mundo, localizado em Versalhes, na França, e adquirido por 230 milhões de libras, equivalente a R$ 1,7 bilhão. O chateau Louis XIV tem arquitetura inspirada nos castelos do século 17.
Conheça o chateau Louis XIV
A propriedade conta com um jardim de 23 hectares, uma adega com espaço para mais de 300 garrafas de vinho, duas piscinas e um interior com portas e corrimãos de escada revestidos em ouro. Ele a colocou a venda dois anos depois.
Um ano antes dessa compra, em 2020, o príncipe se tornou dono de um dos iates mais caros do mundo, o Pegasus VIII, que foi fabricado em 2003 e avaliado em 44 milhões de libras (R$ 309,6 milhões na conversão direta). A embarcação foi construída com casco de aço e estrutura de alumínio especial em todos os seus 78 metros de comprimento. Além disso, por dentro, têm três andares, heliponto, quarto para 12 convidados — sendo seis suítes — e uma tripulação de 26 pessoas.
Iate de Bin Salman, avaliado em R$ 330 milhões
Em relação aos atrativos há um deck de festas com dois bares, pista de dança, churrasqueira e adega para mil garrafas, além de garagem para lancha e motos aquáticas. E não é só isso: existe um spa dentro do iate, academia, jacuzzi, sala de jantar e até um espaço de cinema.
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No entanto, apesar do luxo, o iate surpreendentemente custa bem menos do que o quadro 'Salvator Mundi’, de Leonardo da Vinci, que também pertence ao príncipe. A obra foi arrematada em 2017 pelo preço recorde de U$ 450 milhões, aproximadamente (R$ 2,4 bilhões). De acordo com o jornal americano The Wall Street Journal, a pintura esteve exposta na embarcação, mas atualmente tem paradeiro desconhecido.
Fortuna controversa
De acordo com a Forbes, parte das reservas de seu governo foi obtida após uma "campanha anticorrupção" — como ficou nomeada pelo governo— em que arrecadou bilhões de outras famílias monarcas para mitigar o rombo dos caixas devido a baixa do valor do petróleo. O príncipe e parente Alwaleed bin Talal al Saud, que teve que pagar US$ 6 bilhões para sair do hotel de luxo Ritz-Carlton, em Dubai.
O The Athletic salienta, porém, que os sauditas não se deram por vencidos. Uma nova proposta pode ser feita nas próximas semanas. A resposta inicial do Real Madrid foi que só negociaria o brasileiro pelo valor da multa rescisória: também 1 bilhão de euros (R$ 6 bilhões).