Botafogo
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Por Rafael Oliveira — Rio de Janeiro

Quatro décadas após sua morte — completadas nesta sexta — Garrincha enfim deve ganhar um espaço à altura de seu tamanho no futebol. O Museu Botafogo, em fase de desenvolvimento e com previsão de inauguração para dezembro, terá o eterno camisa 7 como uma espécie de anfitrião. Não só porque estará na entrada, através de uma estátua. Mas também por ser o único atleta a ter uma seção só para si.

Os grandes jogadores do Botafogo serão reverenciados numa ala temática batizada de Universidade do Futebol. Garrincha fará parte dela e ainda terá uma exclusiva: a Alegria do Povo.

— Sempre acreditei que memória não é o que nos faz lembrar. É o que não queremos esquecer. E não queremos esquecer o Garrincha, por todo o seu simbolismo. Ele foi mais que um jogador de futebol. É um personagem riquíssimo. Transita entre uma quase tragédia grega e a comédia — disserta o arquiteto Ricardo Macieira, coordenador e curador do Museu Botafogo, que ocupará a sede de General Severiano.

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Desenvolvido pela Mude, que fez o mesmo trabalho para River Plate, Boca Juniors, Benfica e Juventus, o museu alvinegro terá uma proposta de imersão e interatividade. Por isso, haverá um forte componente tecnológico. Na ala de Garrincha, um painel semicircular exibirá imagens e depoimentos. Mais do que traçar uma linha do tempo, a ideia é tratá-lo de forma lúdica, incorporando não só sua carreira, mas também a alta produção cultural sobre ele.

— Tudo o que há disponível em texto, som e imagem sobre o Garrincha vai ser reproduzido — adianta o curador.

Mas é no drible que se dará o maior momento de interatividade. Os visitantes serão desafiados a driblar igual ao camisa 7, e uma tecnologia avaliará a performance.

— Posso adiantar que será muito difícil de conseguir — revela Macieira. — Estamos dando um tratamento ao drible do Garrincha, à ginga, como um objeto de arte na mais pura essência da manifestação estética.

Antes mesmo da inauguração do museu os dribles de Garrincha já serão tratados como arte. Por meio da tecnologia NFT, que garante autenticidade e unicidade à obra digital, o Botafogo irá comercializar lances em que o ponta-direita entortou adversários.

A quantidade ainda não está fechada, pois envolve negociações. Mas serão dribles considerados icônicos. Contra Flamengo, Vasco e Fluminense, rivais do Botafogo; e pela seleção brasileira.

Esta é uma das formas encontradas para completar o financiamento do museu. Boa parte do recurso necessário virá da empresa de telefonia Tim via Lei de Incentivo à Cultura. Segundo Durcesio Mello, presidente da associação, toda estratégia de captação complementar está definida.

Além dos NFTs, haverá uma campanha de crowdfunding. Os doadores terão direito a pôr o nome numa das 1.942 estrelas suspensas no interior do museu. O número é referência ao ano da fusão dos dois clubes que deram origem ao Botafogo de Futebol e Regatas. Já numa outra ação, sete taças expostas na entrada do museu serão apadrinhadas.

— Serão as dos Cariocas de 1962, 1968 e 1989, dos Brasileiros de 1968 e 1995, da Copa Conmebol e da Teresa Herrera. Eu mesmo apadrinhei uma delas — diz Durcesio.

O desenho da estátua de Garrincha, feito pelo argentino Daniel Brandimarte — Foto: Divulgação
O desenho da estátua de Garrincha, feito pelo argentino Daniel Brandimarte — Foto: Divulgação

É na entrada, inclusive, que estará a primeira referência ao camisa 7: um Garrincha com asas de 2,2 metros desenhado pelo artista plástico argentino Daniel Brandimarte. Ao invés da tradicional estátua de bronze, a ideia é que um carnavalesco (ainda não definido) assuma a missão de tirar o esboço do papel. Como o trabalho só será iniciado após o carnaval, a previsão de inauguração é para o meio do ano, antes do próprio museu.

— O carnaval também é a alegria do povo — compara Ricardo Macieira.

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