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Dorival Júnior foi apresentado nesta quinta-feira como o novo técnico da seleção brasileira na sede da CBF, e será o treinador do Brasil até após a Copa de 2026. O contrato foi assinado ao lado do presidente da entidade Ednaldo Rodrigues. Sua primeira missão será montar a comissão técnica, que irá contar com nomes da sua confiança. E os primeiros jogos serão contra Espanha e Inglaterra, em março (já há um amistoso marcado contra o México, em junho). Os grandes desafios, no entanto, serão a Copa América, em julho, e recuperar o time nas Eliminatórias sul-americanas.

Em seu primeiro discurso, o treinador fez uma ode à seleção brasileira e um pedido de resgate da excelência e do torcedor.

—Estou aqui representando a seleção mais vencedora do planeta, que inspirou muitos e tem obrigação de fazer o mesmo. O futebol brasileiro é muito forte. Nós aprendemos com o futebol brasileiro o caminho de vitórias, precisamos reencontrar esse momento — disse, ressaltando a importância do torcedor. — A primeira convocação é o torcedor brasileiro. Para que passe a viver um pouco mais a seleção, passe a confiar mais na seleção. Peço que o torcedor volte a participar do dia a dia da nossa seleção, que a vivencie como sempre foi. Convoco também a todos os profissionais envolvidos com o futebol, o futebol brasileiro precisa de vocês. Se falava de seleção do Felipão, do Tite, do Diniz. Não é assim. Comigo não é a seleção do Dorival, é a seleção do povo brasileiro — disse.

Mais do que mudanças dentro de campo, Dorival destacou a importância de uma nova postura de quem vestir a camisa da seleção brasileira.

— O jogador tem que entender que é uma camisa muito pesada, é uma referência no mundo todo. Se não estamos numa posição adequada para a classificação à Copa, vamos trabalhar para reverter rapidamente isso. Vamos buscar o caminho que a seleção brasileira sempre teve. Um futebol vistoso, bem jogado, mas sobretudo efetivo. Termos que voltar a protagonizar grandes jogos, temos qualidade, capacidade e potencial para isso. Mas é preciso entender um pouco mais o que representa a seleção — argumentou Dorival, fazendo menção a Zagallo. — A lição que Zagallo nos deixou tem que ficar guardada para o resto da vida. Tudo o que ele conquistou e a referência que ele é que mostra que não pode deixar de ter gana, vontade de ganhar a todo tempo.

Confira outros pontos da entrevista

Reaproveitar os outros trabalhos

Tudo pode ser aproveitado. Acredito que uma reciclagem ela acabe acontecendo e proporcionando dificuldades um pouco maiores. Finalizamos uma Copa e logo em seguida iniciamos uma preparação para um momento seguinte. É natural que dificuldades nós teríamos, não imaginávamos que encontraríamos tanta. Mas não quer dizer que não possamos buscar algo diferente. O futebol não muda, o futebol não altera, os comportamentos precisam ser repetidos. É muito diferente de um clube, em que você joga hoje e amanhã já se reapresenta já buscando correções de erros, melhorando. Numa seleção você se apresenta pra jogar e de repente terá dois dias de jogos e talvez cinco ou seis de treinamentos. Todos encontram um caminho e nós temos que encontrar também. Nós precisamos acelerar esse processo, esse é o grande desafio. buscar rapidamente uma equipe novamente confiável, que passe segurança em relação ao que vinha acontecendo até então.

Jogadores veteranos

Pode ter treinador que tenha revelado mais jogadores, muito difícil que tenha o número de atletas que dei oportunidade ao longo da carreira. Um exemplo é o Filipe Luís no Figueirense. Sempre contei com a mescla, é necessário para a competitividade da equipe ser mantida. Se o Thiago (Silva) estiver bem, ele terá oportunidade. O ciclo se encerra no momento em que outro esteja bem melhor. Temos que ter equilíbrio e consciência. Vamos buscar os melhores do momento. Vou errar, mas vou trazer aqueles que estejam em melhores condições.

Sistema de jogo: Diniz ou Ancelotti?

Eu sempre me adaptei à equipe. Nunca cheguei com sistema estabelecido. Com as características de cada jogador, crio o sistema. Não me pego a números. Isso é balela. O equilíbrio é fundamental. Temos que defender e atacar com o maior número de jogadores. Se vamos conseguir fazer rápido, não dá para falar. É muito difícil falar do sistema que o Fernando (Diniz) usa e o Ancelotti usa porque eles desenvolvem em clubes. Na seleção, é um pouco diferente, vamos buscar nomes para que na prática rapidamente dê resultado.

Instabilidade do cargo

Tenho a confiança do presidente. Estou aqui à frente para preparar a equipe para ganhar jogos, buscar os melhores resultados possíveis e buscar a melhor posição na Copa do Mundo, que será muito disputada. Tenho convicção muito grande de que a seleção vai alcançar seus objetivos daqui a três anos. Vou fazer de tudo para que esteja na final de novo.

O técnico do feijão com arroz

Fico muito tranquilo a esses comentários. Se pegar a minha primeira equipe, o Figueirense, o Sport, o Santos, o Flamengo e o São Paulo. Nenhuma delas jogava igual, acho que esse feijão com arroz tem o tempero de cada estado. Tem seis equipes que consegui livrá-las do rebaixamento e também consegui conquistar títulos com elas. Não retornei a essas equipes à toa, algo deixei plantado. Se foi um feijão com arroz, agradou muito.

Expectativa de ser técnico da seleção

Nunca planejei minha vida, mas um dia esperava estar aqui. Vi muitas entrevistas dos meus treinadores, como Parreira, Leão, Felipão; dos meus amigos, como Tite, Fernando, Mano... Em duas ou três oportunidades, meu nome foi ventilado, mas não aconteceu. Desta vez, também achei que fosse só mais uma especulação do mercado. Não criei expectativa, mas a partir do momento que recebi a chamada, as coisas mudaram um pouco. Era um sonho, um objetivo. Eu não saí do São Paulo, não troquei o São Paulo. Não é um convite, é um chamado. Nenhum profissional em sã consciência deixaria de atendê-lo.

Comissão técnica

Preciso ter pessoas em quem confio e com quem já trabalhei. Não significa que quem está aqui não sejam excelente. Mas mas preciso de pessoas que já estiveram ao meu lado em momentos positivos e negativos.

Europa x Brasil

Temos que repensar a forma como vemos isso (campeonatos europeus muito mais valorizados que os nacionais). Vou contar com muitos jogadores que estejam aqui dentro, disso não tenho dúvidas. Desde que tenha merecimento. Vamos ter os melhores quer estejam aqui, na Itália, Portugal, Inglaterra... A Copa do Brasil é muito mais disputada do que uma Libertadores, que aperta na fase final. Temos campeonatos muito difíceis. E também perdemos muitos elementos ao longos dos últimos 15 anos. São 1.500 jogadores fora do país. Isso tudo quebra a própria qualidade da nossa competição, mesmo assim continua tendo nível de qualidade muito alto. Talvez em algumas posições estejamos com dificuldades, mas isso muda muito rápido. Pode aparecer num campeonato regional.

Convocações de jogadores dos clubes brasileiros

Sofri bastante, mas nunca tirei a oportunidade de um profissional realizar seu maior sonho. Em 2016, o Santos estava disputando a ponta do brasileiro. Perdemos o Gabigol, o Zeca e Thiago Maia para os Jogos Olímpicos. Depois, tivemos mais três convocados para a Copa América, que perdemos por 40 dias. Ainda assim conseguimos o vice-campeonato daquela competição. Sei o quanto pesa, mas o quanto são importantes na seleção. Tem que ter equilíbrio entre a necessidade e a vontade do atleta e do clube. Já vivi o outro lado, e, por isso, acredito que não seja fácil agora.

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