Fluminense
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Por — Rio de Janeiro, RJ

RESUMO

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GERADO EM: 25/06/2024 - 04:00

Diniz demitido do Fluminense

Fernando Diniz é demitido do Fluminense após sequência de derrotas e modelo de jogo autoral. Equipe enfrenta desafio de substituir treinador e manter elenco veterano. Resultados em queda levam clube à lanterna do Brasileirão.

Sete meses após o título da Libertadores e pouco mais de 30 dias após ter seu contrato renovado até 2025, Fernando Diniz foi demitido do Fluminense. O treinador não resistiu à sequência de quatro derrotas seguidas que colocaram o campeão da América na lanterna do Campeonato Brasileiro.

A saída de Diniz não é somente um ponto final em um ciclo vitorioso no Fluminense, mas também a interrupção de um trabalho baseado em um modelo de jogo autoral e único no futebol brasileiro. O “estilo Diniz”, porém, não vinha dando resultados, tanto em desempenho quanto na tabela de classificação do Brasileirão — exceto na Libertadores, onde o Fluminense teve a quarta melhor campanha da fase de grupos.

Em um primeiro momento, o tricolor vai repetir a decisão de anos anteriores e o auxiliar técnico Marcão vai comandar o time como interino no jogo contra o Vitória, na quinta-feira, pelo Brasileirão — uma partida delicada, contra um time que também está na zona de rebaixamento. O momento que o Fluminense vive na temporada pode acelerar o processo da escolha de um novo nome para substituir Fernando Diniz. Substituir um trabalho marcado pelas características autorais do técnico, porém, não será uma tarefa fácil, levando-se em conta ainda que o time tem um elenco montado pelo treinador, com muitos jogadores veteranos.

— A questão do elenco é um fator de absoluta preocupação na escolha de um novo técnico. O elenco foi montado privilegiando a qualidade técnica dos jogadores, mesmo que com idade mais avançada e menos vigor físico, em um encaixe de modelo de jogo muito específico que só Diniz tem. Acho pouco provável que o Fluminense encontre outro treinador que opte por jogar mantendo quase todos os veteranos em campo — opina Pedro Moreno, comentarista do Grupo Globo.

Em pouco mais de dois anos de trabalho, Fernando Diniz e Fluminense apostaram em um elenco experiente, com média de idade alta, mas que teve o desempenho dentro de campo potencializado por conta do estilo de jogo de posse de bola e jogo aproximado. Deu certo em 2023, e em 2024 o tricolor “dobrou a aposta”. O clube foi ao mercado e trouxe novamente reforços acima dos 30 anos, como Renato Augusto (36) e Douglas Costa (33), para se juntar a nomes também veteranos como Felipe Melo (40), Paulo Henrique Ganso (34), Germán Cano (36) e Samuel Xavier (34).

— O elenco aumentou com jogadores que fisicamente não conseguem entregar muita intensidade pela idade. Talvez alguém com a mesma ideia do Diniz, a mesma filosofia de ter a bola, de controlar os adversários, mas de uma maneira diferente, já vai ser um desafio, porque você pode aumentar a distância percorrida deles e fazer com que eles trabalhem mais defensivamente — diz Coutinho.

Se as escolhas de 2023 foram coroadas com o título da Libertadores, o ano de 2024 cobrou a conta. O Fluminense iniciou a temporada mais tarde do que os outros clubes por conta da disputa do Mundial em dezembro do ano passado, e talvez a campanha no Campeonato Estadual possa ter sido prejudicada por este fator. No entanto, nem mesmo o tempo de uma “mini pré-temporada” após a eliminação no Carioca fez com que o Fluminense voltasse a jogar no mesmo nível anterior.

Pelo contrário, Fernando Diniz viu jogadores importantes caírem de produção. Lesões de peças fundamentais como André, Marcelo e Samuel Xavier também atrapalharam uma possível recuperação de desempenho. Reforços contratados para a temporada não vingaram. A receita para o fim de ciclo culminou justamente em um momento onde o time já não conseguia praticar o modelo de jogo que alçou Diniz tanto ao posto de melhor técnico da América em 2023.

Fernando Diniz, técnico que levou o Fluminense ao título da Libertadores — Foto: Carl de Souza/AFP
Fernando Diniz, técnico que levou o Fluminense ao título da Libertadores — Foto: Carl de Souza/AFP

A decisão do Fluminense pela demissão de Fernando Diniz acontece em um momento delicado na temporada, e 32 dias após a renovação de contrato do técnico, que iria até o fim de 2025. Em maio, após o Fluminense derrotar o Alianza Lima, pela Libertadores, o presidente Mário Bittencourt anunciou a ampliação do vínculo de Fernando Diniz com o clube por mais um ano e meio e disse, à época, que se tratava de um projeto de longo prazo.

— É um projeto nosso de estabilidade, de longevidade do trabalho. Para deixar muito claro a todos vocês: durante esses dois anos em que ele está aqui, nós sempre estivemos muito satisfeitos e felizes. Não só com o trabalho, mas com a relação que a gente tem, que transcende essa questão — disse Mário.

Naquele momento, o Fluminense tinha cinco pontos no Brasileirão, já estava no Z4, mas não era o lanterna. Desde então, o tricolor somou apenas um ponto em seis rodadas e caiu para a última colocação. Com a saída de Diniz, Marcão assume de forma interina enquanto o Fluminense não decide o substituto definitivo, que provavelmente pode causar uma quebra de modelo de jogo dentro do elenco.

— Acho pouco provável que o Fluminense encontre outro treinador que opte por jogar mantendo quase todos os veteranos em campo. Mas precisa ser um treinador que tenha como ideia de jogo as premissas básicas das características do elenco: ter mais posse de bola, jogo de aproximação, troca rápida de passes e ser vertical. A tendência é que o novo treinador, ao menos num primeiro momento, procure ter um time mais equilibrado e menos exposto. E aí, poderemos ver jogadores renomados e com grandes contribuições nos títulos recentes do clube serem preteridos. A outra saída seria reformular o elenco, mas implicaria em gastos excessivos em contratações e rescisões, algo que não está dentro da realidade financeira do clube nesse momento — projeta Pedro Moreno.

O Fluminense, sob o comando de Marcão, volta a entrar em campo na próxima quinta-feira, às 19h (horário de Brasília), quando recebe o Vitória, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro, em um 'jogo de seis pontos' contra um adversário direto da zona de rebaixamento. O Tricolor é o lanterna do Brasileirão com seis pontos em onze rodadas.

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