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Por Redação do GLOBO — Rio de Janeiro

A notícia de que Fernando Diniz foi o escolhido da CBF para assumir a seleção brasileira como técnico interino, dada inicialmente pelo ge e confirmada pelo GLOBO, surpreendeu ao mundo do futebol nacional. Entre opiniões a favor e opiniões contra, torcedores do Fluminense e da seleção se dividiram. Por isso, os colunistas do GLOBO deram sua opinião sobre o possível acerto com o treinador tricolor, que se dividirá entre as funções.

Martín Fernandez

O nome é ótimo. Escrevi uma coluna em março deste ano na qual afirmava que Fernando Diniz faria bem à seleção brasileira – e mantenho a opinião. Mas será um problema se Diniz acumular os trabalhos de técnico da seleção brasileira e do Fluminense. Os potenciais conflitos de interesse são muitos. Da maneira como o calendário brasileiro é desenhado, sempre haverá reclamações dos clubes contra a CBF por causa de jogadores convocados e da impossibilidade de usá-los no Campeonato Brasileiro. O Palmeiras acaba de fazer uma, nesta semana. Um técnico em dois empregos vai priorizar qual? O ruído será inevitável – por melhores que sejam as intenções de Diniz. Outras perguntas precisam ser respondidas: Diniz vai trabalhar tutelado por Carlo Ancelotti, ou vai fazer um trabalho autoral na seleção? Será o auxiliar do italiano a partir do momento que ele decidir se apresentar à CBF? E se os resultados de 2023 gerarem um clamor pela permanência de Diniz? Aliás: Carlo Ancelotti vem mesmo?

Carlos Eduardo Mansur

Resumindo, acho que poucas vezes foi tão adequada a expressão “a emenda saiu pior que o soneto”. Por várias razões. Primeiro, acho que são dois trabalhos inconciliáveis por questão de conflito de interesse e tempo. Ao contrário de 20 anos atrás, um treinador de clubes hoje tem muito mais informação à disposição. Dados, números, imagens e vídeos do time dele e do adversário. Então, o trabalho do treinador de futebol ocupa muitas horas por dia. Logo, se ele pegar os dois trabalhos, um dos dois vai ficar de lado. Se o Diniz estiver trabalhando com o Fluminense, não vai ter tempo de consumir os jogos das principais ligas do mundo, porque vai estar consumido com o Campeonato Brasileiro. A CBF, ao propor a ideia, já arruma um problema para o Fluminense: seja pelo foco do treinador, ou por não te-lo nos dez dias da pausa para a data Fifa. E aí, a não-convocação de jogadores do Flu ou a convocação de jogadores de times rivais pode gerar reclamação. Isso mesmo tendo certeza que o Diniz vai fazer as escolhas de boa fé. E ainda existe o “risco do sucesso”. A seleção pode ir muito bem com o Diniz, jogando num estilo de futebol que as pessoas se encantam, muitas vezes. E aí o Ancelotti chega, pode apresentar um futebol mediano, e aí representaria um retrocesso.

Rodrigo Capelo

Assim como na escolha de Ancelotti, o nome de Fernando Diniz agrada, mas não os meios escolhidos. Ter um técnico na seleção brasileira que acumula a função com o Fluminense abre margem para uma série de suspeitas desnecessárias. Ele escalará jogadores de adversários e desfalcará seus rivais? Ele poupará ou privilegiará os atletas do Flu? Também existem fragilidades na interinidade. O trabalho da comissão técnica da seleção durante o ciclo da Copa não se resume a vencer amistosos e jogos das Eliminatórias. Há o mapeamento dos jogadores, o acompanhamento de seus desenvolvimentos em aspectos técnicos, táticos, físicos e psicológicos, a construção de um modelo de jogo – apesar das poucas datas em que a seleção se reúne. Diniz estará em contato frequente com Ancelotti? Eles estão alinhados em relação a objetivos e metodologias? Ambos conseguirão conciliar essas tarefas com as rotinas de Fluminense e Real Madrid? Problemas demais para uma escolha que a CBF tem levado tanto tempo para executar.

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