Futebol
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Por Rafael Oliveira

Não foi uma despedida qualquer. Protagonistas do futebol mundial durante a última década, Lionel Messi e Cristiano Ronaldo abalaram o mundo até mesmo ao saírem da Europa. Ao invés de uma simples retirada do centro dos holofotes, sinalizaram ao mundo que as luzes não estão mais apontadas apenas para o velho continente.

Fora das quatro linhas, Estados Unidos e os países do Golfo Pérsico atingiram uma relevância inédita na história do esporte — simbolizada pelas presenças de Messi no Inter Miami, da Major League Soccer (MLS, a liga norte-americana), e de CR7 no Al-Nassr, da Saudi Pro League.

Mas o protagonismo de americanos e árabes vai além deste simbolismo, ainda mais como investidores. Hoje, os principais clubes do mundo estão em suas mãos.

O Manchester City, atual campeão da Liga dos Campeões, é pedra fundamental do City Football Group (CFG), cujo acionista majoritário é o Abu Dhabi United Group, da família real da capital dos Emirados Árabes. O grupo possui ainda outras 11 propriedades de menor relevância pelo mundo —incluindo o Bahia.

Mas 18% do CFG pertencem à Silver Lake Partners, empresa de investimento de risco com sede na Califórnia, EUA. Os americanos são proprietários (seja com participação majoritária ou minoritária) de dez dos 20 clubes que disputaram a última edição da Premier League. Já a influência dos árabes na liga, para além do City, se estende apenas ao Newcastle, comprado em 2021 por um consórcio liderado pelo Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita.

EUA e países do Golfo Pérsico ampliam investimento e protagonismo no futebol — Foto: arte O GLOBO
EUA e países do Golfo Pérsico ampliam investimento e protagonismo no futebol — Foto: arte O GLOBO

Esta é uma das principais diferenças entre o movimento estadunidense e o dos países do Golfo Pérsico. Enquanto os investimentos americanos estão espalhados em uma série de clubes e países, os árabes são mais pontuais. Além do Newcastle e dos membros do CFG, eles atuam apenas no Paris Saint-Germain-FRA, pertencente à Qatar Sports Investment, que possui ainda uma participação pequena no Braga-POR.

— Os americanos entram no futebol basicamente por observar a possibilidade de retorno financeiro. Investir em esportes no EUA já é tradicional, lá você tem donos com franquias em diversas ligas. Eles enxergam o esporte como uma indústria como qualquer outra, que visa lucro no futuro — explica o economista Cesar Grafietti, sócio da consultoria Convocados, que compara:

— Os árabes não buscam lucro. É o sportswashing (ganho de imagem através do esporte). O futebol deu mais gasto para os árabes do que retorno, do ponto de vista financeiro.

As prioridades distintas de cada lado se traduzem no desempenho esportivo das equipes. Com as conquistas em campo como meta, os árabes fizeram do Manchester City a maior força da Inglaterra e o PSG, a da França. Embora adquirido há menos de dois anos, o Newscastle já apresentou um salto em sua primeira temporada sob nova gestão e terminou em quarto na Premier League, garantindo vaga para a próxima Liga dos Campeões.

Já os clubes adquiridos pelos americanos, em geral, têm sido marcados pela oscilação e dificuldade de obter retorno esportivo. O Manchester United, dos irmãos Glazer, é o exemplo mais famoso. O clube se consolidou como uma máquina de fazer dinheiro, mas perdeu o status de “maior time do mundo”, que dividia com o Real Madrid, e passou a ser uma equipe que não disputa mais o título nacional.

—Os árabes assumem que entendem menos e se envolvem menos com a gestão. Eles contratam uma equipe mais qualificada. Os americanos se envolvem mais, só que não é a praia deles. Por exemplo, o Chelsea (comprado em 2022 pelo estadunidense Todd Boehly) é um caso clássico. Gastou os tubos (mais de 400 milhões de euros) e fez tudo errado — compara Grafietti.

Estas diferenças nos perfis se refletem nas ligas locais, que agora devem ganhar mais atenção do mundo com as recentes contratações. A americana MLS, por exemplo, não possui rebaixamento. Sem preocupação com queda, os administradores voltam suas preocupações para a sustentabilidade financeira dos clubes. A liga, inclusive, conta com teto salarial (com algumas exceções pontuais, como será o caso de Messi) e possui mecanismos de incentivo para a aquisição de atletas mais jovens e para a formação.

Na Saudi Pro League, o cenário é inverso. Com os clubes ligados a xeques bilionários (e, agora, os quatro mais populares pertencentes ao fundo soberano), não há limite de gastos. O país, que já se notabilizava como um destino endinheirado, foi ainda mais além e prepara uma liga estelar a partir da próxima edição, com nomes como Benzema, Kanté, Edouard Mendy, Koulibaly e Roberto Firmino.

— O país gosta de futebol. Os estádios ficam cheios nos jogos que envolvem os quatro maiores clubes. Com a chegada do Cristiano Ronaldo. o interesse aumentou mais — conta o técnico Péricles Chamusca, do Al-Taawoun.

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