Futebol
PUBLICIDADE
Por — Rio de Janeiro

Anunciado ontem como técnico da seleção brasileira, Dorival Júnior começará hoje, às 15h, em sua apresentação oficial na sede da CBF, a realizar um sonho profissional e pessoal que começou há 22 anos, em 2002, quando o treinador iniciou a carreira na Ferroviária, de São Paulo.

“Uma convocação impossível de negar. Uma honra e um sonho defender nossa Seleção, nosso país e nossa torcida. Que seja o início de uma linda história”, escreveu o treinador em suas redes sociais.

Desde então, foram 25 trabalhos comandados por Dorival Júnior em 20 clubes diferentes. Entre os técnicos que já passaram pela seleção, ele é o com mais experiência nesse sentido antes de assumir a equipe. Por outro lado, aos 61 anos, o comandante carece de “cancha” internacional, uma vez que jamais trabalhou fora do Brasil, seja como jogador ou treinador.

Há, na história da seleção brasileira, outros exemplos de treinadores que assumiram o cargo sem uma experiência internacional, como Tite e Luiz Felipe Scolari. Além disso, a escolha de Ednaldo Rodrigues por Dorival parece seguir uma linha que tem sido comum no futebol de seleções. De um ano para cá, Itália, Alemanha e, agora, o Brasil promoveram ao cargo de treinador da seleção principal nomes que fizeram sucesso em seus próprios países, assim como Dorival, atual bicampeão da Copa do Brasil e campeão da Libertadores em 2022.

Luciano Spalletti, que teve passagem de cinco anos pelo Zenit, da Rússia, foi contratado para a seleção italiana após a conquista histórica do título nacional com a Napoli. Já Julian Nagelsmann, que, aos 36 anos, nunca havia treinado um clube de fora da Alemanha ou uma seleção, chegou ao cargo de técnico da tetracampeã do mundo após conquistar duas Supercopas e uma Bundesliga com o Bayern de Munique.

Em seleção é diferente

Embora tal experiência internacional não seja garantia de sucesso — afinal, Felipão foi campeão da Copa do Mundo com o Brasil em 2002 —, treinadores com histórico de trabalho em seleções apontam as diferenças desse tipo de futebol para o de clubes.

— Trabalhar fora ou não, não importa. O que faz diferença é trabalhar na seleção, porque é bem diferente do que num clube. Lá, você tem um jogo, vai para casa, vê o vídeo e dois dias depois já está em campo treinando o que precisa melhorar. Na seleção, você tem dois jogos, vê o vídeo, mas só voltará a treinar o que acha que precisa mudar em dois ou três meses. Todo esse tempo de espera, se não tiver cuidado, acaba te angustiando demais — diz René Simões, treinador com passagens por seleções brasileiras masculinas de base, feminina principal, Jamaica e Costa Rica.

A falta de tempo para impor e treinar suas ideias foi, inclusive, um dos principais empecilhos que Fernando Diniz, antecessor de Dorival Júnior, teve na seleção. Com um estilo de jogo peculiar, o treinador não conseguiu impor seu estilo, teve um time frágil em muitos momentos e comandou um Brasil em seu pior início de Eliminatórias da história, com três derrotas, um empate e duas vitórias.

— Em contrapartida, você tem aquilo que todo mundo gosta de ter: escolher os jogadores — aponta Paulo César Carpegiani, técnico que comandou o Paraguai de 1996 a 1998.

Calendário ajuda

Ao contrário de Fernando Diniz, que chegou na seleção brasileira já com a responsabilidade de comandar a equipe em jogos oficias e classificatórios para a Copa do Mundo, Dorival Júnior terá dois amistosos, contra a Inglaterra e a Espanha, em março, para se ambientar. Posteriormente, o treinador terá pela frente seu primeiro grande torneio, a Copa América. Apesar de existir a responsabilidade e a pressão natural pelo título, treinadores opinam que o fato de ter mais tempo para treinar antes e durante a competição é um ponto positivo para Dorival.

— Serão dois amistosos com jogos difíceis, depois a Copa América, que será fundamental para dar o tempo necessário de conhecimento e convencimento do que quer passar para os jogadores e saber exigir deles. Gerir o grupo e experiência de comando, isso ele tem muito bem reconhecido e administrado. É ser pulso firme, com igualdade com todos e fazer aquilo que ele pretende — explica Carpegiani.

Em seus primeiros compromissos, Dorival terá pela frente, além de seleções fortes, treinadores mais experimentados, como Gareth Southgate, com duas Copas do Mundo e 91 partidas comandando a Inglaterra, e outros que pode vir a enfrentar na Copa América, como Lionel Scaloni, campeão mundial pela Argentina, e o experiente Marcelo Bielsa, no Uruguai.

— Acho que isso é um motivador. Antigamente havia a surpresa, mas hoje pode-se ver 30 vídeos de jogos das seleções, então não tem mais surpresa. O que vai fazer diferença é a qualidade do time dele — aponta René Simões, que enfatizou também a importância de Dorival fazer um trabalho com confiança em si, uma vez que terá sob seu comando jogadores que atuam no futebol europeu com alguns dos melhores técnicos do mundo.

— Vai ter que pensar bastante, ter muito acerto nas convocações, na parte tática. Torço por isso porque tem um excepcional caráter, profissional, um ótimo treinador — finaliza Carpegiani.

Mais recente Próxima Dorival comemora acerto para dirigir a seleção brasileira: 'Convocação impossível de negar'
Mais do Globo

Novo espaço oferecerá aulas de flauta doce para 40 crianças da rede pública de ensino da cidade

Escola da Grota chega à Ilha da Conceição, em Niterói

Maior parte das ofertas combina atividades lúdicas e educativas

Artes, esportes e imersão em inglês: confira opções de colônias de férias na Barra da Tijuca

Organização social foi alvo de desinformação repassada por servidor cedido à Abin

'Abin paralela' bolsonarista propagou fakenews sobre o Instituto Sou da Paz

Idosa, que vive no icônico edifício Chopin, na Praia de Copacabana, enfrenta uma disputa judicial entre o marido e a família, que o acusa de violência doméstica e patrimonial

Ministra critica desembargadora que deu tutela de socialite a motorista e pede intervenção do CNJ: 'desacreditou da vítima'

Esquema de espionagem também alcançou agências de checagem e movimento contra desinformação

Abin paralela monitorou oito parlamentares, quatro ministros, perfil no Twitter e podcast crítico a Bolsonaro

Supremo suspendeu cobrança de ITCMD para alguns casos em 2021, até que seja promulgada lei complementar sobre o tema

Justiça impede cobrança de imposto sobre heranças e bens no exterior, ampliando alcance de decisão do STF

Ex-presidente afirma falsamente não saber nada sobre o documento, que propõe políticas conservadoras para um possível segundo mandato do republicano

Contra pornografia e aborto e a favor de deportação em massa: o que é o Projeto 2025 e por que Trump tenta se afastar dele?

O consumo de lixo digital gera danos na vida real: a primeira é a perda de um tempo que poderia ser melhor usado

Como apodrecer seu cérebro

Ela largou a carreira de advogada e converteu em cozinha a garagem da casa dos pais, arriscando-se no negócio de bolos e doces em 1995

A doceira dos famosos