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Por e — Rio de Janeiro

A Abrafut, Associação de Árbitros de futebol do Brasil, negou que haverá "greve do apito" no Brasileiro. A possibilidade fora levantada pela Anaf, que até 2022 era a principal articuladora entre a arbitragem e a CBF. Em nota divulgada na última terça, após o depoimento do dono da SAF do Botafogo John Textor na CPI da Manipulação de Jogos, o presidente da entidade Salmo Valentim afirmou que há juízes insatisfeitos e dispostos a protestar nas próximas rodadas.

— Como presidente da Abrafut, montada só com árbitros que trabalham nas quatro divisões do Brasileirão, posso falar: esta paralisação não vai acontecer — crava Van Gasse.

Por trás desta confusão, há uma briga política entre Anaf e CBF. O rompimento ocorreu após o atual presidente Ednaldo Rodrigues suspender os repasses mensais de R$ 30 mil referentes a parte dos patrocínios estampados nos uniformes da arbitragem. Na ocasião, Valentim também convocou greve, que não ocorreu.

A CBF afirma que passou a fazer acordos individuais. E, em 2023, o Tribunal Superior Trabalhista derrubou, por meio de liminar, a obrigatoriedade da negociação coletiva com o sindicato. Mas a discussão ainda corre na Justiça.

Apesar da derrota, a Anaf ainda tem prestígio. É ela quem indica um membro do Pleno do STJD. Mas sofreu perda de representatividade entre os árbitros. Segundo Valentim, hoje são 380 associados ligados ao futebol profissional (de um universo de quase cinco mil membros totais).

Foi neste vácuo que a Abrafut nasceu em 2023, fundada por integrantes do quadro nacional, como Anderson Daronco, o próprio Claus e Van Gasse, que afirma serem cerca de 500 membros, todos do futebol profissional. De acordo com Valentim, por trás da criação da nova entidade está a CBF, interessada em esvaziar a Anaf e tirar dela o direito à indicação ao STJD.

E é no meio desta briga política que a Anaf soltou nova nota nesta quarta. Desta vez, pedindo o afastamento de Claus de qualquer partida até a conclusão da CPI. Ironicamente, a entidade defende o árbitro e até admite que as acusações são "sem provas". Contudo, alega que “essa medida visa salvaguardar a categoria” (confira a nota na íntegra no final da matéria).

Claus e Daiane Muniz foram citados publicamente por John Textor em seu depoimento na CPI. Sem provas, o americano levantou suspeitas sobre a dupla. Os senadores aprovaram um convite para os dois responderem a perguntas na comissão, em data ainda a ser definida.

Ao mesmo tempo, o Botafogo solicitou à CBF a retirada de Claus da arbitragem do clássico contra o Flamengo, no próximo domingo. Mas não foi atendido.

— Um absurdo você ficar conjecturando situações e as pessoas já serem colocadas como culpadas ao serem citadas no Senado — protestou Van Gasse, que também atua como assistente: — O Raphael é o árbitro com mais clássicos no currículo, tem ótima aceitação na América do Sul e foi para a última Copa. A Daiane foi convocada para os Jogos Olímpicos. Trabalhou muito para chegar aqui. Eles não podem perder isso por conjecturas.

Confira, abaixo, a nota da Anaf pedindo o afastamento de Claus:

Raphael Claus precisa ser afastado do futebol

A Associação Nacional dos Árbitros de Futebol - ANAF, diante dos últimos acontecimentos, publicamente se manifesta, por medida de cautela e para o bem do futebol, pedindo o afastamento IMEDIATO do árbitro FIFA, Raphael Claus, de suas atividades no campo de jogo, até que as investigações da CPI do Futebol sejam concluídas. Essa medida visa salvaguardar a categoria que segue acuada, com medo e exposta na mídia após uma sucessão de acusações, ainda sem provas que estimulam a paralisação IMEDIATA do Campeonato Brasileiro.

É inegável a conduta, até que se prove o contrário, correta de Claus ao longo de sua carreira no futebol. E justamente por isso, seu afastamento neste momento é fundamental para que ele possa, na CPI, e nas demais convocações das autoridades, responder com clareza aos questionamentos que a ele forem feitos.

A CBF até o momento lava as mãos diante da gravidade que estampa todos os dias os principais jornais do país. Mais uma mancha para o futebol brasileiro que infelizmente, com um ex-afastado presidente no cargo, ainda não conseguiu se libertar do '7 a 1'.

Salmo Valentim

Presidente da ANAF"

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