Se a vitória sobre o Paraguai empolgou, o confronto com a Colômbia caiu como uma ducha de água fria para quem esperava ver a seleção de Dorival Junior evoluir. O encontro com o Uruguai logo nas quartas não era desejado. Agora, conseguiu se tornar ainda mais perigoso diante do futebol pobre (individual e coletivamente) apresentado no 1 a 1 desta terça.
E com um detalhe: sem Vini Jr. O atacante levou o terceiro amarelo logo aos 6 minutos ao acertar o rosto de James Rodriguez com o braço e terá que cumprir suspensão. É verdade que ele decepcionou contra os colombianos. Mas, ainda assim, sofreu um pênalti (não marcado erroneamente pela arbitragem). Certamente fará falta no duelo de sábado.
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A pressão inicial do Brasil até deu uma impressão errada sobre o que seria o jogo. Com uma intensidade alta já no primeiro ataque, a equipe não deixou os colombianos ficarem com a bola e apresentaram um futebol bastante vertical. O gol veio logo aos 11. Raphinha, o melhor brasileiro em campo, cobrou falta com categoria e acabou com o jejum de quase cinco anos sem uma cobrança convertida pela seleção.
Com a necessidade de ao menos empatar para ficar com a primeira colocação do grupo, os colombianos frearam o ímpeto brasileiro a partir daí. Praticamente não deram mais espaços para Vini & Cia trocarem passes.
A marcação mais forte também esquentou os ânimos do duelo, que passou a ser interrompido diversas vezes por causa de discussões. Quem mais perdeu o foco com isso foram os brasileiros, que demoraram muito a voltar a levar perigo. Após o gol de Raphinha, a melhor chance seria apenas o pênalti sofrido por Vini, já aos 42.
Nesse meio tempo, os brasileiros erraram demais na saída de bola e foram envolvidos pela toque rápido da Colômbia. Apesar de toda a justa reclamação brasileira com a arbitragem no lance do pênalti, a verdade é que o time de James Rodríguez foi superior na primeira etapa e não chegou por acaso ao gol de empate, com Muñoz, aos 47. Lance este que contou com erro de Paquetá na cobertura do lado esquerdo.
O camisa 8 não errou apenas neste momento. Peça importante da criação brasileira, ele não conseguiu fazer sua parte e acionar o ataque. Mas não foi o único a decepcionar no meio. Ainda que mais participativo, João Gomes abusou dos erros na saída. Bruno Guimarães também pecou em algumas decisões. Mas claramente se destacou em relação aos outros dois.
Na frente, Vini teve poucos lampejos na partida. Embora tenha sofrido o pênalti, levou a pior na disputa com a marcação rival na maior parte do jogo. E, ao contrário do que ocorreu contra o Paraguai, não contou com a parceria de Wendell no corredor esquerdo (o lateral avançou bem menos). Rodrygo, por sua vez, conseguiu ser ainda mais apagado.
Defensivamente, o maior pecado da seleção foi o espaço dado a James. O camisa 10 teve muita liberdade pelo centro e participou das principais jogadas da Colômbia.
O cenário que já não era animador na etapa inicial só piorou na segunda metade do jogo. Dorival errou nas substituições e a criação se tornou ainda mais pobre. Um de seus maiores pecados talvez tenha sido a troca de jogadores da mesma posição sem alterar a forma da equipe jogar, o que só foi fazer nos minutos finais. Além, claro, da demora em lançar Endrick, o único centroavante à disposição e de talento reconhecido.
A Colômbia mudou de tática: diminuiu a intensidade e passou a administrar o jogo girando a bola, com direito a gritos de “olé” de sua torcida. Ainda teve a melhor oportunidade pós-intervalo: um chute que Borré isolou na cara do gol. Ainda que o placar tenha sido de igualdade, o gosto de derrota imperou no fim.