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O Vasco entrou em campo contra o Vitória, ontem, com um claro objetivo, comum nos últimos anos em São Januário: ganhar para sair da zona de rebaixamento. E precisou do brilho de seu camisa 10 para conquistar os três pontos, afastar a desconfiança da torcida e dormir na 13ª colocação do Campeonato Brasileiro — o time pode ser ultrapassado pelo Fluminense, se o rival ganhar do São Paulo, no Morumbi, hoje. Payet foi o nome do jogo com duas assistências e fez o Vasco respirar na tabela de classificação.
O resultado do Vasco, no entanto, veio com um toque de drama em São Januário. Assombrados pela goleada sofrida contra o Criciúma, também na Colina Histórica, a torcida vascaína viu um roteiro parecido, com um time apático no primeiro tempo e sem poder de criação. Mas na volta do intervalo, a postura foi completamente diferente e a equipe cruz-maltina conseguiu construir o placar.
Pressionado pelos resultados recentes — eram quatro derrotas e um empate nos últimos cinco jogos, além de três partidas consecutivas sem balançar as redes —, o time parecia sentir o mau momento e o único lance de perigo no primeiro tempo foi uma finalização de Payet, que parou no goleiro Lucas Arcanjo.
Aos poucos, o Vitória também foi se soltando na partida e começou a oferecer perigo nos contra-ataques. A atuação do Vasco no primeiro tempo irritou os 11.094 mil torcedores presentes em São Januário, que nos minutos finais começaram a reclamar da demora na transição da defesa para o ataque do time e a pegar no pé de alguns jogadores, principalmente de Rossi e David, que nada produziam ofensivamente. No apito final de Raphael Claus, vaias e gritos de “obrigação é ganhar no Caldeirão” entoaram no estádio.
— Precisávamos ter a bola mais no campo de ataque, terminando mais as jogadas, dando menos transição para o adversário. Eu acho que foi nesse ponto que a gente conseguiu ser bem cirúrgico (na segunda etapa). A gente machucou mais a Vitória no segundo tempo —disse o técnico interino Rafael Paiva.
Se o time não brilhava tecnicamente, na segunda etapa, veio o lampejo do craque, que tanto fez falta nas duas últimas partidas. Dimitri Payet, que se recuperou de lesão. decidiu o jogo para o Vasco com duas assistências açucaradas. A primeira para o zagueiro Maicon, em cobrança de escanteio, aos 2 minutos, e a segunda para o atacante Vegetti, aos 10.
— Payet é um jogador que desequilibra, inteligente, tem a capacidade de enxergar as coisas diferentes, o último passe dele é muito refinado. E jogar com ela para a gente é muito bom porque qualifica muito a nossa fase ofensiva — disse o treinador.
Apreensão no fim
Com 2 a 0 no placar, o Vasco, em determinado momento, mostrou maturidade para controlar a partida e não dava liberdade para os contra-ataques do Vitória. Contudo, no fim, aos 43 minutos, o time rubro-negro descontou com um gol de Iury Castilho, após rebote de Léo Jardim, e o jogo que parecia controlado teve roteiros de drama, mas não o suficiente para tirar o triunfo do cruz-maltino.
O resultado serviu para selar a paz entre os jogadores e a torcida, além de dar confiança para um time que não sabia o que era vencer havia quase um mês — o último triunfo do Vasco tinha sido contra o Grêmio, na estreia do Brasileirão.
No fim, a torcida, que chiava no primeiro tempo e parecia impaciente com o desempenho do time, terminou festejando a segunda vitória do Vasco no Brasileirão e projetando o clássico contra o Flamengo, no próximo sábado, às 21h (de Brasília), no Maracanã, com gritos de “Sábado é guerra”. E que seja só em campo.
