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Por Davi Ferreira — Rio de Janeiro

Um recorde negativo para o Brasil se apresentou nesta temporada do futebol europeu. A atual edição da Champions virou a menos brasileira dos últimos 20 anos. Apenas 11 atletas do país atuam nos clubes que estão nas quartas de final, e mantêm o sonho de conquistar a "orelhuda". O dado pede uma análise a fundo, porque a presença dos atletas nascidos em terras tupiniquins tem sido de importância fundamental, dentro dos esquadrões campeões do Velho Continente nas últimas duas décadas.

Desde a temporada 2005/06, em que o Barcelona de Ronaldinho Gaúcho, Edmílson, Sylvinho e Belletti levantou o troféu em Paris, todos os times vencedores tiveram ao menos um brasileiro. O último a não respeitar essa regra foi o Liverpool de 2004/05, que operou um milagre para cima do Milan, recuperando-se de uma desvantagem de 3 a 0 para vencer nos pênaltis. Além disso, a presença de jogadores brasileiros nas quartas de final vai ainda mais longe.

A marca deste ano é a menor para nossos jogadores desde a temporada 2002/03. Naquela oportunidade, havia apenas dez brasileiros nas quartas de final. O Milan, que terminou como vencedor da edição, concentrava quatro em seu time: Dida, Rivaldo, Serginho e Roque Júnior. Destaque também para os "Galáticos" do Real Madrid, que tinham Ronaldo e Roberto Carlos. O companheiro deles, Flávio Conceição, somado de Maxwell (Ajax), Fábio Aurélio (Valencia) e Fábio Rochemback (Barcelona) fechavam o seleto grupo que chegou em fases mais agudas.

Em 2023, o Real, atual campeão, conta com Vinícius Jr., Rodrygo e Éder Militão para seguir em campo defendendo o título. O Benfica é o clube que mais tem brasileiros, quatro no total: David Neres, Gilberto, Morato e Lucas Veríssimo. Thiago Silva (Chelsea), Juan Jesus (Napoli), Junior Messias (Milan) e Ederson (City) completam a lista. Bayern e Inter não contam com brasileiros em seus atuais elencos inscritos no torneio.

O número de brasileiros presentes nos oito clubes restantes na Champions é o menor desde 2003 — Foto: Editoria de Arte
O número de brasileiros presentes nos oito clubes restantes na Champions é o menor desde 2003 — Foto: Editoria de Arte

Gerações vitoriosas marcadas com toque brasileiro

De 2003 para cá, com o aumento do fluxo de contratações no futebol mundial e a disseminação de atletas brasileiros pelo mundo, este número não havia voltado a ser tão baixo. A própria década de 2000 foi melhor para os nosso jogadores em sua sequência. No ano de 2006, do já citado título culé, um total de 24 brasileiros estiveram nas quartas. O Benfica daquele ano alavancou a conta, com sete no elenco. Muito vitorioso na França, o Lyon tinha Juninho Pernambucano, grande ídolo local, Cris, Cláudio Caçapa e um jovem Fred.

Os consagrados volantes Emerson, na Juventus, e Gilberto Silva, vice-campeão com o Arsenal, eram nomes presentes. Os rivais de Milão também estavam em suas melhores fases. A base do Milan, com Dida e Serginho, que voltaria a ser campeão na temporada seguinte, tinha a adição de Cafu e Kaká. Do lado azul e preto, Adriano Imperador e Júlio César começavam a fazer história. Em 2009/10, o goleiro seria campeão junto de Lúcio e Maicon.

Até mesmo clubes com gerações mais pontuais contavam fortemente com brasileiros. A Roma, que alcançou as quartas em 2006/07 e 2007/08, tinha Doni, Juan, Mancini e Rodrigo Taddei. Já o Fenerbahçe, treinado por Zico em 2008, chegou à mesma fase com uma legião dos nossos: liderados por Alex, jogadores como Roberto Carlos, Deivid e Edu Dracena. Na temporada 2009/10, um confronto francês entre Lyon e Bordeaux teve sete brasileiros envolvidos.

Surpresas com toque do Brasil e forte relação com Portugal

Na virada para a década de 2010, duas histórias tiveram notável presença verde e amarela. O Shakhtar Donetsk da temporada de 2010/11 chegou às quartas para enfrentar o Barça com seis no elenco: Jadson, Willian, Luiz Adriano, Alex Teixeira, Fernandinho e Douglas Costa, todos com muita história para contar.

Outra boa história é a do surpreendente Apoel, do Chipre, que fez história ao cair para o Real em 2011/12. O clube contava com seis brasileiros alternativos, para dizer o mínimo. Marcelo Oliveira, William Boaventura, Kaká (não é aquele), Marcinho, Manduca e Aílton Almeida faziam parte daquele time e jogavam com frequência.

A presença de portugueses também recheava o elenco cipriota. Em terras lusitanas, esse intercâmbio com brasileiros nos grandes clubes do país, Benfica e Porto, sempre foi comum e reforçado pelo passado de colônia e colonizador. Em 2014/15 e 2018/19, os Dragões chegaram a ter sete no elenco, com nomes como Danilo, Alex Sandro, Casemiro, Éder Militão, Alex Telles e Tiquinho Soares. Por sua vez, os Encarnados tinham seis dos nossos na temporada 2015/16: Anderson Talisca, Luisão, Jardel, Jonas, e os goleiros Ederson e Júlio César.

Domínio espanhol

Nesse recorte de tempo desde 2003, Real Madrid e Barcelona conquistaram nove Ligas dos Campeões, seis só na década de 2010. Presentes em todas as conquistas merengues, Casemiro e Marcelo se tornaram lendas no Santiago Bernabéu. O legado fica para Vini Jr., Rodrygo e Militão, que seguem mantendo o Real entre os melhores. Pelo lado catalão, Neymar foi peça fundamental do título em 2014/15, e Daniel Alves teve longevidade na lateral direita. Na mesma posição, Adriano e Maxwell tiveram sua importância em outros títulos.

Temporadas recentes

Nos últimos cinco anos, o número de brasileiros presentes nos momentos decisivos da Champions se manteve alto, tendo passado de 20 em dois deles (22 em 2019/20 e 21 em 2021/22). Com a Premier League se virando para o talento verde e amarelo, os principais clubes fazem grandes campanhas com eles no elenco. Campeão em 2018/19, o Liverpool tinha Roberto Firmino, Fabinho e Alisson Becker como pilares.

No Chelsea vencedor da temporada 2020/21, Thiago Silva desfilou toda classe e liderança em campo. Guardiola também contou por anos com Fernandinho e Gabriel Jesus, e ainda tem Ederson no elenco do Manchester City. Chegando à França, o PSG investe forte em estrelas do nível de Neymar e Marquinhos, assim como já teve Thiago por muitos anos, e nomes como David Luiz e Lucas Moura.

A quantidade de apenas 11 brasileiros neste atual ciclo pode ser uma exceção, uma infeliz coincidência, ou representar uma mudança nos eixos do futebol mundial. Um time referência como o Bayern não ter nenhum jogador do nosso país, e o principal nome do Napoli ser o jovem georgiano Khvicha Kvaratskhelia são sinais neste sentido. No momento, o que predomina na maior competição de clubes do mundo é uma pulverização de talento.

Confrontos definidos

A UEFA sorteou nesta sexta-feira os jogos das quartas de final da Liga dos Campeões da Europa. As oito equipes restantes na maior competição de clubes do mundo descobriram seu caminho até a decisão, que acontecerá em Istambul, na Turquia, no dia 10 de junho. Isso porque o chaveamento das semifinais também já foi estabelecido.

Atual campeão da competição, o Real Madrid vai enfrentar o Chelsea e, se passar para a semifinal, joga contra o vencedor de Manchester City e Bayern. Do outro lado da chave, a sensação Napoli faz o clássico contra o Milan nas quartas de final e pode jogar, caso avance, contra Inter de Milão ou Benfica, que fazem o outro confronto.

O nível da edição de 2022/23 vem sendo muito alto, só estando vivos clubes acostumados a grandes títulos, ou surpresas que se candidatam à conquista pelo ótimo futebol apresentado. As partidas da próxima fase estão marcadas para acontecer em meados de abril, com os jogos de ida acontecendo nos dias 11 e 12, e os de volta nos dias 18 e 19. Os quatro classificados às semifinais vão duelar em maio.

Quartas de final da Champions

  • Real Madrid x Chelsea
  • Inter de Milão x Benfica
  • Manchester City x Bayern de Munique
  • Milan x Napoli

Semifinal da Champions

  • Real Madrid ou Chelsea x Manchester City ou Bayern de Munique
  • Milan ou Napoli x Inter de Milão ou Benfica

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