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Por Renato de Alexandrino

A história de João Chianca no circuito mundial de surfe tem sido uma montanha russa de emoções. Nascido e criado em Saquarema, ele estreou em 2022 já mostrando logo suas armas, com performance arrebatadora na perigosa Pipeline, no Havaí. Os bons desempenhos nas baterias, porém, não impediram que ele saísse no recém-criado corte de meio de temporada. Rápido como havia entrado na elite, João, também conhecido como Chumbinho e irmão de Lucas Chumbo, campeão mundial de ondas grandes, já estava de volta à divisão de acesso, tendo que novamente correr atrás de uma vaga entre os melhores do mundo.

A classificação veio novamente e, com ela, um surfista mais confiante e regular. João foi semifinalista nas duas primeiras etapas, no Havaí, e venceu em Portugal. Aos 22 anos, é o primeiro brasileiro a liderar o ranking da World Surf League fora do quarteto que conquistou títulos mundiais (Gabriel Medina, Adriano de Souza, Italo Ferreira e Filipe Toledo).

De Margaret River, onde começa nesta quarta-feira a quinta etapa do circuito, João conversou por telefone com O GLOBO. Se disse mais maduro e forte mentalmente após a decepção do ano passado. Sem querer traçar planos a longo prazo, foi sucinto ao revelar seu objetivo para esta temporada:

- Ser feliz.

Como está a expectativa para disputar sua primeira etapa com a camisa amarela (reservada ao líder do ranking)?

Estou me sentindo bem melhor do que antes de Bells (evento anterior). Em Bells eu tentei imprimir um ritmo bem forte, e nem sempre a gente consegue fazer tudo certinho do jeito que deseja.

Em seu segundo ano no circuito, você já venceu uma etapa e assumiu a liderança. Está tudo acontecendo mais rápido do que você esperava?

João Chianca — Foto: Matt Dunbar/WSL
João Chianca — Foto: Matt Dunbar/WSL

Está dentro dos planos que a gente traça lá atrás. A gente sonha com a primeira etapa, sonha com vitórias, com a liderança do ranking. Tudo no tempo de Deus. Acredito muito nisso. Pode estar rápido demais? Pode. Mas não é à toa que estou treinando e me dedicando todo dia. Nunca mudei minha rotina de treinos.

Chegar ao topo do ranking é difícil, mas todo mundo fala que se manter é ainda mais complicado. Você agora é o alvo de todos...

Com certeza. É uma experiência nova. Você está nos holofotes, na mídia, no alvo de todo mundo. Tudo faz parte da pressão, dessa experiência. Vou dar meu melhor para me manter focado no que precisa ser feito, não no que as pessoas acham que eu deva fazer. Preciso fazer meu trabalho dentro da água.

Você faz algum trabalho psicológico?

Estou viajando com o Pinga (Luiz Henrique Pinga, empresário e técnico de João). Só de ter uma pessoa do lado é muito importante, compartilhar o que está pensando antes da bateria. Ajuda muito. É muito bom ter uma pessoa com a qual você pode contar, ter a opinião. Te dá outra perspectiva, não só nas vitórias, mas especialmente nas derrotas. A gente aprende muito mais nas derrotas.

Como foi lidar com o processo da queda no corte do meio do ano? Acha que lhe ajudou pessoalmente e profissionalmente?

Ajudou com certeza. Tudo tem um propósito. Eu não tinha conhecimento de quanto aquilo me serviria, mas teve uma enorme influência e peso sobre o que está acontecendo hoje em dia. Me vejo mais maduro, mais calmo, tomando decisões melhores do que no ano passado.

O quanto você sente que evoluiu de 2022 para 2023?

Me vejo ainda com muito espaço para evolução. Tem muita coisa para melhorar. Quero ter ainda mais calma nas decisões nas baterias, mais maturidade, mais força mental, mais equilíbrio nos eventos. Quero ser mais constante. Não sentir tanto o baque do que acontece fora da competição. E meu surfe ainda tem muito a melhorar.

Vê ainda alguma onda do circuito como seu ponto fraco?

Acho que meu maior desafio pode ser a piscina (Surf Ranch, evento disputado em uma onda artificial na Califórnia). Ainda não surfei lá, e tem a pressão de campeonato, pode ser um desafio. Mas acho que é chegar lá e surfar feliz. Conhecer a piscina já vai ser demais.

Qual era seu objetivo no começo do ano? E qual é agora?

Meu objetivo é ser feliz. Aproveitar a posição privilegiada que estou. Já garanti a vaga para o circuito de 2024. Agora vamos etapa por etapa.

Já sonha com a vaga olímpica?

É difícil não deixar essas coisas entrarem na cabeça, mas estamos longe do WSL Finals. Tem que manter a calma e seguir trabalhando. Só posso controlar meu trabalho, minha performance dentro e fora da água.

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