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Por Tatiana Furtado

O trio que deixou o mundo de boca aberta em Tóquio volta às pistas hoje no Mundial de Atletismo, em Budapeste. O norueguês Karsten Warholm, o americano Rai Benjamin e o brasileiro Alison dos Santos, o Piu, disputam o título dos 400 metros com barreiras, a partir das 16h50 (de Brasília, transmissão do SporTV2).

Em busca do bi, Piu passou para a final com o quinto tempo, 47s38. Warholm fez 47s09 e Benjamin, 47s24.

Há dois anos, Warholm, Benjamin e Piu fizeram os melhores tempos da história da prova até então, e o norueguês foi o primeiro a baixar de 46 segundos — com 45s94, atual recorde mundial, 0,84s mais baixo que marca do americano Kevin Young, em Barcelona-1992, quase 30 anos antes.

Desde então, apenas Piu conseguiu melhorar seu tempo de 46s72, que lhe valeu o bronze em Tóquio, para 46s29, marca do título mundial de 2022. Os três atletas têm juntos nove das dez melhores marcas da prova — numa boa personificação do lema do Comitê Olímpico Internacional (COI), “Mais rápido, mais alto, mais forte — juntos”. Mas será que ainda há margem para os três correrem mais rápido? Ou há um limite para o corpo humano em provas que envolvem tempo e distância?

Não há uma resposta definitiva e cada modalidade tem suas especificidades. Mas a ciência do esporte trabalha com probabilidades, não com possibilidades. Há limites improváveis de serem ultrapassados, mas nunca impossíveis.

— Hoje, as projeções matemáticas e físicas mostram que correr os 100 metros abaixo de 9 segundos, por exemplo, é improvável. Para se chegar a esse tempo, o atleta teria de fazer 0,7m/s, e precisaria gerar uma força de seis vezes o peso corporal. Atualmente, o que se tem é algo próximo a 0,9m/s e quatro vezes o peso corporal — explica Franklin Camargo, especialista em biomecânica e consultor do Comitê Olímpico do Brasil (COB), que ressalta que há a limitação do tempo de percepção de estímulos a partir da largada dada, que hoje é de 0,1s.

Todos os fatores que envolvem a quebra de um recorde influenciam nos milésimos e milímetros. A prova perfeita só existe em condições de laboratório, pois, por mais bem preparado que o atleta esteja, há fatores externos presentes nas competições, como atraso em voos, noite mal dormida ou um clima inesperado.

—O próprio (Usain) Bolt, homem mais rápido do mundo (9s58), do ponto de vista mecânico tinha valências para ir mais baixo — diz o especialista, destacando, no entanto, que o lastro para novos recordes é menor atualmente. — Foram 68 anos para sair dos 11 segundos para menos de 10 segundos. Depois, foram pouco mais de 40 anos para baixar 0,5 segundo. A tendência é que possa atingir resultados de novos recordes numa projeção menos íngreme, numa diferença de ciclos mais sutis. Serão os detalhes que cada vez mais vão fazer a diferença.

Mas, no que depender de Franklin Carmargo, Piu poderá ir mais longe. Ele acompanha o atleta desde antes de Tóquio-2020. Seu trabalho é justamente aprimorar a biomecânica do velocista para tirar melhor proveito durante a prova, utilizar da melhor forma o vento (limite é de 12m/s para que os recordes possam ser validados). Aliado, claro, com trabalhos de fisiologia, fisioterapia e psicológico, entre outras disciplinas.

O especialista relembra que a equipe envolvida com Piu já vislumbrava que ele faria sua melhor marca em Tóquio. Mas não que os dois rivais também fossem quebrar o recorde. Após os resultados, avaliaram a situação.

— Em 2019, o referencial passou a ser ele mesmo, nada que eu tivesse observado na literatura era suficiente para explicar o que ele estava fazendo. Junto com o treinador, ele mudou a mecânica de corrida, de aproximação até a sexta barreira, com 12 passos, com velocidade de reta em curva que ninguém nunca tinha feito. Mas um atleta medalhista, logo após os Jogos tem que tomar a decisão: se fica na zona de conforto, ou vai buscar seus limites — conta Franklin.

Recuperado da cirurgia no joelho direito, Piu está em processo de treino de olho em Paris-2024. É esperada uma grande prova hoje, mas dentro do estabelecido pela equipe para que a curva de ascensão tenha seu ápice ano que vem.

A necessidade de novos recordes também faz parte do mercado do esporte. Por isso, as competições tentam dar as melhores condições. Contudo, há o cuidado de se evitar dopings tecnológicos como a roupa especial de natação, que foi banida após facilitar a quebra de recordes.

— É possível melhorar a pista, o bloco de partida, as ondulações da piscina (isso tem sido feito), tênis, canoas. Mas as condições têm de ser iguais. Os esportes que usam instrumentos têm um maior lastro para novos recordes por mais tempo.

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